faixapos6


Edna Ferreira Rosini


No dia 24 de fevereiro de 2010, a aluna Edna Ferreira Rosini (Bolsista CNPq), do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do
Instituto de Botânica de São Paulo, defendeu sua dissertação de mestrado intitulada
“Fitoplâncton de pesqueiros da Região Metropolitana de São Paulo: levantamento florístico”.

A banca examinadora foi composta pelas doutoras Mariângela Menezes (UFRJ), Dra. Célia Leite Sant’Anna (IBt) e Dra. Andréa Tucci (Orientadora/IBt). O trabalho representa o primeiro levantamento taxonômico sobre  o fitoplâncton de pesqueiros da Região Metropolitana de São Paulo, apresentando descrições, ilustrações e chaves de identificação para os 145 táxons identificados.


Fitoplâncton de Pesqueiros da Região Metropolitana de São Paulo: Levantamento Florístico


RESUMO

Pesqueiro é um nome genérico atribuído a empreendimentos de lagos de pesca esportiva ou recreativa. Esta atividade se expandiu no Estado de São Paulo a partir da década de 1990. Um dos maiores problemas encontrados nas atividades relacionadas aos pesqueiros é a eutrofização da água que, pelo aumento da concentração de nutrientes (manejo inadequado e ração para alimentação dos peixes), resulta em florações de algas e cianobactérias. Estudos já realizados nesses sistemas enfocaram principalmente questões econômicas e ambientais, enquanto que, estudos específicos sobre taxonomia de algas e cianobactérias não foram realizados. Assim, diante da importância ecológica e sanitária da ocorrência destes microrganismos em ecossistemas aquáticos, o presente trabalho teve como objetivo realizar o levantamento da biodiversidade fitoplanctônica em dez pesqueiros da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Os sistemas estudados estão localizados na bacia hidrográfica do alto rio Tietê, que corresponde a uma área de drenagem 7.390 Km2 e abrange 35 municípios. Possui aproximadamente 37% de área urbanizada. As coletas foram realizadas em duas épocas do ano: setembro/outubro de 2001 (final do período de estiagem) e fevereiro/março de 2002 (final do período chuvoso) (n = 20). Cada pesqueiro recebeu um código numérico. A estação de amostragem foi estabelecida próximo ao centro de cada sistema, cuja profundidade média variou entre 1,0 e 1,5 metro. As amostras de água para a análise taxonômica do fitoplâncton foram realizadas na sub-superfície da coluna d’água através de arrasto horizontal com rede de plâncton com abertura de malha de 20 µm. Essas amostras foram preservadas em formol a 4%. O estudo do material foi feito ao microscópio fotônico, Zeiss Axioplan 2, com câmara clara, retículo micrometrado e câmara fotográfica acoplados. A identificação foi realizada em nível específico e infraespecífico, sempre que possível, analisando-se as características morfológicas e métricas das populações. Todas as amostras estudadas estão depositadas no Herbário do Instituto de Botânica (SP). Foram identificados 145 táxons distribuídos em nove classes, 20 ordens, 34 famílias, 73 gêneros, 144 espécies, 16 variedades e três formas taxonômicas. A classe com maior riqueza específica foi Chlorophyceae (44%), seguida pelas Bacillariophyceae (17%), Cyanobacteria (16%), Zygnematophyceae (9%), Euglenophyceae (8%), Coscinodiscophyceae (3%), Xanthophyceae (2%), Fragilariophyceae (1,5%) e Dinophyceae (0,5%). Dentre os táxons identificados destaca-se Aphanocapsa annulata G.B. McGregor (Chroococcales, Cyanobacteria), por ser a primeira citação para o Brasil. Quanto à freqüência de ocorrência nas amostras analisadas, destaca-se: Dictyosphaerium pulchellum H.C.Wood (Chlorococcales, Chlorophyceae) por ter 90% de frequência de ocorrência. Cerca de 50% dos táxons identificados ocorreram em apenas 20% das amostras analisadas, ou seja, ocorreram em apenas quatro amostras, indicando que as floras de cada pesqueiro tem uma riqueza particular, muito provavelmente em resposta as características ambientais de cada ambiente. Dentre as cianobactérias tóxicas mais comuns no Brasil, segundo a literatura, destacam-se os gêneros Microcystis, Radiocystis, Planktothrix, Anabaena e Cylindrospermopsis, todos registrados em pelo menos um dos pesqueiros avaliados. Nas amostras analisadas os grupos fitoflagelados foram raramente encontrados. São apresentadas chaves para identificação de gêneros e espécies registrados nas amostras estudadas.

Palavras chave: Pesqueiros, taxonomia, biodiversidade, algas e Chlorophyceae.


pdf_grandeEdna Ferreira Rosini
Fitoplâncton de Pesqueiros da Região Metropolitana de São Paulo: Levantamento Florístico


 VOLTAR AS DISSERTAÇÕES E TESES