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James Andreas Maier


No dia 23 de Fevereiro de 2010, o aluno de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica de São Paulo (IBt), James Andreas Maier  defendeu sua dissertação de mestrado intitulada
“Efeitos do extrato etanólico e frações purificadas de Esenbeckia leiocarpa Engl. (Rutaceae)
na atividade anticolinesterásica e no comportamento de animais.”

A banca examinadora foi composta por Dra. Elaine Monteiro Cardoso Lopes (orientadora (IBt),  Dra. Luciana Retz de Carvalho (IBt) e
Dr. Hudson de Sousa Buck (FCMSC-SP).

O presente trabalho teve como objetivo realizar o estudo químico de E. leiocarpa direcionado para a obtenção dos compostos responsáveis pela atividade anticolinesterásica e verificar a atividade da fração alcalóides totais sobre a memória, ansiedade e depressão. Os ramos caulinares sem folha de E. leiocarpa foram moídos e o extrato etanólico obtido a partir do três métodos: maceração, ASE à temperatura ambiente e ASE à 70ºC. O extrato etanólico (34,8g) foi dissolvido em solução ácida (HCl 0,1M) e submetido a processo de separação ácido/base. Embora o método da maceração tenha mostrado melhor rendimento na obtenção do extrato etanólico o método ASE70 mostrou melhor eficiência para a obtenção dos alcalóides. Após a identificação de seus compostos a FALC foi utilizada em testes comportamentais em camundongos C57/Black6 para avaliar a atividade locomotora, a ansiedade e os processos de memória nas concentrações de 10 e 40 mg/Kg, via i.p. e comparadas com galantamina.  Foram purificados e identificados cinco alcalóide da FALC. As frações Fr. 7 (tR= 15,4 min) e Fr. 9 (tR= 19,3 min) foram identificados como dois alcalóides 4-quinolinonicos, leiokinina A (5,8 mg) e leptomerina (16,0 mg), respectivamente. Nas frações Fr. 10 (tR= 24,5 min) e Fr. 11 (tR= 26,2 min) foram identificados dois alcalóides furoquinolinicos, kokusaginina (5,7 mg) e esquimianina (12,3 mg), respectivamente. Na Fr. 12 (tR= 34,3 min) foi encontrada uma mistura dos alcalóides  (3.2 mg), maculina and flindersiamina. Os alcalóides leiokinina A e esquimianina apresentaram inibição da acetilcolinesterase com IC50 0,21 mM e 1,4 mM, respectivamente. Enquanto, leptomerina e kokusaginina apresentaram atividade anticolinesterásica potente com IC50 de 2,5 mM e 46,0 mM, respectivamente, semelhante à substância padrão galantamina (IC50 1,7 mM). Os resultados mostraram pela primeira vez a presença dos alcalóides leptomerina e esquimianina no caule de E. leiocarpa. Os testes comportamentais mostram que a FALC apresenta atividade ansiolítica e alterações na aquisição de memória.


Efeitos do extrato etanólico e frações purificadas de Esenbeckia leiocarpa Engl. (Rutaceae)
na atividade anticolinesterásica e no comportamento de animais


RESUMO

Esenbeckia. leiocarpa Engl. (Rutaceae) é uma planta semidecídua, esciófita, característica da floresta latifoliada primária, de estrutura arbórea com tronco reto que pode atingir de 20 a 30 metros, madeira pesada, encontrada do sul da Bahia até São Paulo. Diversos metabólitos secundários já foram identificados em E. leiocarpa como os alcalóides kokusaginina, flindersiamina, maculina, dictamnina, leiokinina A, leiokinina B entre. A Doença de Alzheimer é caracterizada por uma desordem neurodegenerativa progressiva onde há um déficit neuroquímico que atinge principalmente a região do hipocampo e os núcleos basais, afetando as vias colinérgicas. O foco do tratamento da DA está em aumentar o nível de acetilcolina no cérebro com o auxilio de inibidores de acetilcolinesterase. Estudos anteriores com o extrato bruto de E. leiocarpa demonstraram potencial inibição da acetilcolinesterase em testes in vitro. O presente trabalho teve como objetivo realizar o estudo químico de E. leiocarpa direcionado para a obtenção dos compostos responsáveis pela atividade anticolinesterásica e verificar a atividade da fração alcalóides totais sobre a memória, ansiedade e depressão. Os ramos caulinares sem folha de E. leiocarpa foram moídos e o extrato etanólico obtido a partir do três métodos: maceração, ASE à temperatura ambiente e ASE à 70ºC. O extrato etanólico (34,8g) foi dissolvido em solução ácida (HCl 0,1M) e submetido a processo de separação ácido/base. Embora o método da maceração tenha mostrado melhor rendimento na obtenção do extrato etanólico o método ASE70 mostrou melhor eficiência para a obtenção dos alcalóides. A Fração Alcaloídica (FALC) obtida foi separada em CLAE usando coluna preparativa ODS Shimadzu C-18 (250 x 20 mm), e a fase móvel acetonitrila(10%):metanol (45%):água (45%) (UV 242 nm e fluxo de 8 mL/min). A identificação estrutural foi feita por ressonância magnética nuclear 1D (1H, 13C e DEPT) e 2D (1H-1H gCOSY, gHMQC e gHMBC) e comparada com dados da literaturaApós a identificação de seus compostos a FALC foi utilizada em testes comportamentais em camundongos C57/Black6 para avaliar a atividade locomotora, a ansiedade e os processos de memória nas concentrações de 10 e 40 mg/Kg, via i.p. e comparadas com galantamina.  Foram purificados e identificados cinco alcalóide da FALC. As frações Fr. 7 (tR= 15,4 min) e Fr. 9 (tR= 19,3 min) foram identificados como dois alcalóides 4-quinolinonicos, leiokinina A (5,8 mg) e leptomerina (16,0 mg), respectivamente. Nas frações Fr. 10 (tR= 24,5 min) e Fr. 11 (tR= 26,2 min) foram identificados dois alcalóides furoquinolinicos, kokusaginina (5,7 mg) e esquimianina (12,3 mg), respectivamente. Na Fr. 12 (tR= 34,3 min) foi encontrada uma mistura dos alcalóides  (3.2 mg), maculina and flindersiamina. Os alcalóides leiokinina A e esquimianina apresentaram inibição da acetilcolinesterase com IC50 0,21 mM e 1,4 mM, respectivamente. Enquanto, leptomerina e kokusaginina apresentaram atividade anticolinesterásica potente com IC50 de 2,5 mM e 46,0 mM, respectivamente, semelhante à substância padrão galantamina (IC50 1,7 mM). Os resultados mostraram pela primeira vez a presença dos alcalóides leptomerina e esquimianina no caule de E. leiocarpa. Os testes comportamentais mostram que a FALC apresenta atividade ansiolítica e alterações na aquisição de memória.

Palavras-chave: 1. Fitoquímica. 2. Alcalóides. 3. Memória


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Efeitos do extrato etanólico e frações purificadas de Esenbeckia leiocarpa Engl. (Rutaceae)
na atividade anticolinesterásica e no comportamento de animais


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