Viviana Motato Vásquez
Em 23 de agosto de 2013, no Instituto de Botânica de São Paulo (IBt), Viviana Motato-Vásquez, aluna do programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica, bolsista CNPq, defendeu sua dissertação de Mestrado intitulada
“Fungos com poros (Hymenochaetales e Polyporales) do Parque Estadual da Cantareira (PEC), São Paulo, SP, Brasil”.
A banca examinadora foi presidida pela orientadora, Dra. Adriana de Mello Gugliotta, do Núcleo de Pesquisa em Micologia (IBt)
e contou com a participação da Dra. Vera Lucia Ramos Bononi e da Dra. Agostina Marano.
Dra. Vera Lucia Ramos Bononi, M. Sc. Viviana Motato-Vásquez, Dra. Adriana de Mello Gugliotta e Dra. Agostina Marano.
Fungos com poros (Hymenochaetales e Polyporales) do Parque Estadual da Cantareira (PEC), São Paulo, SP, Brasil
RESUMO
Com o propósito de ampliar o conhecimento dos fungos com poros no estado de São Paulo e no Brasil, foi realizado um levantamento no Parque Estadual da Cantareira – PEC (Núcleo Engordador), que abriga uma parcela significativa de Mata Atlântica, considerado um dos biomas mais ricos e ameaçados do planeta. As coletas foram realizadas entre Setembro de 2011 e Agosto de 2012 e a identificação das espécies foi baseada em caracteres macro e microscópicos do basidioma. Foram analisados 215 espécimes das ordens Hymenochaetales e Polyporales os quais foram classificados em 70 espécies, 40 gêneros e nove famílias. Das espécies identificadas, quatro são potencialmente novas para a ciência, Phellinus setulosus (Lloyd.) Imazeki é um novo registro para o Brasil, Abundisporus subflexibilis (Berk. & M.A. Curtis) Parmasto, Amauroderma praetervisum (Pat.) Torrend, Antrodia malicola (Berk. & M.A. Curtis) Donk, Antrodiella semisupina (Berk. & M.A. Curtis) Ryvarden, Echinoporia inermis G. Coelho, Flabellophora parva Corner, Microporellus dealbatus (Berk. & M.A. Curtis) Murrill, Phellinus cesatii (Bres.) Ryvarden, Phylloporia spathulata (Hook.) Ryvarden, Rigidoporus undatus (Pers.) Donk, Skeletocutis roseola (Rick ex Theiss.) Rajchenb., Trametes membranacea (Sw.) Kreisel, e Tyromces atroalbus (Rick) Rajchenb., são novos registros para o estado de São Paulo, enquanro 39 são novos registros para a localidade de estudo. Todas as espécies foram descritas e ilustradas e uma chave de identificação para estas é proposta. Ainda com o intuito de contribuir para a conservação ex situ e subsidiar estudos adicionais de taxonomia, filogenia e fisiologia, foram obtidas 15 culturas puras das espécies A. semisupina (Berk. & M.A. Curtis) Ryvarden, Coriolopsis rigida (Berk. & Mont.) Murrill, Datronia caperata (Berk.) Ryvarden, Dichomitus setulosus (Henn.) Masuka & Ryvarden, Fomitiporia maxonii Murrill, Ganoderma australe (Fr.) Pat., Polyporus tenuiculus (P. Beauv.) Fr., Pycnoporus sanguineus (L.) Murrill, Rigidoporus lineatus (Pers.) Ryvarden, R. undatus (Pers.) Donk, Schizopora flavipora (Berk. & M.A. Curtis ex Cooke) Ryvarden, Tinctoporellus epimiltinus (Berk. & Broome) Ryvarden, Trametes elegans (Spreng.) Fr., Trametes villosa (Sw.) Kreisel e T. atroalbus (Rick) Rajchenb. Os isolados foram descritos através do método de Nobles e uma chave de identificação foi proposta. Rigidoporus undatus foi estudado pela primeira vez no método de Nobles. A produção de enzimas extracelulares também foi avaliada qualitativamente e todas as espécies apresentaram produção de lacases e peroxidases, exceto S. flavipora. A produção de celulases somente foi registrada em A. semisupina, D. setulosus, F. maxonii, R. lineatus, R. undatus e T. elegans. Os isolados também foram avaliados na sua capacidade para degradar compostos poluentes como o corante Rhemazol Brilliant Blue-R (RBBR), 13 espécies conseguiram degradar este composto exceto A. semisupina e S. flavipora. Para a detecção da produção de sideróforos, os isolados foram testados através da modificação do ágar Chrome Azurol-S (CAS), somente C. rigida, P. sanguineus, R. undatus, T. epimiltinus, T. elegans, T. villosa e T. atroalbus apresentaram resultados positivos.
Palavras-chave: Agaricomycetes, diversidade fúngica, Mata Atlântica, micobiota Neotropical, testes enzimáticos.
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