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Suzana Maria de Azevedo Martins


Suzana Maria de Azevedo Martins, aluna do Programa de Pós-graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica de São Paulo (IBt) defendeu, no dia 15 de dezembro de 2006, sua tese de Doutorado com o título:
“Estudo da comunidade liquenizada epífita em Dodonaea viscosa L. na restinga do Parque Estadual de Itapuã, Viamão, RS” 
sob a orientação do Dr. Marcelo Pinto Marcelli.

A banca examinadora foi composta pela Dra. Sionara Eliasaro da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Dra. Vera Lúcia Gomes Bononi da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Dra. Margarida Pereira Fonseca da Universidade Guarulhos, Dra. Marisa Domingues da Seção de Ecologia do Instituto de Botânica (IBt) e pelo Dr. Marcelo Pinto Marcelli da Seção de Micologia e Liquenologia do Instituto de Botânica (IBt).


ESTUDO DA COMUNIDADE LIQUENIZADA epífita em Dodonaea viscosa L.
na RESTINGA DO PARQUE ESTADUAL DE ITAPUÃ, VIAMÃO, RS


RESUMO

Esse estudo visou conhecer a comunidade liquenizada epifítica que se desenvolve sobre Dodonaea viscosa L. (Sapindaceae) em uma área de restinga, e verificar a distribuição das espécies em função da luminosidade.
A comunidade liquênica foi estudada às margens da lagoa Negra, localizada no Parque Estadual de Itapuã, litoral sul do Rio Grande do Sul. Foram analisadas 30 arvoretas (hospedeiras) onde todos os liquens maiores que 5 mm existentes desde a base do tronco, ao longo dos galhos, até a extremidade dos ramos nas quatro orientações (norte, sul, leste e oeste), foram contados, medidos e tiveram sua posição exata anotada.
Foram amostrados 30 troncos, 120 galhos e 120 ramos. Dados microclimáticos (temperatura e umidade do ar, luminosidade) e o pH da casca das arvoretas também foram medidos.
O método de amostragem para os troncos foi o “Método da Fita Métrica”, que é original e resultou em uma anotação extremamente precisa de cada espécime. Foram amostrados ao todo 10.887 indivíduos de liquens, revelando a ocorrência de 161 espécies. Destas, três gêneros e 20 espécies são citações novas para o estado do Rio Grande do Sul, e sete são citadas pela primeira vez para o Brasil. Os dados quantitativos foram analisados em termos de números de espécies e indivíduos, freqüências, cobertura, valores de importância, análise de variância e análise de componentes principais (ordenação).
Para a análise de distribuição vertical nos troncos foram levados em consideração os valores de riqueza de espécies em cada nível de altura para todas as hospedeiras, e a amplitude de fixação no tronco para cada espécie de fungo liquenizado. A maior diversidade e número de espécies ao longo do tronco, ocorreram nos níveis intermediários de altura (61 _ 80 cm). Dezessete espécies foram especialistas em altura e 71 foram generalistas. A distribuição das espécies ao longo do tronco também teve como fatores determinantes luz, umidade e rugosidade da casca.  Nos galhos foram encontradas 88 espécies. Os galhos não apresentaram diferença significativa com os ramos, mostraram maior similaridade com os troncos. Por se tratar de uma zona de transição é onde ocorre a substituição das espécies.
Nos ramos, foram analisadas as regiões de distribuição dos liquens sendo consideradas as freqüências das espécies em cada região de entrenó. Espécies colonizadoras pioneiras se estabeleceram na ponta dos ramos. Aquelas que apresentaram o maior número de indivíduos na última região de entrenós dos ramos, nos galhos e/ou nos troncos foram consideradas imigrantes tardios. Algumas espécies são competidoras fracas e, acabam por diminuir o número de indivíduos até desaparecerem; outras, como as foliosas de crescimento rápido, são fortes competidoras e acabam encobrindo os talos das outras espécies que são menos agressivas. A competição entre as espécies ocasiona uma substituição que altera a estrutura da comunidade.
As espécies mais importantes da comunidade foram Ramalina usnea (L.) Howe, Dirinaria picta (Sw.) Clem. & Schear, Lecanora subfusca (L.) Ach.e Parmotrema mesotropum (Müll. Arg.) Hale, que se destacaram pelos maiores valores de cobertura, freqüência e número de indivíduos.

suzana


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NA RESTINGA DO PARQUE ESTADUAL DE ITAPUÃ, VIAMÃO, RS


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