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Luanda Pereira Soares


No dia 23 de fevereiro de 2015, a aluna Luanda Pereira Soares (Bolsista Capes/PNADB – Processo N° 23038.000077/2010-38) obteve o título de Doutor em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente, pelo Programa de Pós-Graduação do Instituto de Botânica, SMA, em São Paulo (IBt/SP), após a defesa de sua tese intitulada “Diversidade das rodofíceas marinhas bentônicas do Estado do Ceará, Brasil, baseada em evidências morfológicas e moleculares”.

A banca examinadora foi composta por: Dra. Yocie Yoneshigue Valentin (UFRJ), Dra. Mariana Cabral de Oliveira (USP), Dra. Adilma de L. Montenegro Cocentino (UFPE), Dra. Silvia Maria Pita de Beauclair Guimarães (IBt) e pela Dra. Mutue Toyota Fujii, do Núcleo de Pesquisa em Ficologia (IBt), que presidiu a Sessão, na qualidade de orientadora.

A tese versou sobre o conhecimento da riqueza de macroalgas vermelhas no litoral do Estado do Ceará, por meio de métodos taxonômicos tradicionais aliados a marcadores moleculares. Este foi o primeiro trabalho realizado na região utilizando esse enfoque e permitiu esclarecer problemas de delimitação taxonômica em grupos-problema, incluindo as algas utilizadas como fontes de ágar, além de fornecer um panorama geral da flora de rodofíceas como subsídio para planos de manejo ambiental e conservação do meio ambiente.


Diversidade das rodofíceas marinhas bentônicas do Estado do Ceará, Brasil, baseada em evidências morfológicas e moleculares


RESUMO

O Estado do Ceará está inserido na província ficogeográfica tropical, caracterizada por águas oligotróficas e abundância de substratos consolidados disponíveis para o desenvolvimento das macroalgas, porém a sua flora é pobremente conhecida e estudos sistemáticos sobre Rhodophyta são escassos. Assim, o presente trabalho visou realizar um levantamento florístico das rodofíceas marinhas bentônicas do Ceará, com base em evidências morfológicas e moleculares, utilizando os marcadores plastidiais (rbcL e UPA) para esclarecer problemas de delimitação taxonômica em grupos-problema (Gelidiales e Gracilariales). O material estudado foi coletado em 12 localidades ao longo do litoral do Ceará, na região entremarés, no período de 2011-2014. São apresentadas chaves de identificação, descrições e ilustrações dos táxons identificados. Um total de 113 táxons de rodofíceas foi identificado, sendo 110 em nível infragenérico e três em nível genérico, pertencentes a 14 ordens, 28 famílias e 63 gêneros. Ceramiales foi a ordem mais representativa com 46% dos táxons, seguida por Gracilariales com 13%. As famílias mais representativas foram Rhodomelaceae com 26 táxons, seguida de Gracilariaceae e Ceramiaceae, com 15 e 13 táxons, respectivamente. Dentre os gêneros, o mais diverso foi Gracilaria com 13 táxons, seguido por Ceramium com nove táxons. Dentre as espécies identificadas, 23 estão sendo referidas pela primeira vez para o Ceará: Acrothamnion butleriae, Aglaothamnion felliponei, Callithamnion corymbosum, Ceramium clarionense, C. codii, C. deslongchampsii, C. fujianum, C. uruguayense, Ceratodictyon planicaule, C. scoparium, Chondracanthus saundersii, Colaconema infestans, Dermocorynus dichotomus, Dohrniella antillarum var. brasiliensis, Gelidiella ligulata, Gracilaria apiculata, G. hayi, Gracilariopsis silvana, Grateloupia filiformis, Herposiphonia delicatula, Laurencia aldingensis, L. oliveirana e Liagoropsis schrammii. Baseando-se em evidencias morfológicas e moleculares, Gelidiella sp. e Gracilaria sp. são potenciais espécies novas para a ciência. Análises morfológicas e filogenéticas baseadas no gene rbcL confirmaram a proposição de Gracilaria smithsoniensis como sinônimo de G. cearensis e, consequentemente, a sua distribuição foi expandida até o Caribe. Gracilaria domingensis e Hypnea pseudomusciformis (no Brasil, identificada como H. musciformis) estão amplamente distribuídas ao longo do litoral cearense. Dentre os locais amostrados, a Região Metropolitana de Fortaleza apresentou o maior numero de táxons (170), com as Praias do Pacheco e da Taíba contribuindo com 51% deste valor. A flora estudada apresenta afinidades com a flora de outros estados nordestinos, assim como com a região caraíbica. O presente trabalho permitiu ampliar o conhecimento sobre a riqueza de rodofíceas marinhas bentônicas do Ceará, entretanto observa-se a necessidade de um contínuo aprofundamento nos levantamentos florísticos, especialmente na zona infralitoral.
Palavras-chave: Ceará, marcadores moleculares, Rhodophyta, taxonomia


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Diversidade das rodofíceas marinhas bentônicas do Estado do Ceará, Brasil, baseada em evidências morfológicas e moleculares


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