Michel Anderson Almeida Colmanetti
No dia 3 de abril de 2013, na Seção de Sementes do Instituto de Botânica de São Paulo (IBt), Michel Anderson Almeida Colmanetti, aluno de mestrado do programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica, bolsista CNPq, defendeu sua Dissertação de Mestrado intitulada:
“Estrutura da vegetação e características edáficas de um reflorestamento com espécies nativas”.
A banca foi presidida pelo Dr. Luiz Mauro Barbosa (IBt) e contou com a participação do Dr. Hilton Thadeu Zarate do Couto (ESALQ-USO) e
Dr. José Carlos Casagrande (UFSCAR).
Os resultados obtidos no trabalho fornecem informações importantes, que subsidiam reflorestamentos com espécies nativas visando à restauração ecológica. Foram avaliados todos os indivíduos dos estratos arbóreo e regenerante, bem como as variáveis físicas e químicas do solo que influenciam esses estratos. Com base nos resultados obtidos no trabalho, destaca-se que caso um reflorestamento não possua fragmentos próximos, que atuem como fonte de propágulos, sua composição fica restrita ao que se plantou, e nesse caso, a alta diversidade de espécies nativas, conforme orientado pela Resolução 08/08, da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA), é fundamental para a composição e diversidade do estrato regenerante, e consequentemente para a sustentabilidade da área. O solo pode influenciar, tanto positiva como negativamente, a vegetação em desenvolvimento em um reflorestamento. Foi possível verificar que o estrato arbóreo nem sempre está sujeito às variáveis negativas do solo, capazes de impor restrições severas ao seu desenvolvimento. Acredita-se que, como no caso desta pesquisa, a adubação de correção, realizada no momento do plantio, favorece o estabelecimento das mudas e o desenvolvimento inicial do reflorestamento, independente do tipo de solo. Já a vegetação do estrato regenerante deve estar mais sujeita às variáveis do solo, que impõem restrições ao seu desenvolvimento. Destaca-se que a acidez apresenta grande influência sobre a vegetação, devendo esta, portanto, ser corrigida antes do plantio das mudas. E destaca-se ainda que a restauração ecológica, quando realizada em solos com histórico de uso agrícola e silvicultural, pode não impor restrições ao desenvolvimento de reflorestamentos com espécies nativas, desde que a área destinada ao plantio receba os tratos culturais adequados.
Estrutura da vegetação e características edáficas de um reflorestamento com espécies nativas.
RESUMO
A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), localizada no “Parque São Marcelo” em Mogi-Guaçu/SP, corresponde a uma área de 240 ha, formada a partir de um reflorestamento com espécies nativas, em 2002. No momento do plantio, 40 parcelas permanentes foram instaladas, sendo 20 avaliadas por Mandetta (2007), com dois anos e meio após o plantio. Atualmente, a vegetação do reflorestamento está com nove anos, tendo sido avaliados, neste estudo, todos os indivíduos do estrato arbóreo (CAP ≥ 15 cm) e do estrato regenerante (altura ≥ 30 cm e CAP < 15 cm), obtidos em amostragens realizadas em 20 sub-parcelas (12,5 x 18 m), locadas nas mesmas 20 parcelas permanentes avaliadas anteriormente. Tendo em vista a importância do solo na vegetação e a diferença de fertilidade do solo entre as parcelas permanentes, avaliou-se a influência das variáveis químicas e físicas do solo, na estrutura e composição dos estratos arbóreos e regenerantes da vegetação da RPPN. Os indicadores utilizados como descritores para a vegetação da RPPN, área basal, altura média, diversidade, equitatividade e densidade, permitiram uma boa avaliação do reflorestamento. Com base nos parâmetros como área basal e altura média do estrato arbóreo, observou-se que a vegetação da RPPN desenvolveu- se conforme o esperado, entre os intervalos de 2 anos e meio e a 9 anos após o plantio. Já para o estrato regenerante, a riqueza e diversidade permitiram verificar que composição do estrato tem sido influenciada, principalmente, pela composição do estrato arbóreo. Houve pouca variação na composição de espécies dos dois estratos, que somam 86 espécies arbóreas, em relação ao que foi plantado, demonstrando pouca influência de espécies alóctones, sendo a alta diversidade utilizada no plantio, um fator determinante para a diversidade observada na RPPN. A variação de fertilidade, existente na área de estudo, influenciou a composição (riqueza de espécies e densidade de indivíduos) e a estrutura (altura média) dos estratos arbóreo e regenerante da RPPN. Houve mais variáveis do solo que se correlacionaram positivamente, do que as que se correlacionaram negativamente com a vegetação dos estratos arbóreo e regenerante da RPPN, demonstrando que a vegetação varia de acordo com os diferentes parâmetros do solo.
Palavras chave: Reflorestamento, restauração ecológica, solo.
Michel Anderson Almeida Colmanetti
Estrutura da vegetação e características edáficas de um reflorestamento com espécies nativas.
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