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Pedro Guazzelli Rosario


No dia 30 de julho de 2015 o doutorando Ricardo Pedro Guazzelli Rosário defendeu tese intitulada “Parâmetros e descritores biológicos para o estabelecimento de classes de estágios sucessionais iniciais para a Floresta Ombrófila Densa Montana, como contribuição à conservação da Mata Atlântica” orientado pelo Dr. Eduardo Luis Martins Catharino que foi o presidente da banca.
Compuseram a banca, além do orientador, o Dr. Paulo Nogueira-Neto, do Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, internacionalmente renomado e considerado um dos pioneiros na atuação em prol da conservação no Brasil, a Dra. Elizabeth de Almeida Meirelles, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, a Dra. Dra. Renata Jimenez de Almeida-Scabbia, da Universidade de Mogi das Cruzes e o Dr. Eduardo Pereira Cabral Gomes, do Núcleo de Pesquisa em Ecologia do Instituto de Botânica.
Após o candidato ministrar aula a respeito do tema da tese e a arguição dos cinco membros da banca, o candidato foi considerado aprovado, sendo destacada a importância deste tipo de pesquisa no aprimoramento de leis de proteção ao meio ambiente e em políticas públicas voltadas a conservação de florestas paulistas, nacionais e mundiais. A sessão foi pública, estando presentes alunos de pós-graduação do instituto, membros da comunidade cientifica, amigos e familiares.


Parâmetros e descritores biológicos para o estabelecimento de classes de estágios sucessionais iniciais para a Floresta Ombrófila Densa Montana, como contribuição à conservação da Mata Atlântica


RESUMO

Mata Atlântica é uma floresta tropical que apresenta elevado grau de endemismo, alta diversidade e foi amplamente degradada, sendo considerada uma das áreas prioritárias para conservação mundial (“hotspots”). Por ser uma floresta tropical tem como característica ser dinâmica, apresentando estágios de sucessão após alguma perturbação natural ou antropogênica, sendo no Brasil estes estágios denominados inicial, médio e avançado. Nesse processo entende-se que a estrutura é bem conhecida, mas a falta de estudos principalmente em áreas jovens torna difícil a caracterização desses estágios. Além disso, a legislação, em especial para fins de licenciamento ambiental, incorporou aspectos técnicos para caracterizar os estágios de sucessão florestal por parâmetros, todavia os mesmos podem e devem ser aprimorados, por estudos de levantamento da vegetação, de análises de EIAs/RIMAs e da legislação internacional. Assim, este estudo objetivou analisar os parâmetros e critérios utilizados na separação de classes ou séries sucessionais, notadamente para os estágios mais jovens de regeneração florestal (pioneiro, inicial e médio), úteis para o manejo e a conservação da floresta atlântica no Estado de São Paulo observando a legislação nacional e internacional e verificar se os parâmetros biológicos de diversidade florestal estabelecidos em lei estão sendo seguidos nos inventários realizados nos estudos de EIAs/RIMAou semelhantes, bem como sugerir critérios e parâmetros para o aprimoramento dos laudos de vegetação. As áreas de estudo concentraram-se no entorno da Reserva Florestal do Morro Grande (Cotia, SP) e no Parque Natural Municipal do Jacequava (São Paulo, SP). Foi efetuado levantamento bibliográfico e levantamento de campo, sendo pré-escolhidas para amostragem áreas em estágios inicial e médio de sucessão, de acordo com a legislação vigente e, em cada estágio sucessional classificado foram instaladas cinco parcelas de 20x50m, subdividas em parcelas de 10x10m, totalizando 100 sub-parcelas de 10x10m com uma área total de 1,0ha. Nestas áreas foram amostradas o componente arbóreo tendo como critério de inclusão indivíduos com PAP acima de 15cm, com tronco definido e altura superior a 2m, sendo o material coletado devidamente herborizado para identificação posterior. Os dados foram analisados por riqueza, abundância, guildas de sucessão, síndromes de dispersão, espécies exóticas, espécies sob algum grau de ameaça. Também foram elaboradas análises de agrupamento, de ordenação pelo método da DCA (Detrended Correspondence Analysis), parâmetros fitossociológicos, e CCA (Canonical Correspondence Analysis). Para os EIAs/RIMAs e a Legislação Nacional (Resoluções do CONAMA em especial) e Internacional foram observados os critérios da lei e outros que poderiam contribuir para o aprimoramento da mesma. Como resultados gerais o trabalho de campo resultou em um levantamento de 187 diferentes espécies de 56 famílias e 2.232 indivíduos,o Índice de Shannon (H’) de 3,547nats/ind. As análises de guildas de sucessão e de síndrome de dispersão diferenciaram os estágios inicial e médio de sucessão desde que avaliados conjuntamente os dados de riqueza e abundância. Foram encontradas quatro espécies exóticas e 15 sob algum grau de ameaça. Os dados de agrupamento, ordenação e CCA separam as dez áreas em dois grupos, parcelas em estágio inicial de sucessão e parcelas em estágio médio de sucessão e os dados estruturais também. Uma lista de espécies indicadoras dos estágios inicial e médio de sucessão foi elaborada e comparada com a legislação. Os parâmetros biológicos presentes na legislação muitas vezes são apontados nos EIAs porém, sem a informação realmente pertinente para a caracterização dos estágios de sucessão. A legislação internacional não tem paralelo e não apresenta detalhamento como a brasileira. O trabalho aponta que a legislação paulista pode ser aprimorada por critérios ecológicos com características objetivas, sendo incorporados no licenciamento ambiental e vindo a fazer parte dos EIAs/RIMAs, notadamente a área basal e a classificação em guildas de sucessão e em síndromes de dispersão.
Palavras Chaves: Sucessão Florestal, Floresta Pluvial Tropical, riqueza e diversidade de espécies, estrutura  florestal, legislação, licenciamento ambiental, EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto de Meio Ambiente).xto.


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Parâmetros e descritores biológicos para o estabelecimento de classes de estágios sucessionais iniciais para a Floresta Ombrófila Densa Montana, como contribuição à conservação da Mata Atlântica


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