faixapos6


Karin Ferraz Biesemeyer


Dia 4 de julho de 2005, a aluna Karin Ferraz Biesemeyer defendeu a dissertação de mestrado intitulada
“Variação nictemeral da estrutura e dinâmica da comunidade fitoplanctônica em função da temperatura da água nas épocas de seca e chuva em reservatório urbano raso mesotrófico (Lago das Ninféias), Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, São Paulo”
com orientação do pesquisador do instituto Dr. Carlos Eduardo de Mattos Bicudo. A banca foi composta pelos pesquisadores:
Dra Andréa Tucci, Secção Ficologia IBt/SP, Dr. Carlos Eduardo de Mattos Bicudo da Seção de Ecologia IBt/SP e
Prof. Dr. Raul Henry, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu/SP.


Variação nictemeral da estrutura e dinâmica da comunidade fitoplanctônica em função da temperatura da água nas épocas de seca e chuva em reservatório urbano raso mesotrófico (Lago das Ninféias),
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, São Paulo


RESUMO

Lago das Ninféias está situado no interior do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (PEFI) e se caracteriza por ser raso, mesotrófico e densamente povoado por macrófitas aquáticas enraizadas. O trabalho pretendeu entender as interações entre o perfil térmico da coluna d’água e suas características físicas, químicas e biológicas num período de 24 horas nas estações mais marcantes da região (seca e chuva). As amostras foram coletadas a cada três horas, começando às 7 h de um dia e terminando às 7 h do dia seguinte. Antes de cada coleta, foi identificado o perfil térmico da coluna d’água para determinar as profundidades de amostragem sendo elas: camada superior (epilímnio), camada média (metalímnio) e camada inferior (hipolímnio). As características físicas e químicas analisadas foram: perfil óptico, perfil térmico, condutividade, pH, gás carbônico, bicarbonato, formas de nitrogênio, fósforo e ortossilicato. Além de aspectos qualitativos e quantitativos da comunidade fitoplanctônica. No primeiro capítulo da dissertação. Os resultados foram divididos e dois capítulos que seguem abaixo:

O primeiro tratou da variação vertical e nictemeral das características abióticas com detalhamento do comportamento térmico nos dois períodos estudados. A estratificações térmicas ocorreram nos nas duas estações e duraram as 24 horas analisadas. No período seco observou-se delimitação dos estratos epilímnio, metalímnio e hipolímnio. No período chuvoso não foi verificado o estrato hipolímnio. Estratificações térmicas superficiais e temporárias ocorreram nos horários mais quentes do dia e a profundidade da zona de mistura variou entre 0,10 m e 1 m. Estratificações químicas foram verificadas no período chuvoso com elevados teores de nutrientes no fundo e elevados teores de OD na superfície, além disso, neste período ocorreu anoxia no fundo do reservatório.

O segundo capítulo tratou da variação nictemeral e vertical da estrutura da comunidade fitoplanctônica e clorofila a. A densidade fitoplanctônica no período seco foi mais elevada do que no chuvoso, porém, a riqueza maior de espécies foi verificada no período chuvoso. As espécies Mallomonas sp, Dinobyon bavaricum var. bavaricum e, Chrysochromulina cf. breviturrita representaram aproximadamente 60% da densidade total no período seco. As espécies nanoplanctônicas e flageladas foram numerosas e ocorreram em maior densidade nos dois períodos. A análise de ordenação de Correspondência Canônica (ACC) mostrou que a temperatura da água foi a variável de maior peso na ordenação das unidades amostrais que as separou em dois períodos. Ao longo de 24 horas nos períodos seco e chuvoso a coluna d’água esteve estratificada termicamente. Entretanto, a influência da estratificação foi diferente entre períodos. No período seco ocorreu estratificação apenas de oxigênio dissolvido e no chuvoso, estratificação também dos nutrientes. Conseqüentemente, apenas no período chuvoso ocorreu distribuição vertical heterogênea do fitoplâncton, especificamente de cinco espécies: Aphanocapsa elachista, Chlorella vulgaris, Cryptomonas erosa e Spiniferomonas sp associadas aos baixos teores de NT e CO2, que ocorreram nas unidades amostrais da superfície e Hormotilopsis sp. com as unidades amostrais do fundo associada com os elevados teores de NT e CO2.

Em suma, ao longo de 24 horas nos períodos seco e chuvoso a coluna d’água esteve estratificada termicamente. Entretanto, a influência da estratificação foi diferente entre períodos. No período seco ocorreu estratificação apenas de oxigênio dissolvido e no chuvoso, estratificação também dos nutrientes. Conseqüentemente, apenas no período chuvoso ocorreu distribuição vertical heterogênea do fitoplâncton.
Além disso, as escala temporal sazonal (seca e chuva), seguida pela escala espacial vertical foram mais importantes para explicar a variabilidade limnológica do sistema do que as variações nictemerais.

  Lago das Ninféias  Almoço de comemoração com os estagiários, família e componentes da banca no Jardim Botânico de São Paulo  Capítulo 1: Perfil térmico nos períodos seco e chuvoso ao longo de 24 h oras. As variações ocorreram no 1º. Metro de profundidade. Observou um perfil menos heterogêneo no período da manhã e noite (círculos vermelho) e outro mais heterogêneo à tarde Capílulo 2: Ordenação pela ACC das unidades amostrais nos períodos seco ( o ) e chuvoso ( ? ), a partir de 5 variáveis ambientais e 24 espécies.Temp (temperatura), RTR (resistência térmica relativa), CO2 (gás carbônico livre), PT (fósforo total), NT (nitrogênio total)


pdf_grande
Karin Ferraz Biesemeyer
Variação nictemeral da estrutura e dinâmica da comunidade fitoplanctônica em função da temperatura da água nas épocas de seca e chuva em reservatório urbano raso mesotrófico (Lago das Ninféias), Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, São Paulo


 VOLTAR AS DISSERTAÇÕES E TESES