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Luciana da Silva Canêz 


Luciana da Silva Canêz, aluna do Programa em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica de São Paulo e bolsista da FAPESP,
defendeu, dia 25 de maio de 2009, sua tese de doutorado intitulada
“Estudos taxonômicos em Punctelia (Parmeliaceae, Ascomycetes Liquenizados)”orientada pelo Dr. Marcelo Pinto Marcelli.

A banca examinadora foi composta por seu orientador, pela Dra. Susana Calvelo da Universidade de Comaue, Argentina;
Dra. Sionara Eliasaro da Universidade Federal do Paraná (UFPR); Dra. Adriana de Mello Gugliotta e Dr. Tarcísio Filgueiras, ambos Instituto de Botânica.

O trabalho consistiu do estudo do material tipo das espécies de Punctelia do mundo, bem como do tipo das espécies na lista de sinônimos. Foram estudados principalmente espécimes provenientes de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, mas também alguns espécimes provenientes da África, Alemanha, Argentina, Austrália, Chile, Colômbia, Estados Unidos,
Equador, Hungria, Itália, México, Nova Zelândia e Uruguai.

Os dados foram dispostos em três capítulos baseados coloração da superfície inferior e na química medular das espécies. Os capítulos apresentam chaves de identificação para as espécies, bem como descrições detalhadas, comentários taxonômicos e, quanto pertinente, comentários a respeito do material examinado.

Como resultados o número de espécies conhecidas para a América do Sul aumentou de 32 para 74 táxons, sendo que destes, 38 ocorrem no Brasil. Foram reconhecidas 20 novas espécies, 12 combinações novas e também seis espécies foram lectotipificadas. Punctelia ruderata (Vainio) Canêz & Marcelli é nova citação para o Continente Americano, P. jujensis Adler e P. missouriensis Wilhelm & Ladd são citadas pela primeira vez para o Brasil e P. roseola Jungbluth, Marcelli & Elix é reportada pela primeira vez para o Estado do Rio de Janeiro.


Estudos taxonômicos em Punctelia (Parmeliaceae, Ascomycetes Liquenizados)


RESUMO

Punctelia foi criado por Krog (1982) para as espécies de Parmelia Ach., que apresentam atranorina no córtex superior, pseudocifelas na superfície superior e conídios filiformes ou unciformes. Quando proposto, 18 epítetos foram combinados neste gênero, atualmente, segundo dados de literatura, o gênero apresenta 49 espécies. Desse total, 24 são reportadas para o Brasil representando 49% do numero mundial de espécies. Entretanto nenhum estudo englobou todas as espécies e elas vêm sendo tratadas apenas em trabalhos de flora, sendo que nenhuma destas floras contempla o Brasil. Devido a esta lacuna no estudo de Punctelia e ao número de espécies previamente registradas para o Brasil, esse trabalho teve como objetivo fazer um estudo taxonômico e florístico das espécies de Punctelia com ênfase em áreas do sul e sudeste do país. Todos os tipos das espécies aceitas, bem como de seus sinônimos foram solicitados a 39 herbários e quase todos os tipos das espécies aceitas (94%) e seus sinônimos foram estudados. Os tipos foram descritos e comparados com os protólogos e literatura, testes de spot foram feitos nos demais espécimes com hidróxido de potássio (K), hipoclorito de sódio (C) e parafenilenodiamina (P) e submetidos à luz ultravioleta (UV). As substâncias de importância taxonômica, exceto dos tipos, foram determinadas através de microcristalização e Cromatografia de Camada Delgada. Como resultado o número de espécies do gênero passa de 49 para 74. Vinte espécies são novas para a ciência, sendo elas: P. analandiana Canêz & Marcelli, P. atrodigitata Marcelli & Canêz, P. brasiliana Canêz & Marcelli, P. dispersa Marcelli & Canêz, P. delicatula Canêz & Marcelli, P. elixii Marcelli & Canêz, P. erosa Canêz & Marcelli, P. ibiunensis Canêz & Marcelli, P. inversa Marcelli & Canêz, P. involuta Canêz & Marcelli, P. isidiata Canêz & Marcelli, P. krogiae Marcelli & Canêz, P. lobulata Canêz & Marcelli, P. marcellii Canêz, P. mirabilis Canêz & Marcelli, P. nashii Marcelli & Canêz, P. obtecta Canêz & Marcelli, P. palui Canêz & Marcelli, P. puigarii Canêz & Marcelli e P. spathulata Canêz & Marcelli. Doze espécies anteriormente tratadas como sinônimos são novas combinações: P. albida (Zahlbr.) Canêz & Marcelli, P. australica (Räs.) Canêz & Marcelli, P. azulensis (B. de Lesd.) Canêz & Marcelli, P. cylindrica (Räs.) Marcelli & Canêz, P. insignata (Stizenb.) Canêz & Marcelli, P. laeviuscula (Räs.) Canêz & Marcelli, P. maculato-sorediosa (Gyeln.) Canêz & Marcelli, P. polycarpina (Zahlbr.) Canêz & Marcelli, P. ruderata (Vainio) Canêz & Marcelli, P. scrobiculata (B. de Lesd.) Canêz & Marcelli, P. subaequans (Nyl.) Canêz & Marcelli, P. subsorediosa (Räs.) Canêz & Marcelli. Para Parmelia borreri var. allophyla Kremp., P. lorentzii var. lobulata Kremp., Punctelia borrerina (Nyl.) Krog, P. lorentzii (Kremp.) Krog, P. microsticta (Müll. Arg.) Krog e P. stictica (Del. ex Duby) Krog foi necessário eleger lectótipos. Punctelia ruderata é nova citação para o Continente Americano, P. jujensis Adler e P. missouriensis Wilhelm & Ladd são citadas pela primeira vez para o Brasil e P. roseola Jungbluth, Marcelli & Elix é reportada pela primeira vez para o Estado do Rio de Janeiro.

Palavras-chave: Fungos liquenizados, Parmeliaceae, Punctelia, Taxonomia

Punctelia missouriensis

Punctelia missouriensis


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Estudos taxonômicos em Punctelia (Parmeliaceae, Ascomycetes Liquenizados)


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