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Janaina Gomes da Silva


No dia 26 de abril de 2012, a aluna Janaina Gomes da Silva, bolsista FAPESP do Programa de Pós Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente
defendeu sua dissertação de mestrado intitulada
“Ecofisiologia do uso de nitrogênio em espécies arbóreas da Floresta Ombrófila Densa, Caraguatatuba, SP” .

A banca examinadora foi composta pelo orientador Dr. Marcos Pereira Marinho Aidar (Núcleo de Pesquisa em Fisiologia e Bioquímica – IBT),
Profa. Dra. Regina Maria de Moraes Núcleo de Pesquisa em Ecologia – IBT) e
Prof. Dr. Ladaslav Sodek (Instituto de Biologia – UNICAMP).


Ecofisiologia do uso de nitrogênio em espécies arbóreas da Floresta Ombrófila Densa, Caraguatatuba, SP


RESUMO

O domínio Mata Atlântica é formado por diversas fisionomias vegetais entre elas a Floresta Ombrófila Densa. Em uma mesma fisionomia vegetal é possível identificar áreas com diferentes grupos de espécies formando um mosaico de vegetação, que apresentam variações nos padrões de regeneração, estrutura e dispersão. Essas espécies podem ser agrupadas em grupos funcionais ou guildas de acordo com as estratégias de regeneração, sendo enquadradas em três grupos: espécies pioneiras, secundárias iniciais ou tardias. Essa classificação das espécies em tipos funcionais é essencial para a compreensão da sucessão ecológica e as características do metabolismo de nitrogênio (N) das arbóreas tropicais podem ser essa uma ferramenta adicional ao diagnóstico e à classificação em grupos ecológicos de sucessão. O presente trabalho tem como objetivo central caracterizar a ecofisiologia da utilização de nitrogênio das espécies arbóreas dominantes na Floresta Ombrófila Densa Submontana em Caraguatatuba e relacionar as estratégias de utilização de nitrogênio com as classes sucessionais das espécies arbóreas selecionadas para o estudo, obtendo assim bases para o estudo sobre potenciais alterações no uso de nitrogênio induzidas pela instalação da Usina de Tratamento de Gás (UTGCA – Monteiro Lobato) na região de estudo. Foram realizadas análises da atividade da nitrato redutase (NR), conteúdo de nitrogênio total e nitrato, relação C:N e δ15N foliares, conteúdo de nitrato e aminoácidos na seiva do xilema nas espécies arbóreas selecionadas para o estudo. As coletas foram realizadas durante as estações seca e úmida (2011). Também foram avaliadas a disponibilidade de nitrato e amônio do solo e a colonização radicular por micorriza arbuscular. Foram selecionadas 36 espécies para o estudo, sendo pertencentes a 10 famílias. Essas espécies foram classificadas com bases na sua estratégia de regeneração, sendo classificadas duas espécies como pioneiras, 13 como secundárias iniciais, 14 como secundárias tardias e 7 não foram categorizadas. Os dados, no geral, mostraram que as espécies apresentam diferentes estratégias de uso de nitrogênio relacionadas com o grupo ecológico e a família a que pertencem. As espécies pioneiras são caracterizadas pela maior assimilação de nitrato na folha, relacionada à elevada atividade da NR foliar, elevado nitrogênio total foliar, baixa relação C:N e conteúdo de nitrato e asparagina elevados na seiva, enquanto as espécies tardias apresentam um baixo conteúdo de atividade da NR foliar, um menor conteúdo de nitrogênio total, elevada relação C:N, menor conteúdo de nitrato no xilema e asparagina como principal composto na seiva do xilema, evidenciando uma forma de assimilação de nitrogênio distinta do grupo anterior. As secundárias iniciais não leguminosas apresentam baixa atividade da NR, reduzido conteúdo de nitrato no xilema e alta relação C:N, GLN é o principal aminoácido translocado no xilema e as secundárias iniciais leguminosas, um elevado conteúdo de nitrato no xilema e de nitrogênio foliar, uma reduzida razão C:N e ASN como principal forma de aminoácido transportado. Como esperado, espécies de uma mesma família botânica apresentaram características semelhantes no uso de nitrogênio. O conteúdo de nitrato foliar não se mostrou um bom indicador entre grupos, mas apresenta relação com o conteúdo de nitrogênio no solo e com a sazonalidade, assim como a atividade da enzima nitrato redutase. A taxa de colonização de micorriza arbuscular apresentou uma elevada variabilidade de resultados e os valores não apresentaram, no geral, diferenças entre as estações. Os dados corroboram o modelo de uso de nitrogênio para espécies arbóreas proposto por Aidar et. al. (2003), e este talvez possa ser utilizado como uma ferramenta para a avaliação de potenciais impactos no uso de nitrogênio causados pela deposição atmosférica de N provocada pelas emissões da UTGCA – Petrobras.

Palavras-chave: nitrato redutase, sucessão ecológica, nitrato, aminoácidos


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Ecofisiologia do uso de nitrogênio em espécies arbóreas da Floresta Ombrófila Densa, Caraguatatuba, SP


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