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Denise Lopes Resende Vido


No dia 27 de agosto de 2009, a aluna Denise Lopes Resende Vido defendeu a sua dissertação de mestrado no Instituto de Botânica intitulada
“Comparação da composição química e das atividades biológicas dos óleos essenciais
de folhas de populações de Hedyosmum brasiliense Mart. ex Miq. provenientes da Serra do Mar e da Serra da Mantiqueira (Mata Atlântica)”.

A banca examinadora foi composta pela Dra. Maria Cláudia Marx Young (Orientadora, IBt), Dr. João Henrique Ghilardi Lago (UNIFESP) e
Dra. Márcia Ortiz Mayo Marques (IAC).


Comparação da composição química e das atividades biológicas dos óleos essenciais de folhas de populações de Hedyosmum brasiliense Mart. ex Miq. provenientes da Serra do Mare da Serra da Mantiqueira (Mata Atlântica)


RESUMO

As plantas, em especial as plantas medicinais e aromáticas, podem apresentar alterações bioquímicas e fisiológicas, capazes de afetar a síntese dos princípios ativos, tanto quantitativa como qualitativamente. Os óleos essenciais são compostos provenientes do metabolismo secundário e apresentam diferentes funções. Fatores endógenos ou exógenos, como variabilidade genética entre os indivíduos, o estádio fenológico, a interação com outras espécies, a época de colheita, o tempo de secagem entre outros, podem alterar a sua composição e o seu teor. Hedyosmum brasiliense Mart. ex Miq. é um arbusto ou arvoreta que varia de 2,9 a 7 m de altura, distribuído por toda região central e sul do Brasil, e também no leste do Paraguai.  Suas folhas são utilizadas na medicina popular para enxaqueca, dores de estômago, disfunções do ovário, frieira, reumatismo, como tônico e afrodisíaco, porém, somente as propriedades analgésicas e anticoagulantes foram comprovadas. Considerando o extrativismo e a possível extinção de espécies da flora tropical em condições naturais, o objetivo deste trabalho foi ampliar o conhecimento sobre a composição química e o teor dos óleos essenciais de folhas frescas e secas de H. brasiliense, provenientes de duas formações distintas de Mata Atlântica (Serra do Mar e da Mantiqueira), em diferentes épocas do ano e avaliar suas atividades antifúngica, antibacteriana e anticolinesterásica. Os óleos de folhas frescas e secas dos quatro indivíduos demarcados em cada local foram obtidos por hidrodestilação e analisados por CG/EM. A atividade antifúngica foi realizada pelo método de bioautografia direta com os fungos filamentosos Cladosporium cladosporioides e C. sphaerospermum. A avaliação da atividade contraos microorganismos Candida albicansStaphylococcus aureusEscherichia coli ePseudomonas aeruginosa foi realizada pelo método da microdiluição. A atividade anticolinesterásica foi avaliada por ensaio colorimétrico em microplaca. Os rendimentos de óleos de folhas secas foram sempre superiores aos de folhas frescas, e em relação aos diferentes locais, óleos de folhas de Paranapiacaba tiveram maior rendimento que os de folhas de Pindamonhangaba. Dentre os óleos dos indivíduos de Paranapiacaba houve predominância de compostos monoterpênicos, em contrapartida, óleos provenientes de folhas dos indivíduos de Pindamonhangaba apresentaram maiores teores de sesquiterpenos. A secagem das folhas alterou o teor dos compostos majoritários. Em Paranapiacaba, os óleos obtidos de folhas frescas apresentaram como constituintes majoritários: sabineno, (Z)-β-guaieno, (E)-γ-bisaboleno, pinocarvona e metil eugenol (este último apenas para o indivíduo 2). Em Pindamonhangaba, os óleos extraídos de folhas frescas apresentaram os mesmos constituintes majoritários, com exceção de metil eugenol e do (E)-γ-bisaboleno (presente apenas no indivíduo 3), além do γ-muuroleno. Os óleos de folhas secas apresentaram componentes majoritários semelhantes em ambos os locais: espatulenol, santalona e sabineno. Os óleos obtidos de folhas frescas e secas de ambos os locais apresentaram atividade de fraca a forte contra os fungos filamentosos. Óleos de folhas secas de ambos os locais apresentaram atividade antimicrobiana forte: com inibição de até 100% para S. aureusC. albicansE. coli e P. aeruginosa. Os óleos de folhas frescas foram mais efetivos contra os dois primeiros microorganismos. Com relação à atividade anticolinesterásica, os melhores resultados foram obtidos para os óleos extraídos de folhas secas coletadas em Pindamonhangaba durante a primavera. Os resultados permitem concluir que a secagem, a genética e a localização geográfica dos indivíduos foram os fatores que tiveram maior influência na variação do teor e composição dos óleos essenciais de Hedyosmum brasiliense.

Palavras-chave: 1. Óleos essenciais. 2. Chloranthaceae.  3.Hedyosmum.


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Comparação da composição química e das atividades biológicas dos óleos essenciais de folhas de
populações de Hedyosmum brasiliense Mart. ex Miq. provenientes da Serra do Mar e da Serra da Mantiqueira (Mata Atlântica)


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