Elizabeth de Souza Lima
Elizabeth de Souza Lima, aluna do programa de pós-graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica de São Paulo (IBt), defendeu do dia 31 de julho de 2007, sob orientação da Dra. Marisa Domingos, sua dissertação de mestrado intitulada
“Capacidade de Tradescantia pallida (Rose) DR Hunt cv. Purpurea Boom para biomonitoramento do potencial clastogênico de ozônio”.
A banca examinadora foi composta pelas pesquisadoras Dra. Marisa Domingos (IBt), Dra. Solange Mazoni Viveiros (IBt) e
Dra. Eliane Tigre Guimarães Sant’Anna (Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo).
Capacidade de Tradescantia pallida (Rose) DR Hunt cv Purpurea Boom
para biomonitoramento do potencial clastogênico de ozônio
RESUMO
Ozônio, um dos principais poluentes em áreas urbanas, é altamente oxidativo, promovendo injúrias diversas em plantas. Para monitorar a presença desse e de outros contaminantes atmosféricos e avaliar riscos para os seres vivos, são utilizadas espécies vegetais bioindicadoras, as quais podem apresentar cloroses, necroses, pigmentações foliares típicas, desarranjos fisiológicos e aberrações cromossômicas como quebras cromossômicas, originando fragmentos denominados micronúcleos (MCN). Entre as espécies que apresentam tais anormalidades cromossômicas, pode-se citar Tradescantia pallida (Rose) DR Hunt cv. `Purpurea’ Boom, uma Commelinaceae originária da América Central e amplamente utilizada em paisagismo em vários países, inclusive no Brasil. Entretanto, a formação de MCN é condicionada por diversos fatores, entre os quais a poluição atmosférica e as variáveis climáticas, cuja influência ainda não está bem estabelecida para T. pallida `Purpurea’. No presente estudo, assim, pretendeu-se: (1) investigar a freqüência basal de micronúcleos em células-mães de grão de pólen de indivíduos cultivados exclusivamente em casa de vegetação, isenta de poluentes clastogênicos; (2) determinar a sensibilidade dessa cultivar ao ozônio e identificar fatores (temperatura e antioxidantes) que exercem influência sobre as respostas clastogênicas ao poluente; (3) determinar o tempo de recuperação adequado para diagnosticar clastogênese. A freqüência espontânea de MCN, monitorada ao longo de 17 meses em inflorescências provenientes de plantas mantidas na casa de vegetação, foi geralmente baixa (entre 0,4 a 1,8%) e foi influenciada, entre os fatores climáticos monitorados, apenas pela temperatura três dias antes da amostragem (amplitude térmica e valores máximos diários). Em paralelo, ramos florais coletados das mesmas plantas, foram expostos, em câmara de fumigação fechada, a 60ppb de ozônio, por três horas, nas quatro estações climáticas do ano ou a 80 ppb de ozônio somente na primavera e ao ar filtrado. Os ramos florais permaneceram, após exposição, na câmara de fumigação fechada com aporte de ar filtrado para períodos de recuperação, de 24 a 120 horas. Ao término de cada tempo de recuperação estudado, os ramos florais foram fixados e dissecados. Das brácteas extraiu-se ácido ascórbico total e a contagem de MCN em células-mães de grão de pólen foi feita nos botões florais. Houve aumento significativo da formação de MCN em inflorescências fumigadas com ozônio, em relação àquelas fumigadas com ar filtrado somente, demonstrando a alta sensibilidade de T. pallida `Purpurea’ ao poluente. Esse aumento foi mais conspícuo no inverno e no verão. A concentração de ácido ascórbico variou ao longo do tempo de recuperação, tendo sido condicionada pela amplitude térmica e por temperaturas máximas em cada dia. Porém, não foi alterada significativamente pelo ozônio. A intensidade de formação de MCN foi influenciada por variações da concentração desse antioxidante 24 horas antes e igualmente pela amplitude térmica e por temperaturas máximas em cada dia. Sob temperaturas máximas mais amenas observaram-se as maiores taxas de MCN. O tempo de recuperação mais indicado para diagnosticar clastogênese imposta por ozônio foi de 72 horas após exposição ao poluente. Contudo, não foi possível estabelecer uma curva dose X resposta entre freqüência de MCN e diferentes concentrações de ozônio, de modo que a capacidade de T. pallida `Purpurea’ para avaliação do potencial clastogênico de ozônio ainda não pôde ser estabelecida.
Palavras-chave: ecotoxicologia, micronúcleo, ozônio, bioensaio Trad-MCN.
Elizabeth de Souza Lima
Capacidade de Tradescantia pallida (Rose) DR Hunt cv Purpurea Boom para biomonitoramento do potencial clastogênico de ozônio
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