Ricardo José Domingues
No dia 28 de fevereiro de 2008, o aluno de Pós-graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica de São Paulo (IBt), Ricardo José Domingues, defendeu sua dissertação de mestrado intitulada:
“Potencial fungicida “in vitro” de extratos de plantas e de basidiomicetos sobre Alternaria solani (Ell. & Martin) Jones & Grout,
Colletotrichum acutatum Simmonds e Sclerotium rolfsii Sacc.“.
A banca examinadora foi composta pelo Dr. Dácio Roberto Matheus (Orientador /IBt), Dra. Luce Maria Brandão Torres (IBt),
em substituição à Dra. Maria Cláudia Marx Young (IBt) e pela Dra. Joana D’Arc Felício de Souza (Instituto Biológico).
A utilização de fungicidas é, em muitos casos, a única medida eficiente e viável de controlar doenças e garantir a sustentabilidade da atividade agrícola. Por outro lado, é também uma tecnologia que traz impactos negativos ao ambiente e à saúde pública.
Potencial fungicida “in vitro” de extratos de plantas e de basidiomicetos sobre Alternaria solani (Ell. & Martin) Jones & Grout, Colletotrichum acutatum Simmonds e Sclerotium rolfsii Sacc.
RESUMO
Os fungos Alternaria solani e Colletotrichum acutatum causam graves prejuízos às culturas de tomate e morango, respectivamente. Sclerotium rolfsii é considerado como patógeno de solo, capaz de provocar danos severos a diversas espécies agrícolas de importância econômica.
O trabalho teve como objetivo avaliar a ação de extratos etanólicos e hexânicos de oito espécies de plantas fanerógamas de uso comercial, e três espécies de plantas fanerógamas nativas e de dois basidiomicetos nativos sobre a: a) inibição de crescimento micelial desses fitopatógenos, b) inibição da germinação de conídios (A. solani e C. acutatum) e c) inibiçãoda germinação de escleródios de S. rolfsii.
Dentre os extratos de plantas fanerógamas comerciais, os extratos hexânicos de Ruta graveolens, Allamanda cathartica, Impatiens walleriana, Allium sativum e Lavandula augustifolia foram os que proporcionaram os menores valores de crescimento micelial dos três fitopatógenos. O extrato hexânico de A. sativum foi o único a inibir totalmente a germinação de conídios de A. solani. Os extratos hexânicos de I. walleriana, A. sativum e L. augustifolia foram os únicos em que verificou-se ausência total de germinação de conídios de
C. acutatum. Os extratos hexânicos de R. graveolens e de I. walleriana inibiram totalmente a germinação de escleródios de S. rolfsii.
Dentre as plantas e basidiomicetos nativos o extrato do fungo Oudemansiella canarii foi o mais ativo. Proporcionou a maior inibição do crescimento micelial dos fitopatógenos, inibiu totalmente a germinação de conídios de A. solani e C. acutaum e da germinação de escleródios de S. rolfsii. O extrato de Irpex lacteus inibiu parcialmente o crescimento micelial dos patógenos.
Diversas espécies vegetais apresentam elevado potencial como fontes alternativas de substâncias com ação fungicida e o seu estudo poderá contribuir para a redução dos problemas hoje existentes no controle químico de doenças fúngicas na agricultura. Evidentemente, outros estudos devem ser realizados visando avaliar também, o potencial toxicológico dessas substâncias ao homem e ao ambiente antes de serem empregadas em larga escala.
Ricardo José Domingues
Potencial fungicida “in vitro” de extratos de plantas e de basidiomicetos sobre Alternaria solani (Ell. & Martin) Jones & Grout,
Colletotrichum acutatum Simmonds e Sclerotium rolfsii Sacc.
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