A contaminação atmosférica por poluentes aéreos ao redor de uma refinaria de petróleo localizada em um complexo industrial na Cidade de Cubatão (São Paulo – Brasil) mudou em consequência de uma modernização em seu modelo de geração de energia. Esta refinaria é uma das principais fontes de emissão de poluentes atmosféricos da região e o seu antigo modelo de geração de energia era responsável estimativamente por 59%, 88% e 79% das emissões de SO₂, NOx e MP respectivamente. Este sistema alimentado por óleo combustível foi substituído por outro movido a gás natural, sendo assim, foi esperado uma melhora na qualidade do ar e um decréscimo nos riscos impostos à Floresta Atlântica que está situada próxima a refinaria. Partimos do pressuposto de que essa mudança poderia ser detectada por uma gramínea padronizada para o biomonitoramento (Lolium multiflorum ssp. Italicum ” Lema “), avaliando o acúmulo foliar de elementos tóxicos em plantas expostas ao longo de três períodos (antes, durante a transição e após a instalação do novo fonte de energia). De abril/2009 a dezembro/2012, plantas foram expostas repetidamente em seis locais, três deles ao lado da floresta, sendo diretamente influenciados pelas emissões da refinaria e três afetadas por emissões urbanas e industriais. Al, Co, Cr, Cu, K, N, N, S, V e Zn foram considerados marcadores potenciais do novo perfil de contaminação do ar associado com a tecnologia moderna. Com exceção de V, os teores foliares desses elementos aumentaram significativamente entre as fases de pré-operação e pós-operação (Al, Co, N, K, S), ou apenas durante a fase de transição (Zn, Cu, Cr, Ni), retornando aos níveis anteriores após o desligamento total do sistema antigo. Sendo assim, pode-se concluir que não houve o ganho ambiental esperado com a instalação da nova tecnologia. Além disso, a fim de selecionar uma espécie tropical para uso em biomonitoramento de contaminação atmosférica por metais em regiões tropicais, verificou-se o acúmulo foliar e o fator de enriquecimento em L. multiflorum, Psidium guajava L. ‘Paluma’ e Tibouchina pulchra Cogn. expostas ao redor da cidade de Cubatão/SP, entre dezembro de 2009 e abril de 2011. Exposições sob ar filtrado, em câmaras de topo aberto, foram realizadas para determinar as concentrações foliares basais de todos os elementos químicos analisados nas plantas das três espécies incluídas neste estudo. Plantas de L. multiflorum foram enriquecidas pelos principais elementos que caracterizam as fontes de emissões da área e indicaram melhor as variações espaciais. Plantas de P. guajava foram enriquecidas por elementos importantes que caracterizam a área industrial de Cubatão. Um biomonitoramento incluindo L. multiflorum e T. pulchra pode ser considerado como o melhor modelo, já que ambas as plantas juntas puderam avaliar uma variedade maior de elementos tóxicos relevantes. Entre as duas espécies tropicais estudadas, P. guajava pareceu ser a melhor opção, já que ela é capaz de acumular em maiores níveis uma maior quantidade de elementos tóxicos que T. pulchra.