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Marísia Pannia Espósito



Estudo da relação entre necroses foliares indicadoras de ozônio atmosférico e
defesas antioxidativas em folhas de Nicotiana tabacum “Bel W3”


RESUMO

O efeito tóxico do ozônio sobre os seres vivos é bastante conhecido e depende de sua concentração atmosférica, tempo de exposição e da sensibilidade do receptor. As plantas geralmente são muito sensíveis a esse gás, o qual é absorvido predominantemente via estômatos, promovendo a formação de espécies reativas de oxigênio (EROs), como o ânion superóxido (O2·-) e o radical hidroxila (OH·) e criando uma situação de estresse oxidativo. As EROs são extremamente nocivas a moléculas biológicas vitais, como lipídios, proteínas e ácidos nucléicos. A cultivar Bel W3 de Nicotiana tabacum é a planta bioindicadora sensível mais padronizada e mais amplamente utilizada para qualificação de níveis tóxicos de ozônio em regiões de clima temperado. Diferentes estudos vêm avaliando, sob vários aspectos, seu potencial bioindicador para a cidade de São Paulo. No presente, levantou-se a hipótese de que as variações diárias na concentração de ozônio atmosférico e/ou nas condições meteorológicas encontradas na cidade de são Paulo podem alterar as respostas antioxidativas diárias e, por conseguinte, a manifestação de necroses em folhas de N. tabacum Bel W3. Portanto, os objetivos traçados foram: a) determinar, em experimentos de campo, as relações entre as necroses foliares e respostas antioxidativas diárias (concentração de ácido ascórbico total – AA e atividade das enzimas superóxido dismutase – SOD e peroxidases – POD) em plantas de tabaco em um local da cidade de São Paulo contaminado por altos níveis de ozônio atmosférico e entre essas medidas biológicas e variações em fatores ambientais ao longo dos períodos experimentais; b) confirmar, em câmaras de fumigação, a existência das relações entre os mesmos indicadores de defesas antioxidativas e necroses foliares em plantas de tabaco expostas a concentrações conhecidas de ozônio atmosférico, simulando a poluição atmosférica de São Paulo. No estudo realizado em campo, a análise de regressão múltipla mostrou que 63% da variação na porcentagem de injúrias foliares ao longo de todo período experimental foi explicada por menores níveis de antioxidantes (AA e SOD) e por maiores valores de concentração atmosférica de ozônio e temperatura do ar. Já no estudo realizado em fumigação, a redução do conteúdo de ácido ascórbico nas plantas de N. tabacum Bel W3 expostas a concentrações crescentes de ozônio, acompanhando o aumento da área foliar afetada por necroses, indicou claramente a sensibilidade da cultivar ao ozônio. As respostas antioxidativas dependeram do tempo de exposição e do nível de ozônio ao qual as plantas foram expostas, sendo mais intensas após dois dias de fumigação com 20 e 40 ppb de O3, para SOD e AA total, respectivamente, apesar de não terem sido suficientes para conter danos celulares e a ocorrência de necroses foliares. Com tais resultados, fica evidente que N. tabacum Bel W3 pode caracterizar os níveis de ozônio em São Paulo, porém sob baixas concentrações de ozônio e por um período de exposição ideal que ainda precisa ser determinado.


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Estudo da relação entre necroses foliares indicadoras de ozônio atmosférico e defesas antioxidativas em folhas de Nicotiana tabacum “Bel W3”
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