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Valeska De Laquila


Valeska De Laquila, aluna do Programa de Pós-graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica de São Paulo (IBt), defendeu no dia 13 de fevereiro de 2006, sob orientação da Dra. Diclá Pupo e co-orientação da Dra. Luciana Retz de Carvalho, sua Dissertação de mestrado intitulada:
“Estrutura de comunidades de algas marinhas bentônicas no Canal de São Sebastião, SP e presença dos hidrocarbonetos de petróleo”

A banca examinadora foi composta pelos pesquisadores Dr. Ricardo Coutinho (Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) – Arraial do Cabo/RJ), pela Dra. Mutue Toyota Fujii (IBt/SP) e pela Dra. Diclá Pupo (IBt/SP).


Estrutura de comunidades de algas marinhas bentônicas no Canal de São Sebastião, SP e
presença dos hidrocarbonetos de petróleo


RESUMO

O trabalho consistiu na análise de duas comunidades de algas marinhas bentônicas quanto à riqueza de espécies, grupos morfofuncionais e disponibilidade de propágulos na água superficial. A presença de hidrocarbonetos de petróleo na água do mar e em algas selecionadas das duas comunidades do Canal também foi analisada, com o objetivo de determinar se as algas podem ser utilizadas no monitoramento de ecossistemas marinhos, como bioindicadoras de contaminação por petróleo. O estudo de comunidades foi realizado do inverno de 2003 ao de 2004, na região litorânea da Praia das Cigarras, São Sebastião e da Ponta da Sela, Ilhabela, a partir de amostragens aleatórias destrutivas e não-destrutivas.

Para a detecção dos hidrocarbonetos, os n-alcanos foram utilizados como marcadores e as amostragens foram sazonais, da primavera de 2003 ao inverno de 2004, nas mesmas estações de estudo. As amostras de algas foram submetidas à extração e as de água à partição com n-hexano, sendo as fases hexânicas concentradas a vácuo e analisadas por cromatografia gasosa e espectroscopia de massas. Foram identificados 58 táxons durante o estudo: 36 Rhodophyta, 10 Chlorophyta e 12 Phaeophyta. A Praia das Cigarras apresentou maior diversidade de espécies, sobretudo de algas vermelhas, predominando espécies dos grupos coriáceo e não-coriáceo. Na Ponta da Sela, ocorreu maior número de algas pardas, predominando os grupos filiforme e laminar. Em relação aos propágulos, a Ponta da Sela apresentou maior densidade e diversidade, predominando algas verdes no verão e pardas no inverno. A ocorrência na Sela de amplas extensões de tapetes, formados, sobretudo, por espécies filiformes, sugere a existência de maior estresse físico, devido às condições de maior dessecação na região litorânea. Nas Cigarras, as algas dispõem de maior concentração de nutrientes, devido à poluição orgânica no local. Todas as amostras de água e algas apresentaram a presença de n-alcanos, dentre outros hidrocarbonetos característicos do petróleo. A maior diversidade de n-alcanos foi observada em coralináceas, tais como Jania adhaerens J. V. Lamour. e Corallina officinalis L. Em Laurencia filiformis (C. Agardh) Mont. e em Sargassum spp., a diversidade foi acentuadamente menor. Pode-se afirmar que as algas coralináceas mostram-se adequadas para exercerem o papel de bioindicadoras de poluição por petróleo.

Praia das Cigarras Ponta da Sela


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Estrutura de comunidades de algas marinhas bentônicas no Canal de São Sebastião, SP e presença dos hidrocarbonetos de petróleo


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