Juliana Iura de Oliveira Mello
No dia 19 de fevereiro de 2008, a aluna de Pós-graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica de São Paulo (IBt), Juliana Iura de Oliveira Mello (Bolsista CNPq), defendeu sua dissertação de mestrado intitulada
“Compostos de reserva de sementes e suas relações com diferentes níveis de sensibilidade à dessecação e ao congelamento”.
A banca examinadora foi composta pela Dra. Rita de Cássia Leone Figueiredo Ribeiro (Orientadora e Presidente/IBt), Dra. Marília Gaspar Mais (IBt) e
Dr. Massanori Takaki (UNESP – Rio Claro/SP), como mostrado na fotografia. A aluna foi aprovada com distinção e louvor.
Compostos de reserva de sementes e suas relações com diferentes níveis de sensibilidade à dessecação e ao congelamento
RESUMO
O trabalho mostrou que os compostos de reserva das sementes, além de suprirem energia para o desenvolvimento embrionário, desempenham importantes funções relacionadas à proteção celular contra estresses abióticos, incluindo a dessecação e o congelamento. O trabalho constou de uma análise comparada dos principais compostos de reserva de sementes das espécies nativas brasileiras (vide fotografia) Inga vera (ingá), Eugenia uniflora (pitanga), Caesalpinia echinata (pau-brasil) e Erythrina speciosa (eritrina) submetidas a diferentes níveis de secagem e ao congelamento. Estudos anteriores demonstraram que as sementes de ingá e pitanga apresentavam um comportamento recalcitrante, enquanto as de pau-brasil e eritrina eram ortodoxas, havendo entre elas gradientes de tolerância à dessecação. No presente trabalho foi mostrado que os maiores teores de açúcares solúveis e lipídios foram encontrados nas sementes ortodoxas, porém as alterações encontradas nos teores destes compostos durante a dessecação e o congelamento, por si só não explicam o comportamento das sementes. Por outro lado, a presença em grande quantidade de oligossacarídeos da série da rafinose (OSR) nas sementes de eritrina, assim como os elevados teores de ciclitóis nas sementes de pau-brasil poderiam explicar melhor a tolerância dessas sementes à dessecação. Ainda, nas sementes ortodoxas foram encontradas maiores proporções de ácidos graxos insaturados, que poderiam estar relacionados à maior fluidez das membranas, evitando a desestruturação destas durante a dessecação e o congelamento e contribuindo, portanto, para a manutenção da capacidade germinativa. As altas concentrações de OSR, ciclitóis e de ácidos graxos insaturados sugerem que estes compostos estejam envolvidos na tolerância à dessecação e ao congelamento das sementes com comportamento ortodoxo, entre as espécies estudadas.
Juliana Iura de Oliveira Mello
Compostos de reserva de sementes e suas relações com diferentes níveis de sensibilidade à dessecação e ao congelamento
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