Leonardo Tristão Silva


Em 20 de setembro de 2023, Leonardo Tristão, aluno de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Pesquisas Ambientais, bolsista CAPES, defendeu sua Dissertação de Mestrado, de forma remota através da plataforma Microsoft Teams, intitulada, “Variação espacial da biomassa e estrutura da comunidade algal no epipélon ao longo de um gradiente de profundidade em dois reservatórios de diferentes trofias”,

A banca examinadora foi presidida pela sua orientadora Dra. Carla Ferragut (Instituto de Pesquisas Ambientais – IPA) e composta pela Dra. Gisele Carolina Marquardt (Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR) e pela Dra. Karine Borges Machado (Universidade Estadual de Goiás – UEG).


Variação espacial da biomassa e estrutura da comunidade algal no epipélon ao longo de um gradiente de profundidade em dois reservatórios de diferentes trofias


ABSTRACT

Most limnological studies address the pelagic zone and rarely consider the magnitude or variability of phytobenthic changes. The present study evaluated changes in biomass and community structure of algae and cyanobacteria in the epipelon in a depth gradient in a shallow mesotrophic and supereutrophic reservoirs. This study identified the benthic zone with the highest biomass and richness of epipelic algae. Sampling was carried out during the stratification period (summer) and in triplicate, including six depths (0.5 m; 1.0 m; 1.5 m; 2.0 m; 2.5 m; 3.0 m) in the mesotrophic reservoir and nine depths (0.5 m; 1.0 m; 1.5 m; 2.0 m; 2.5 m; 3.0 m; 3.5 m; 4 m and 4.5 m) in the eutrophic reservoir. Higher light attenuation and total phosphorus concentration were found at the 3 m in mesotrophic reservoir. Concerning the epipelon, greater biomass and species richness were found at 1.5 m depth, while the highest values of ash-free dry mass occurred at the deepest points (2.5 m and 3 m). A total of 65 species of epipelic algae were found in mesotrophic reservoir. Oedogonium sp. and Pinnularia viridis were the species that contributed most to the total biovolume. The epipelon presented the highest biomass of the algae and cyanobacteria at the shallowest depths (0.5m and 1m), constituting the benthic zone with the high biomass production in the mesotrophic reservoir. In the supereutrophic reservoir, the higher availability of light, total phosphorus, and free CO₂ was observed at the shallowest depths (0.5 m and 1 m). A total of 51 epipelic algae and cyanobacteria species were found in the eutrophic reservoir. Fragilaria sp.1, Microcystis aeruginosa and Pinnularia nobilis var. regularis were the species with the higher contribution to total biomass at different depths. In the epipelon, the highest chlorophyll-a values were observed at the shallowest depths (0.5 m and 1 m), and the highest biomass values were observed at 1 m and 3 m, which was the benthic zone with the higher biomass production. Despite the differences in epipelon zonation in reservoirs of different trophic states, some aspects were similar, such as the influence of light attenuation on the epipelon variation in the depth gradient. Thus, the light was a determining factor for the epipelon growth and could be a limiting factor for the community, regardless of trophy. In conclusion, changes in biomass and structure in the epipelon were associated with the depth gradient, which determined the light and nutrient availability for the community in the mesotrophic and supereutrophic reservoirs.

Keywords: epipelic algae, phytobenthos, benthic environment, environmental factors, zonation, supereutrophic and mesotrophic reservoir

RESUMO

A maioria dos estudos limnológicos aborda a zona pelágica e raramente considera a magnitude ou variabilidade das mudanças fitobentônicas. O presente estudo avaliou as mudanças da biomassa e estrutura da comunidade de algas e cianobactérias no epipélon ao longo de um gradiente de profundidade em reservatório raso mesotrófico e supereutrófico. Este estudo identificou a zona bêntica de maior biomassa e riqueza de algas epipélicas. A amostragem foi realizada no período de estratificação (verão) e em triplicata, incluindo 6 profundidades (0,5 m; 1,0 m; 1,5 m; 2,0 m; 2,5 m; 3,0 m) no reservatório mesotrófico e 9 profundidades (0,5 m; 1,0 m; 1,5 m; 2,0 m; 2,5 m; 3,0 m; 3,5m; 4m e 4,5m) no reservatório eutrófico. No reservatório mesotrófico, evidenciou-se uma maior atenuação da luz e concentração de fósforo total nos pontos de maior profundidade (3 m). Em relação ao epipélon, maior biomassa e riqueza de espécies foi encontrada em 1,5 m de profundidade, enquanto os maiores valores de massa seca livre de cinzas ocorreram nos pontos mais profundos (2,5m e 3m). Foram encontradas um total de 65 espécies de algas epipélicas. Oedogonium sp. e Pinnularia viridis foram as espécies maior contribuição para o biovolume total. O epipélon apresentou a maior biomassa da comunidade de algas e cianobactérias nas profundidades mais rasas (0,5m e 1m), constituindo-se como a zona bêntica de maior produção de biomassa no reservatório mesotrófico. No reservatório supereutrófico a maior disponibilidade de luz, fósforo total e CO₂ livre foi observada nas profundidades mais rasas (0,5m e 1 m). Encontrou-se um total de 51 espécies de algas e cianobactérias epipélicas. A Fragilaria sp.1, Microcystis aeruginosa e a Pinnularia nobilis var. regularis foram as espécies com maior contribuição para biomassa total nas diferentes profundidades. No epipélon, os maiores valores de clorofila-a foram observados nas profundidades mais rasas (0,5 m e 1 m), enquanto os maiores valores de biomassa foram observados em 1 m e 3 m, sendo a zona bentônica de maior produção de biomassa. Apesar das diferenças na zonação do epipélon nos reservatórios de diferentes trofias, alguns aspectos foram semelhantes, como a influência da atenuação de luz sobre a variação do epipélon no gradiente de profundidade. Assim, a luz foi um fator determinante para o crescimento da comunidade epipélica e pode ser um fator limitante para a comunidade, independentemente da trofia. Em conclusão, as mudanças na biomassa e a estrutura do epipélon foram associadas ao gradiente de profundidade, que determinou a disponibilidade de luz e nutrientes para comunidade no reservatório mesotrófico e no reservatório supereutrófico.

Palavras-chave: algas epipélicas, ambiente bentônico, fatores ambientais, zonação, reservatório supereutrófico e mesotrófico.


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Variação espacial da biomassa e estrutura da comunidade algal no epipélon ao longo de um gradiente de profundidade em dois reservatórios de diferentes trofias


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