faixapos6


Juliana Iura de Oliveira Mello


No dia 27 de fevereiro de 2013, a aluna de Pós-graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica de São Paulo (IBt),
Juliana Iura de Oliveira Mello (Bolsista CNPq e CAPES), defendeu sua tese de doutorado intitulada
“Alterações bioquímicas durante o armazenamento e a germinação de sementes de Caesalpinia echinata e Erythrina speciosa,
leguminosas nativas da Floresta Atlântica.

A banca examinadora foi composta pela Dra. Rita de Cássia Leone Figueiredo Ribeiro (Orientadora e Presidente – IBt), Dr. Marcos S. Buckeridge (USP),
Dr. Renato Delmondez de Castro (UFBA), Dr. Marco Aurélio da Silva Tiné (IBt) e Dr. Claudio José Barbedo (IBt).

Dr. Renato Delmondez de Castro (UFBA), Dr. Marco Aurélio da Silva Tiné (IBt), Dra Marília Gaspar (IBt – co-orientadora),  Juliana Iura de Oliveira Mello (IBt – aluna), Dra. Rita de Cássia Leone Figueiredo Ribeiro (Orientadora e Presidente – IBt),  Dr. Marcos S. Buckeridge (USP) e Dr. Claudio José Barbedo (IBt)
Dr. Renato Delmondez de Castro (UFBA), Dr. Marco Aurélio da Silva Tiné (IBt), Dra Marília Gaspar (IBt – co-orientadora),
Juliana Iura de Oliveira Mello (IBt – aluna), Dra. Rita de Cássia Leone Figueiredo Ribeiro (Orientadora e Presidente – IBt),
Dr. Marcos S. Buckeridge (USP) e Dr. Claudio José Barbedo (IBt)

O trabalho mostrou, em um primeiro experimento, que sementes de pau-brasil que perdem a viabilidade em um mês quando mantidas em temperatura ambiente, podem ser armazenadas por cinco anos quando submetidas à dessecação e congelamento. Em outro experimento, sementes de pau-brasil oriundas de Jaú (SP) foram dispersas com 55 DAA, mas aos 45 DAA já apresentam germinação superior a 95%, mantendo-se com esse valor até o final da maturação. No entanto, sementes das duas idades apresentaram baixa ou nenhuma germinação após dessecação até cerca de 8%, o que descaracteriza a espécie já conhecida por seu comportamento ortodoxo. A análise dos compostos de reserva dessas sementes indicou quantidade superior à relatada na literatura no que se refere aos teores de carboidratos solúveis nas sementes das duas idades, levando a crer que sementes dessa safra, dessa população, apresentavam um comportamento diferente daquele já relatado na literatura para a espécie. Sementes de eritrina também foram estudadas e classificadas em seis estádios de maturação, sendo que já no 3º estádio apresentavam germinação máxima e no 4º estádio, apresentaram tolerância à dessecação. Foram quantificados os teores de ABA nos eixos embrionários e nos cotilédones de eritrina e pau-brasil, sendo que esta última apresentou teores superiores e em ambas os cotilédones apresentaram maiores quantidades desse regulador. As alterações bioquímicas ocorridas durante a germinação das sementes dessas espécies foram avaliadas, destacando-se o consumo inicial de sacarose nas sementes de pau-brasil e de globulinas nas sementes de eritrina. Dessa forma, a análise comparativa entre sementes de pau-brasil e eritrina realizada neste trabalho evidenciou que os compostos de reserva de ambas foram consumidos inicialmente de maneira diferente, podendo ser um indicativo de que as proteínas, em eritrina, e os carboidratos solúveis, em pau-brasil, estão relacionados com a aquisição e a perda da tolerância à dessecação nessas espécies, como amplamente sugerido na literatura para sementes de outras plantas.


Alterações bioquímicas durante o armazenamento e a germinação de sementes de Caesalpinia echinata e
Erythrina speciosa, leguminosas nativas da Floresta Atlântica


RESUMO

No presente trabalho, as temperaturas de +2 e +8 °C mantiveram a germinação das sementes de C. echinata (pau-brasil) por até 12 meses, havendo redução drástica de qualidade após este período. No entanto, essas sementes apresentaram cerca de 60% de germinação após cinco anos de armazenamento em temperatura sub-zero (-18 °C). Em outro experimento, sementes de C. echinatacoletadas em Jaú (SP) já se encontravam próximo ao ponto de dispersão aos 55 DAA. A germinação dessas sementes com 45 e 55 DAA foi superior a 95%. Ao serem submetidas à dessecação, as sementes imaturas não sobreviveram e as maduras apresentaram apenas 25% de germinação, a qual foi mantida ao serem armazenadas a -18 °C. A análise dos compostos de reserva das sementes de Jaú (SP) mostrou quantidade superior à relatada na literatura no que se refere aos teores de carboidratos solúveis nas sementes das duas idades. Durante o armazenamento, houve redução desses teores. Foram constatadas altas concentrações de globulinas e prolaminas, destacando-se proteínas de 22 e 66 kDa, reportadas como importantes em processos de mobilização de proteínas de reserva e tolerância à dessecação. Sementes de E. speciosa (eritrina) também são ortodoxas e foram classificadas em seis estádios durante a maturação. No 3° estádio, essas já apresentavam germinação máxima, no entanto foram parcialmente tolerantes à dessecação, enquanto que as sementes do 4° estádio foram totalmente tolerantes. Analisando-se os teores de ABA nas sementes de eritrina nos estádios 4 e 6, as imaturas apresentaram quantidades superiores às maduras, sendo encontrados teores maiores nos cotilédones. Sementes do 4° estádio foram dessecadas, havendo redução nos teores de ABA nos cotilédones. O congelamento das sementes imaturas sem secagem ocasionou aumento de ABA, mas as sementes não sobreviveram. Sementes maduras de pau-brasil apresentaram teores de ABA superiores aos encontrados em eritrina, sendo aumentados após armazenamento em temperatura ambiente, sem, contudo haver germinação. Sementes de eritrina com alto teor de água não toleraram congelamento e as de pau-brasil não toleraram armazenamento em temperatura ambiente. As sementes das duas espécies foram estudadas quanto à mobilização dos compostos de reserva durante as etapas iniciais do processo germinativo. Em C. echinata os carboidratos solúveis acumulados nos cotilédones diminuíram ao longo da germinação, enquanto nos eixos houve redução do amido e dos OSR, e consumo total de sacarose. Nas sementes de eritrina os açúcares dos cotilédones diminuíram, enquanto os dos eixos aumentaram. A sacarose diminuiu e os OSR foram completamente consumidos. As globulinas foram mobilizadas durante a germinação das sementes de pau-brasil e em eritrina houve mobilização de globulinas e prolaminas apenas nos eixos embrionários. A análise comparativa entre sementes de pau-brasil e eritrina realizada neste trabalho evidenciou que os compostos de reserva de ambas foram consumidos inicialmente de maneira diferente, podendo ser um indicativo de que as proteínas, em eritrina, e os carboidratos solúveis, em pau-brasil, estão relacionados com a aquisição e a perda da tolerância à dessecação nessas espécies, como amplamente sugerido na literatura para sementes de outras plantas.
Palavras-chave: carboidratos solúveis, amido, proteína, ortodoxas, conservação.

Aspectos gerais de Erythrina speciosa.  A – indivíduo adulto, B – Inflorescência,  C – Frutos com diferentes idades, D – Sementes maduras.

Aspectos gerais de Erythrina speciosa.
A – indivíduo adulto, B – Inflorescência,
C – Frutos com diferentes idades, D – Sementes maduras.

Aspectos gerais de Caesalpinia echinata.  A – indivíduo adulto, B – Inflorescência,  C – Frutos maduros, D – Sementes maduras.

Aspectos gerais de Caesalpinia echinata.
A – indivíduo adulto, B – Inflorescência,
C – Frutos maduros, D – Sementes maduras.


pdf_grandeJuliana Iura de Oliveira Mello
Alterações bioquímicas durante o armazenamento e a germinação de sementes de Caesalpinia echinata e
Erythrina speciosa, leguminosas nativas da Floresta Atlântica


 VOLTAR AS DISSERTAÇÕES E TESES