Daniela Soares dos Santos
Em 26 de fevereiro de 2014, no Instituto de Botânica de São Paulo (IBt), Daniela Soares dos Santos, aluna do programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica de São Paulo, bolsista CAPES/ PNADB, defendeu sua Tese de Doutorado intitulada:
“Influência da temperatura, ácido giberélico e cálcio no desenvolvimento de segmentos nodais in vitro
da bromélia ornamental Acanthostachys strobilacea (Schult. f.) Link, Klotzsch & Otto”.
A banca examinadora foi presidida pela orientadora, Dra. Catarina Carvalho Nievola, do Núcleo de Pesquisa em Plantas Ornamentais (IBt) e contou com a participação do Dr. Marco Marco Aurélio Silva Tiné, do Núcleo de Pesquisa em Fisiologia e Bioquímica (IBt), da Dra. Maria Aurineide Rodrigues, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) do Dr. Rogério Mamoru Suzuki do Núcleo de Pesquisa Orquidário de São Paulo (IBt) e da Dra Cândida Conceição de Jesus Vieira da Universidade Metodista de São Paulo, Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, Campus Rudge Ramos.
Dr. Marco Marco Aurélio da Silva Tiné (IBt), Daniela Soares dos Santos (aluna – IBt), Dra. Maria Aurineide Rodrigues (USP),
Dr. Rogério Mamoru Suzuki (IBt), Dra. Catarina Carvalho Nievola (Orientadora e presidente – IBt)
e Dra Cândida Conceição de Jesus Vieira (Universidade Metodista).
Influência da temperatura, ácido giberélico e cálcio no desenvolvimento de segmentos nodais in vitro da
bromélia ornamental Acanthostachys strobilacea (Schult. f.) Link, Klotzsch & Otto
RESUMO
Acanthostachys strobilacea (Schult. f.) Link, Klotzsch & Otto é uma bromélia ornamental de ampla distribuição, ocorrendo em biomas ameaçados, o que justifica estratégias de conservação para garantir a preservação de germoplasma desta espécie. Uma técnica bastante difundida é a formação de coleção in vitro de plantas por crescimento lento, o que possibilita o armazenamento de alta representatividade gênica em espaço reduzido. Plantas dessa espécie cultivadas in vitro apresentam alongamento do eixo caulinar possibilitando que os segmentos nodais sejam isolados e utilizados para sua micropropagação. Quando o cultivo destes é mantido a 25 °C, as plantas apresentam crescimento acelerado, havendo necessidade de subcultivos frequentes. Contudo, quando o objetivo é a formação de uma coleção visando a preservação in vitro, a redução do crescimento é necessária. O crescimento de espécies de bromélias tem sido reduzido por meio do uso de baixas temperaturas, contudo não foi relatada a influência desse fator sobre o alongamento caulinar dessas espécies tropicais. Nesse sentido, o fato de A. strobilacea apresentar o alongamento do caule em condições controladas, torna essa espécie adequada para a avaliação desse processo. O objetivo deste trabalho foi verificar a possibilidade de utilizar a temperatura baixa para reduzir o crescimento de A. strobilacea a fim de criar subsídios para a formação de uma coleção de crescimento lento e aprofundar o conhecimento sobre as causas do alongamento caulinar que essa espécie apresenta quando cultivada in vitro. A literatura apresenta relatos isolados sobre a influência da temperatura sobre o alongamento caulinar. As hipóteses deste estudo são: A temperatura baixa reduziria o alongamento caulinar? As giberelinas estão envolvidas na promoção do alongamento caulinar? Concentrações de cálcio poderiam interferir no alongamento caulinar? A influência da temperatura sobre o alongamento caulinar depende de giberelinas e cálcio? Os segmentos nodais de A. strobilacea foram cultivados in vitro e mantidos durante 3 meses, sob temperaturas de 10, 15, 20, 25 e 30 °C. Posteriormente foram realizados dois experimentos com ácido giberélico (GA3). No primeiro, o fitorregulador foi adicionado nas concentrações de 0,5; 1,0; e 1,5 mg.L-1 de GA3 ao meio de cultura e submetido à esterilização em autoclave; em um segundo momento, 5 e 50 µM de GA3 e de paclobutrazol foram ultrafiltrados e adicionados ao meio de cultura previamente esterelizado em autoclave. Em um outro lote de plantas, o meio nutritivo foi modificado na sua concentração de cálcio para 0; 0,3; 3,0; 6,0 e 9,0 mM. Também, foi utilizado ionóforo de cálcio (ionomicina) nas concentrações de 0,1; 1,0 e 10,0 µM e o quelante deste íon (EGTA) nas concentrações de 1,0 e 10,0 mM. Todos os tratamentos descritos anteriormente foram mantidos por três meses em câmara de germinação ajustadas em temperaturas de 10, 15, 20, 25 e 30 °C. Os resultados mostraram que A. strobilacea é uma espécie resistente ao frio, podendo ser mantidas in vitro sob temperatura considerada baixa para ambientes tropicais (15 ºC). Verificou-se que nessa temperatura baixa ocorre a inibição do alongamento caulinar, diferentemente do observado para espécies de clima temperado, sendo que não foi observado o alongamento mesmo na presença de GA3. O restabelecimento do alongamento caulinar foi observado somente a 20 °C com adição de 50 µM de GA3, indicando que a faixa térmica influi no processo. Quando cultivadas no meio com modificação de cálcio e com 1,0 e 10,0 mM de EGTA, as plantas apresentaram alongamento caulinar, indicando influência destas substâncias no aspecto alongado da planta. Concluiu-se que a 20 °C pode ter ocorrido uma interação entre o cálcio e GA3 no alongamento caulinar de A. strobilacea.
Palavra-chave: alongamento caulinar, crescimento, fitorregulador.
Daniela Soares dos Santos
Influência da temperatura, ácido giberélico e cálcio no desenvolvimento de segmentos nodais in vitro da
bromélia ornamental Acanthostachys strobilacea (Schult. f.) Link, Klotzsch & Otto
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