Liliana Ferreira Delgado
No dia 20 de maio de 2010, a aluna Liliana Ferreira Delgado do curso de pós-graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente,
defendeu sua tese de doutorado intitulada
“Fracionamento, maturação e origem da capacidade regenerativa de sementes de algumas espécies brasileiras de Eugenia (Myrtaceae)”.
A banca examinadora foi composta pelos Professores Doutores Claudio Jose Barbedo (orientador), Rita de Cássia Leone Figueiredo-Ribeiro (IBt),
Sandra Maria Carmello-Guerreiro (UNICAMP), Jane Elisabeth Kraus (IB-USP) e Nelson Augusto dos Santos Júnior (IBt).
Fracionamento, maturação e origem da capacidade regenerativa
de sementes de algumas espécies brasileiras de Eugenia (Myrtaceae)
RESUMO
Estudos de germinação após o fracionamento em sementes de diversas espécies de Eugenia demonstraram potencial regenerativo nas espécies desse gênero. A presença de poliembrionia em diversas espécies da família Myrtaceae e, ainda, de embrião aparentemente indiviso em Eugenia demonstram a necessidade de estudos relativos à origem dos embriões que surgem apenas após as sementes serem fracionadas. Através deste trabalho buscou-se investigar esta origem, analisando o potencial de germinação de sementes de três espécies brasileiras não domesticadas (Eugenia cerasiflora, E. umbelliflora e E. pruinosa), utilizando uma delas (E. cerasiflora) como modelo. Nesta analisaram-se as características dessa capacidade regenerativa durante a formação das sementes, bem como realizaram-se análises anatômicas a partir do fracionamento. Os resultados demonstraram que sementes de E cerasiflora,E. pruinosa e E. umbelliflora submetidas a fracionamentos longitudinais ou transversais mantiveram elevada porcentagem de germinação e de produção de plântulas normais, independente da espécie e do tratamento submetido, sendo que sempre o corte longitudinal resultou em maior incremento da germinação e da produção de plântulas. As sementes de E. cerasiflora apresentaram capacidade germinativa e regenerativa durante todo o seu processo de maturação. As sementes de E. cerasiflora, E. involucrata e E. uniflora apresentam eixo hipocótilo-radícula distinto e dois cotilédones parcialmente unidos, na semente madura e especificamente para E. cerasiflora, também nas sementes imaturas. A produção de novas plantas, após o fracionamento, ocorreu a partir de células parenquimáticas perivasculares localizados na região apical dos cotilédones. Tal fato sugere que as novas plantas produzidas apresentam genoma idêntico ao do embrião, o que deve lhes conferir maior valor adaptativo. A indução de formação de novas plântulas somente ocorreu quando houve o fracionamento da semente, nunca ocorrendo de maneira espontânea em sementes intactas. Isto poderia estar associado à presença de inibidores de germinação na semente germinante. Para investigar a presença de possíveis inibidores, foram feitos extratos de sementes de Eugenia uniflora que não demonstraram claro efeito para a própria espécie. Contudo, para aquênios de alface e sementes de feijão, espécies reconhecidamente sensíveis a compostos inibidores, os resultados apresentaram diferenças significativas, revelando potencial inibidor para sementes dessa espécie.
Palavras chave: Semente, anatomia, regeneração e inibidores de germinação.
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