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Andrea Nunes Vaz Pedroso


No dia 30 de novembro de 2009, a aluna Andrea Nunes Vaz Pedroso, bolsista CAPES, do Curso de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica, defendeu sua tese de doutorado intitulada
“Alterações estruturais, ultraestruturais e histoquímicas em folhas de Nicotiana tabacum ‘Bel-W3’ (Solanaceae)”.

A banca examinadora foi composta pela Dra. Edenise Segala Alves (Orientadora e Presidente/IBt), Dra. Aristea Alves de Azevedo (UFV),
Dr. Carlos Alberto Martinez y Huaman (USP – Ribeirão Preto), Dra. Jane Elisabeth Kraus (IB – USP) e Dra. Marisa Domingos (IBt).


Alterações estruturais, ultraestruturais e histoquímicas em folhas de Nicotiana tabacum ‘Bel-W3’ (Solanaceae)


RESUMO

A cultivar sensível ‘Bel-W3’ de Nicotiana tabacum é comumente empregada em países de clima temperado como bioindicadora do ozônio, por apresentar sintomas característicos, como necroses e cloroses intervenais. Contudo, estudos anteriores mostraram que, quando exposta em São Paulo, outros fatores, além do ozônio, possivelmente interferiram na resposta da planta. Dessa forma, objetiva-se contribuir com informações que possam explicar a fraca relação existente entre a concentração de ozônio e os danos observados na folha, determinando-se, por meio de análises estruturais, ultraestruturais e testes histoquímicos, as possíveis alterações e a sequência de eventos que levam aos sintomas visíveis, correlacionando-os com dados do ambiente. As plantas foram expostas em ponto da cidade de São Paulo com altas concentrações de ozônio, ao longo de cinco campanhas experimentais nos anos de 2007 e 2008. Cada campanha consistiu em exposições contínuas de 14 dias e, nesse período, foram realizadas coletas aleatórias entre 0 e 14 dias de exposição. Em cada coleta foram retiradas seis plantas cujas folhas 6 e 7 foram fixadas e processadas segundo técnicas usuais para análises em microscopia fotônica e microscopia eletrônica de transmissão. Para as análises histoquímicas foram utilizados o reagente 3,3’-diaminobenzidina e o corante azul de Evans, que evidenciam o acúmulo de peróxido de hidrogênio e a morte celular, respectivamente. Em microscopia de epifluorescência, foram observadas em amostras à fresco a autofluorescência dos cloroplastos. Nos períodos correspondentes ao inverno e a primavera foram observadas alterações estruturais e ultraestruturais mais evidentes, como: retração do citoplasma das células do mesofilo, sinuosidade das paredes anticlinais das células paliçádicas e espessamento de suas paredes, protrusões nas células do parênquima lacunoso, condensação da cromatina, presença de vacuoma, alterações na forma e autofluorescência dos cloroplastos, intumescência dos tilacóides, aumento dos plastoglóbulos, mitocôndrias com matriz elétrondensa e com cristas dilatadas. Observou-se também resposta semelhante à hipersensibilidade (HR-like), caracterizada pela morte celular de pequenos grupos de células do parênquima paliçádico. As plantas apresentaram maior acúmulo de peróxido de hidrogênio e aumento significativo no número de células mortas ao longo do tempo, principalmente no parênquima paliçádico. Observou-se correlação positiva entre o número de células mortas e a AOT20 (valor acumulado acima de 20 ppb.h de ozônio) e também entre o acúmulo de peróxido de hidrogênio, o que indica estresse oxidativo, e a temperatura. Os resultados confirmam a alta sensibilidade da cultivar ao ozônio e que, além desse gás, a temperatura parece interferir na resposta da planta. Estudos que associem esses dois parâmetros de forma controlada são recomendados.

Palavras-chave: poluição atmosférica, estresse oxidativo, peróxido de hidrogênio, morte celular, anatomia foliar, HR-like


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Alterações estruturais, ultraestruturais e histoquímicas em folhas de Nicotiana tabacum ‘Bel-W3’ (Solanaceae)


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