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Rodrigo Sant’Ana Cabral


No dia 29 de abril de 2011, o biólogo Rodrigo Sant’Ana Cabral, aluno do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica de São Paulo, defendeu sua dissertação de mestrado intitulada:
“Estudo fitoquímico e avaliação da atividade anticolinesterásica de
Conchocarpus fontanesianus (A. St.-Hil.) Kallunki & Pirani (Rutaceae)”.

A banca examinadora foi presidida pela sua orientadora Dra. Maria Cláudia Marx Young (IBt) e contou com a participação da  Dra. Maria Fátima das Graças Fernandes da Silva (UFSCar) e da Dra. Deborah Yara Alves Cursino dos Santos (USP).

A banca examinadora foi presidida pela sua orientadora Dra. Maria Cláudia Marx Young (IBt) e contou com a participação da
Dra. Maria Fátima das Graças Fernandes da Silva (UFSCar) e da Dra. Deborah Yara Alves Cursino dos Santos (USP).


“Estudo fitoquímico e avaliação da atividade anticolinesterásica de
Conchocarpus fontanesianus (A. St.-Hil.) Kallunki & Pirani (Rutaceae)”.


RESUMO

Conchocarpus fontanesianus (Rutaceae), conhecida popularmente como pitaguará, é uma espécie endêmica de Floresta Ombrófila Densa de Encosta, em áreas de Mata Atlântica, mais precisamente em regiões de restinga do estado de São Paulo e Rio de janeiro. Na literatura, não foram encontrados registros sobre o estudo químico dessa espécie, porém em espécies do mesmo gênero já foram encontrados diversos metabólitos como alcalóides (furoquinolínicos, acridônicos) e cumarinas (furanocumarinas). O entendimento dos mecanismos de doenças, acompanhado do aumento de ensaios com enzimas disponíveis permitiram o desenvolvimento de sistemas eficientes e rápidos de bioensaios. A Doença de Alzheimer (DA), uma desordem neurodegenerativa de grande impacto sócio-econômico, é responsável por 50-60% do número total de casos de demência em pessoas de 65 anos. Além disso, dados epidemiológicos indicam uma potencialidade considerável de aumento na incidência da doença nas próximas duas décadas. Atualmente, o tratamento clínico mais eficiente utilizado tem foco na “Hipótese Colinérgica da Doença de Alzheimer”, e vem mostrando que alcalóides, inibidores da acetilcolinesterase, são candidatos potenciais para utilização no tratamento da doença. Estudos anteriores com o extrato bruto dos ramos caulinares de C. fontanesianus indicaram potencial inibição da acetilcolinesterase em testes in vitro. O presente trabalho teve como objetivo realizar o estudo químico de C. fontanesianus direcionado para a obtenção dos compostos responsáveis pela atividade anticolinesterásica e avaliação da atividade dos compostos isolados em testes in vitro. Os ramos caulinares secos e sem folhas de C. fontanesianus (2,02 kg) foram moídos e extraídos com etanol, sob pressão e temperatura (ASE). O extrato etanólico (51,02 g) foi dissolvido em solução ácida (HCl 0,1 mol/L) e submetido a processo de extração STAS-OTTO (ácido-base) para obtenção da fração de alcalóides totais (300 mg). A fração de alcalóides totais foi submetida a análises em HPLC, LC-DAD, LC-MS e ESI-MS. A purificação dos compostos majoritários ativos foi realizada por meio de cromatografia de camada delgada preparativa. A identificação das estruturas químicas dos compostos purificados foi feita por análises em GC-MS e HPLC, e comparação dos dados adquiridos com os da literatura. Da fração de alcalóides totais foram isolados quatro alcalóides, sendo três furoquinolínicos (dictaminina, g-fagarina e esquimianina) e um quinolónico (2-metil-1-fenil-4-quinolona). Foi isolado também um constituinte minoritário, a furanocumarina linear marmesina. Todos os compostos apresentaram atividade anticolineterásica moderada nos ensaios in vitro. Dentre os compostos isolados, o alcalóide esquimianina foi o que apresentou maior atividade (IC50=78,68 mg/mL).

Palavras chave: Conchocarpus fontanesianus, Rutaceae, Mata Atlântica, atividade anticolinesterásica, alcalóides, ESI-MS, GC-MS.

 


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“Estudo fitoquímico e avaliação da atividade anticolinesterásica de Conchocarpus fontanesianus (A. St.-Hil.) Kallunki & Pirani (Rutaceae)”.


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