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Sérgio Luiz Moreira Neto


Sérgio Luiz Moreira Neto, aluno de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica de São Paulo,
defendeu no dia 10 de agosto de 2006 sua dissertação de mestrado com o título:
“Enzimas ligninolíticas produzidas por Psilocybe castanella CCB444 em solo contaminado com hexaclorobenzeno”.

A banca examinadora foi composta pelo seu orientador Dr. Dácio R. Matheus (Seção de Micologia e Liquenologia, IBt),
Dra. Kátia M. G. Machado (Universidade Católica de Santos) e Dra. Adriane Milages (USP-Lorena).

Dr. Dácio R. Matheus, Dra. Adriane Milagres, Sérgio L. Moreira Neto e Dra. Kátia M.G. Machado


Enzimas ligninolíticas produzidas por Psilocybe castanella CCB444 em solo contaminado com hexaclorobenzeno


RESUMO

Psilocybe castanella CCB444 é um basidiomiceto que foi selecionado para avaliação em processos de biorremediação de solos contaminados com hexaclorobenzeno (HCB) e outros organoclorados. O sistema enzimático ligninolítico de basidiomicetos é o principal responsável pela biodegradação de poluentes orgânicos.

O trabalho avaliou a composição do sistema enzimático de P. castanella em solo contaminado com HCB, bem como a influência deste organoclorado nas atividades ligninolíticas.

O fungo foi crescido em substrato a base de bagaço de cana de açúcar (C/N 90) e inoculado em solo contendo HCB (1104 mg HCB Kg-1 solo), 2,5% de óleo vegetal e 70% de umidade a 25ºC por 70 dias. O HCB não interferiu no crescimento do fungo. Com 33 dias de crescimento teve início a fase estacionária. Lacase foi a principal enzima ligninolítica produzida pelo fungo, enquanto MnP e LiP não foram detectadas. A produção de atividade de lacases foi estimulada pela presença de HCB, com maior atividade aos 12 dias em solo-HCB, enquanto em solo-controle (solo não contaminado) foi aos 19 dias (Figura 1).

A redução da concentração inicial de HCB e a formação de cloretos evidenciaram a participação de P. castanella na biodegradação de HCB. A caracterização dos extratos enzimáticos de P. castanella nos picos de maior atividade de lacase revelaram pH ótimo de atividade próximo a 3 e temperatura ótima próxima a 55ºC (Figura 2).

As atividades de lacases tiveram maior estabilidade em pH 3,6 e foram termoestáveis a 55ºC. Diferenças na estabilidade em pH 3,6 e Km aparente evidenciaram influência do HCB na produção de isoenzimas de lacase por P. castanella. Os inibidores enzimáticos confirmaram atividade predominante de lacases e estas enzimas produzidas por P. castanella podem estar envolvidas na biodegradação de HCB em solo.

Figura 1 - Produção de lacases por P. castanella em solocontaminado com HCB (l)Controle: solo não contaminado (¡). Figura 2 - Efeito do pH (A) e da temperatura (B) nas atividades relativas  de lacases e peroxidases de extratos obtidos do crescimento de P. castanella em solo contaminado com HCB e solo-controle.


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Enzimas ligninolíticas produzidas por Psilocybe castanella CCB444 em solo contaminado com hexaclorobenzeno


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