Marina Merlo Sampaio de Campos
No dia 27 de fevereiro de 2009 a aluna do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica/Ibt, Marina Merlo Sampaio de Campos, defendeu sua dissertação de mestrado intitulada
“ Ecofisiologia do uso de nitrogênio em espécies arbóreas da Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas, Ubatuba, SP.”
A Banca examinadora foi composta pelo Dr. Marcos Pereira Marinho Aidar (orientador e presidente da banca/Ibt), Dr. Ladaslav Sodek (Unicamp) e pela
Dra. Regina Maria de Moraes (Ibt).

Membros da Banca de Defesa: Dr.Ladaslav Sodek, Dr. Marcos Pereira Marinho Aidar,
Dra. Regina Maria de Moraes e a aluna Marina Merlo Sampaio de Campos
Ecofisiologia do uso de nitrogênio em espécies arbóreas da Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas, Ubatuba, SP.
RESUMO
O nitrogênio é amplamente reconhecido como um fator chave no funcionamento dos ecossistemas terrestres determinando o desempenho das plantas e a distribuição das espécies. Estudos ecofisiológicos sobre o uso de nitrogênio em plantas arbóreas tropicais apontam que grupos funcionais na sucessão secundária têm preferências diferenciadas quanto ao uso das fontes disponíveis no solo. Assim, o objetivo desse trabalho foi verificar o uso de nitrogênio (transporte, estocagem e assimilação) no verão e no inverno em 33 espécies arbóreas na Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas e relacioná-lo com suas classes sucessionais (pioneira, secundária inicial e secundária tardia), contribuindo para uma melhor compreensão do funcionamento do ecossistema e de componentes do ciclo do nitrogênio na Mata Atlântica no Estado de São Paulo. Para isso foram avaliados os seguintes parâmetros: disponibilidade de NH4+ e NO3- no solo, ocorrência de simbiose radicular por fungo micorrízico arbuscular FMA, redução de NO3-, determinação da razão isotópica do N estável e da razão C/N em amostras de folhas; e determinação do conteúdo de NO3-, de aminoácidos e amidas na seiva do xilema. Os resultados mostram uma maior disponibilidade do nitrogênio mineral no solo no inverno, sendo a concentração amônio maior que a de nitrato. A colonização radicular foi alta nas duas estações, com a presença de vesículas, hifas e arbúsculos. A espécie pioneira apresentou os valores mais altos de atividade da enzima nitrato redutase (ANR) e de conteúdo de NO3- nas folhas, alta %N foliar e baixa razão C/N foliar, transportando nitrogênio na seiva do xilema principalmente através de NO3- e glutamina, com uma grande variação nos valores dos parâmetros analisados entre as estações. As espécies secundárias tardias apresentaram uma baixa ANR e um baixo conteúdo de NO3- na folha em relação à espécie pioneira, a razão C/N foliar foi a mais alta e na seiva do xilema predominaram os aminoácidos asparagina e arginina no inverno, e asparagina e glutamina no verão. Já as espécies secundárias iniciais têm características intermediárias em relação à espécie pioneira e às espécies tardias para a maioria dos parâmetros avaliados, com predomínio na seiva do xilema de glutamina e pequena variação entre as estações. Quanto ao δ15N foliar, com exceção das leguminosas, todas as espécies (independente da classe sucessional e da estação) apresentam valores muito semelhantes (≈ 3‰ em média). Os resultados mostraram que as espécies respondem à sazonalidade apesar da pequena variação das condições climáticas e da disponibilidade de nitrogênio mineral no solo entre os períodos de coleta e evidenciam a existência de três classes sucessionais com um continuum de características de uso de nitrogênio.
Palavras-chave: sucessão ecológica, nitrogênio, nitrato, amônia, aminoácidos, Parque Estadual da Serra do Mar.
Marina Merlo Sampaio de Campos
Ecofisiologia do uso de nitrogênio em espécies arbóreas da Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas, Ubatuba, SP
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