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Silvia Maria Romano Sant’Anna 


A bióloga Silvia Maria Romano Sant’Anna defendeu sua tese de doutorado em 11 de abril de 2007, no auditório do Instituto de Botânica de São Paulo, intitulada “Potencial de uso de Nicotiana tabacum ‘Bel W3’ para biomonitoramento dos níveis de
contaminação atmosférica por ozônio, na cidade de São Paulo”.

A banca examinadora foi composta pela sua orientadora Profa. Dra. Marisa Domingos (Ecologia/IBt), Profa. Dra. Edenise Segala Alves (Anatomia e Morfologia/IBt), Prof. Dr. Marcos Paereira Marinho Aidar (Fisiologia/IBt), Profa. Dra. Adalgiza (IAG/USP) e Profa. Dra. Ana Maria (IPEN/USP).


Potencial de uso de Nicotiana tabacum ‘Bel W3’ para biomonitoramento dos níveis
de contaminação atmosférica por ozônio, na cidade de São Paulo


RESUMO

Um dos principais poluentes aéreos é o ozônio (O3), por se encontrar em altos níveis,por participar ativamente da química atmosférica e por ser considerado um dos mais fitotóxicos. Entretanto, durante o processo de sua formação (smog fotoquímico) são formados diversos outros oxidantes, entre os quais o peróxido de hidrogênio (H2O2). Assim, objetivou-se avaliar o potencial de N. tabacum ‘Bel W3’, cultivar já padronizada como bioindicadora de O3 nas regiões de clima temperado, para o biomonitoramento na cidade de São Paulo; analisar experimentalmente se O3 e H2O2, em diferentes níveis, podem promover alterações fisiológicas e necroses foliares; e estabelecer o modelo que melhor ajusta a relação entre as respostas biológicas estudadas e a concentração desses poluentes. Inicialmente, foram realizadas exposições de N. tabacum em diferentes áreas da cidade e foi determinada a porcentagem de área foliar com necroses. N. tabacum mostrou-se adequada para biomonitoramento qualitativo da presença de O3 na cidade, pois diferenciou as áreas e épocas do ano mais e menos contaminadas. Porém, análises de regressão mostraram que apenas uma pequena parte dos danos pode ser explicada pela concentração de O3 e que a relação entre ambas não foi linear, sugerindo que outros fatores poderiam interferir no aparecimento de necroses. Posteriormente, foram realizados experimentos em câmaras de fumigação expondo plantas de N. tabacum ao O3 e ao H2O2, e foram analisadas a porcentagem de necroses foliares e a razão Fv:Fm. As necroses foliares observadas foram similares, porém, na presença de H2O2, N. tabacum também apresentou coloração prata na superfície abaxial da folha. Os danos mais intensos ocorreram quando o O3 foi aplicado individualmente, e a porcentagem máxima de dano foliar foi observada quando as plantas foram fumigadas com 40 ppb de O3.
A razão Fv:Fm foi significativamente reduzida, especialmente quando o O3 esteve envolvido. Além disso, foi verificado que H2O2, quando misturado ao O3, provoca efeito antagônico sobre a planta, diminuindo os efeitos maléficos deste. A partir dessas informações experimentais, foi realizada nova análise de regressão entre intensidades de danos foliares e concentrações médias de O3 até 40 ppb, utilizando dados provenientes do estudo de campo, tendo sido encontrada, então, relação linear significativa. Conclui-se, assim, que N. tabacum tem seu uso limitado para biomonitoramento quantitativo em ambiente contaminado por O3,quando em concentrações médias acima de 40 ppb.

Palavras-chave: Solanaceae, biomonitoramento, oxidante fotoquímico


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Potencial de uso de Nicotiana tabacum ‘Bel W3′ para biomonitoramento dos níveis de
contaminação atmosférica por ozônio, na cidade de São Paulo


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