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Marina Belloni Veronesi


A aluna Marina Belloni Veronesi obteve o Título de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica de São Paulo (IBt/SP), em 23 de abril de 2013. Sua dissertação de mestrado, intitulada
“Avaliação da tolerância de espécies nativas às fitotoxinas exsudadas por Sesbania virgata (Cav.) Pers.”,

contou com a orientação da Prof. Dra. Marcia Regina Braga (IBt/SP) e com a colaboração do Prof. Dr. Nelson Augusto dos Santos Junior (IBt/SP) e da Dra. Kelly Simões (BASF).

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Patrícia Pinho Tonini, Marina Belloni Veronesi, Marcia Regina Braga e Maria Luiza Faria Salatino.

A dissertação foi avaliada pela banca examinadora composta pela Profa. Dra Maria Luiza Faria Salatino (USP) e pela
Profa. Dra. Patrícia Pinho Tonini (Centro Universitário São Camilo).

O projeto desenvolvido buscou identificar as respostas relacionadas com a tolerância de espécies nativas co-ocorrentes às fitotoxinas exsudadas por Sesbania virgata, uma espécie nativa brasileira descrita como invasora, especialmente em culturas de arroz irrigado. Visando fornecer dados à recente hipótese de novas armas químicas, a qual sugere que o sucesso de espécies invasoras, deve-se, em parte a procução de aleloquímicos que não estão presentes em ambientes invadidos, plantas que possuem o mesmo histórico evolutivo da espécie invasora seriam resistentes a esses aleloquímicos. Para tanto foram estudadas as respostas bioquímicas durante a germinação de Enterolobium contortisiliquum Peltophorum dubium, duas espécies naqtivas brasileiras co-ocorrentes com S. virgata. O grupo verificou que as espécies nativas estudadas sofrem menor influência dos exsudatos de S. virgata em comparação a espécies cultivadas, o que fornece dados adicionais hipótese das novas armas químicas.

 


Avaliação da tolerância de duas espécies nativas às fitotoxinas exsudadas por Sesbania virgata (Cav.) Pers.


RESUMO

Sesbania virgata (Cav.) Pers é uma Fabaceae tropical, nativa da América do Sul, que ocorre principalmente em beiras de estradas, campos alagáveis e em solos arenosos ou argilosos. Essa espécie pioneira tem sido descrita como invasora em solos úmidos e alagados, especialmente em plantações de arroz irrigado. As sementes de S. virgata exsudam metabólitos secundários antifúngicos e fitotóxicos logo no início do processo de embebição. O flavonóide (+)-catequina é a principal fitotoxina dos exsudatos das sementes, sendo encontrada no seu tegumento e liberada em altas concentrações no primeiro dia de embebição. Recentemente, foi demonstrado que (+)- catequina exsudada por sementes de S. virgata inibe a germinação de sementes de alface e tomate e o crescimento de raízes de plântulas de arroz e de Arabidopsis thaliana. Uma hipótese recente sobre novas estratégias de defesa vegetal sugere que o sucesso de uma espécie invasora pode ser devido, entre outros, à produção de aleloquímicos, os quais afetam espécies nativas que não possuem a mesma história evolutiva da planta invasora. Sendo assim, supõe-se que as plantas que co-ocorrem em mesmo ambiente teriam desenvolvido mecanismos de tolerância a esses aleloquímicos. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a tolerância de espécies que co-ocorrem com S. virgata aos aleloquímicos exsudados por ela. Para tanto, foram realizados ensaios de co-germinação nos quais foi estudado o efeito dos exsudatos de sementes de S. virgata sobre a germinação e o metabolismo de carboidratos de duas espécies nativas de diferentes estágios sucessionais (Enterolobium contortisiliquum e Peltophorium dubium) que co-ocorrem naturalmente com S. virgata. Catequina comercial também foi utilizada nos ensaios de germinação, visando analisar seus efeitos sobre a germinação e crescimento radicular das duas espécies nativas. Foi observado efeito mais intenso dos exsudatos de sementes de S. virgata sobre a radícula e o metabolismo de carboidratos de E. contortisiliquum, espécie secundária, em relação ao crescimento de P. dubium, espécie pioneira. Os efeitos observados em E. contortisiliquum sugerem que a inibição do crescimento radicular reduziu a força de dreno deste órgão causando atraso na mobilização dos carboidratos de reserva. Já para P. dubium houve aumento na mobilização de reservas, porém, não foram detectadas diferenças no crescimento radicular. A presença de endosperma rico em galactomanano nas sementes de P. dubium pode estar relacionada à menor influência dos exsudatos sobre esta espécie, atuando como barreira física para a entrada de aleloquímcos. Catequina comercial não provocou nas espécies nativas os mesmos efeitos observados pela co-germinação com sementes de S. virgata, indicando que outras substâncias presentes nos exsudatos, além da catequina, são as responsáveis pela ação observada. Os resultados obtidos demonstraram que espécies co-ocorrentes também sofrem influência dos exsudatos de S. virgata, entretanto, esta é menos intensa  que aquela observada para espécies cultivadas e parece não ser devida unicamente à presença de catequina. Além disso, esta influência parece ser maior quando S. virgata co-germina com espécies de diferentes estágios sucessionais.

Palavras-chave: aleloquímicos; (+)- catequina; sementes.
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Avaliação da tolerância de duas espécies nativas às fitotoxinas exsudadas por Sesbania virgata (Cav.) Pers.


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