Solange Lury Miyazaki
Análise de estrutura, chuva de sementes e regeneração natural de populações de plantas em
floresta de restinga alta, São Vicente-SP.
RESUMO
Considerados ecossistemas ou geo-pedobiomas associados à Mata Atlântica, as formações vegetais de restingas apresentam estrutura e dinâmica próprias que incorporam desde formações herbáceas a florestas. Com o objetivo de contribuir para a melhoria das estratégias de conservação e recuperação desses recursos, o presente estudo investigou a dinâmica de um fragmento de floresta de restinga alta em regeneração há 50 anos, em uma área particular de mineração de areia para fundição. O trabalho baseou-se na analise comparativa da estrutura horizontal e vertical da floresta com a dinâmica da chuva de sementes e procurou responder às seguintes questões: a) qual a relação dos parâmetros estruturais dessa comunidade, após o período de regeneração, com os de outras formações semelhantes (floresta de restinga alta) e b) como alguns aspectos da dinâmica de populações de suas plantas pode justificar estes parâmetros. O estudo foi desenvolvido em uma área amostral de 0,4ha na propriedade privada da STAF em São Vicente, SP. Foram caracterizados três estratos a partir de critérios de DAP (≥ 4,8 cm para o superior e 0,8cm≤ DAPmédio ≤4,8 cm ) e altura máxima de 1,0m para o estrato inferior. A chuva de sementes foi acompanhada durante doze meses em coletores de 1m2. A contribuição das espécies alóctones na chuva de sementes foi de 89% o que mostra a importância da conectividade dessa flora, uma vez que, a maioria dos propágulos apresenta síndrome de dispersão zoocórica. As distribuições espaciais, quantitativa e qualitativa da chuva de sementes foram diferentes, irregular para a primeira e regular para a segunda. E a distribuição temporal foi sazonal para as duas características. Dados de RNT e TRT e da chuva de sementes, apontam Sloanea guianensis, Amaioua intermedia e Xylopia langsdorfiana como espécies comuns com boa contribuição na chuva de sementes. Os índices de similaridade de Sorensen entre as florestas de restinga alta, aqui comparadas, foram baixos para a flora do estrato superior e médio. Apesar de apresentar uma estrutura com menor densidade em relação aos indivíduos adultos, a área de estudo (STAF) exibiu altos valores de diversidade (H’= 3,75 e J= 0,85) e área basal compatíveis com as florestas em melhor estagio de conservação, evidenciando a presença comprovada na fauna de espécies típicas indicadoras de ambientes maduros como o anuro Hypsiboas faber. Esses resultados permitem inferir que a área estudada apresentou uma estrutura tão desenvolvida como é possível observar em outros estudos, e que muitas funções ecológicas foram reconstruídas ao longo desses 50 anos de recuperação ambiental, favorecida pela sua continuidade a um fragmento maior, fonte de propágulos.
Palavras chaves: 1. Floresta. 2. Dinâmica de populações. 3. Recuperação.
Solange Lury Miyazaki
Análise de estrutura, chuva de sementes e regeneração natural de populações de plantas em floresta de restinga alta, São Vicente-SP.
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