Luisiana Andresa Carneiro
No dia 24 de setembro de 2007, a aluna Luisiana Andresa Carneiro do Programa de Pós Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente,
defendeu sua tese de doutorado intitulada
“Fragilariophyceae (Ochrophyta) de águas doces do estado de São Paulo: levantamento florístico”.
A banca examinadora foi composta por sua orientadora Dra. Denise de Campos Bicudo, Dra. Thelma Veiga Ludwig,
Dra. Andrea Tucci, Dra. Carla Ferragutti e Dr. Paulo Eduardo de Oliveira.
Fragilariophyceae (Ochrophyta) de águas doces do estado de São Paulo: levantamento florístico
RESUMO
O levantamento florístico da classe Fragilariophyceae no Estado de São Paulo baseou-se na revisão de material de literatura e na análise de 178 amostras coletadas em 102 municípios, em ambientes lóticos e lênticos e em diferentes hábitats. Para cada táxon foi providenciada: (1) referência da obra que contém sua descrição e/ou diagnose original; (2) descrição morfológica resultante de análise em microscopia óptica e eletrônica de varredura; (3) medidas de interesse taxonômico; (4) distribuição geográfica no país baseada na literatura disponível; (5) distribuição geográfica no Estado de São Paulo; (6) relação das unidades amostrais em que o táxon foi encontrado; (7) comentários taxonômicos; e (8) ilustrações sob a forma de fotografias aos microscópios óptico e eletrônico de varredura, visando a evidenciar as características diagnósticas em nível genérico e específico. Mediante análise populacional, buscou-se avaliar e hierarquizar as características diagnósticas que melhor definem gêneros, espécies e táxons infra-específicos. Foram registrados 37 táxons distribuídos em 32 espécies, cinco variedades que não as típicas de suas respectivas espécies e pertencentes aos gêneros Asterionella (01), Fragilaria (13), Fragilariforma (05), Pseudostaurosira (03), Tabularia(03) e Ulnaria (12). Dois gêneros (Pseudostaurosira eTabularia)e 32 táxons (86 % do total de táxons identificados) foram citados pioneiramente para o estado, dos quais, muito provavelmente, cinco são novidades para a ciência (um de Fragilariforma, um de Pseudostaurosira, um deUlnaria e dois de Fragilaria). As informações sobre a ultra-estrutura (descrições e ilustrações) de 12 táxons também são inéditas para material do Estado de São Paulo e todos os restantes, possivelmente, também para o Brasil. O gênero Fragilaria foi o de melhor representação em número de táxons (11 espécies e duas variedades) e Ulnaria foi o mais amplamente distribuído (43 % dos municípios analisados). Ulnaria acus(Kütz.) Czarn. foi a espécie com maior distribuição geográfica, tendo sido registrada em 22 municípios (21 %). Em seguida, estão Ulnaria ulna(Nitzsch) Comp. e Fragilaria fragilarioides (Grun.) Choln., que ocorreram em 14 municípios (14 %). Salienta-se a necessidade de avaliar o padrão de estrias como critério em nível gênero, desde que o mesmo tipo de areolação ocorreu em Tabularia e Staurosirella. De modo geral, as características diagnósticas específicas e infraespecíficas dos cinco gêneros identificados estão bem definidas. Todavia, a ocorrência simultânea de táxons morfologicamente muito semelhantes pertencentes a Tabularia sinalizou para a necessidade de avaliar possíveis co-especificidades. Discute-se, finalmente, a necessidade de revisão de alguns táxons por conta de problemas nomenclaturais, taxonômicos e/ou pela ocorrência de morfotipos muito heterogêneos.
A classe Fragilariophyceae reúne as espécies de diatomáceas com esterno não rafidiano. Abrange oito ordens, nove famílias e 49 gêneros, dos quais 21 distribuídos em ambientes dulciaqüícolas. Seu conhecimento para Estado de São Paulo resume-se a 43 trabalhos (três dos quais, apenas, de cunho taxonômico) que, no conjunto, registraram 25 táxons, sendo apenas oito passíveis de reestudo taxonômico. O levantamento florístico desta classe no Estado de São Paulo baseou-se na revisão de material de literatura e na análise de 178 amostras coletadas em 102 municípios, em ambientes lóticos e lênticos e em diferentes hábitats. Para cada táxon foi providenciada: (1) referência da obra que contém sua descrição e/ou diagnose original; (2) descrição morfológica resultante de análise em microscopia óptica e eletrônica de varredura; (3) medidas de interesse taxonômico; (4) distribuição geográfica no país baseada na literatura disponível; (5) distribuição geográfica no Estado de São Paulo; (6) relação das unidades amostrais em que o táxon foi encontrado; (7) comentários taxonômicos; e (8) ilustrações sob a forma de fotografias aos microscópios óptico e eletrônico de varredura, visando a evidenciar as características diagnósticas em nível genérico e específico. Mediante análise populacional, buscou-se avaliar e hierarquizar as características diagnósticas que melhor definem gêneros, espécies e táxons infra-específicos. Foram registrados 37 táxons distribuídos em 32 espécies, cinco variedades que não as típicas de suas respectivas espécies e pertencentes aos gêneros Asterionella (01), Fragilaria (13), Fragilariforma (05), Pseudostaurosira (03), Tabularia (03) e Ulnaria (12). Dois gêneros (Pseudostaurosira eTabularia) e 32 táxons (86 % do total de táxons identificados) foram citados pioneiramente para o estado, dos quais, muito provavelmente, cinco são novidades para a ciência (um de Fragilariforma, um de Pseudostaurosira, um de Ulnaria e dois deFragilaria). As informações sobre a ultra-estrutura (descrições e ilustrações) de 12 táxons também são inéditas para material do Estado de São Paulo e todos os restantes, possivelmente, também para o Brasil. O gênero Fragilaria foi o de melhor representação em número de táxons (11 espécies e duas variedades) e Ulnaria foi o mais amplamente distribuído (43 % dos municípios analisados). Ulnaria acus(Kütz.) Czarn. foi a espécie com maior distribuição geográfica, tendo sido registrada em 22 municípios (21 %). Em seguida, estãoUlnaria ulna (Nitzsch) Comp. e Fragilaria fragilarioides (Grun.) Choln., que ocorreram em 14 municípios (14 %). Salienta-se a necessidade de avaliar o padrão de estrias como critério em nível gênero, desde que o mesmo tipo de areolação ocorreu em Tabulariae Staurosirella. De modo geral, as características diagnósticas específicas e infra-específicas dos cinco gêneros identificados estão bem definidas. Todavia, a ocorrência simultânea de táxons morfologicamente muito semelhantes pertencentes a Tabularia sinalizou para a necessidade de avaliar possíveis co-especificidades. Discute-se, finalmente, a necessidade de revisão de alguns táxons por conta de problemas nomenclaturais, taxonômicos e/ou pela ocorrência de morfotipos muito heterogêneos.
Palavras-chave: arafídeos, diatomáceas, diversidade, taxonomia.
Luisiana Andresa Carneiro
Fragilariophyceae (Ochrophyta) de águas doces do estado de São Paulo: levantamento florístico
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