Denise Soares Bacci
No dia 13 de maio de 2005, Denise Soares Bacci a aluna de Pós-graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica de São Paulo
e bolsista da CAPES, defendeu sua Dissertação de mestrado intitulada:
“Estudos taxonômicos do gênero Chondria (Ceramiales, Rhodophyta) no litoral dos estados de São Paulo e Espírito Santo, Brasil”,
sob a orientação da Dra. Mutue Toyota Fujii.
A avaliação foi realizada por banca composta pela Dra. Yocie Yoneshigue – Valentin (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
e da Dra. Diclá Pupo Santos (Instituto de Botânica de São Paulo).
Estudos taxonômicos do gênero Chondria (Ceramiales, Rhodophyta)
no litoral dos estados de São Paulo e Espírito Santo, Brasil
RESUMO
Chondria C. Agardh está amplamente distribuída nos oceanos das regiões tropicais e temperados do mundo, com cerca de 75 espécies reconhecidas, a maioria ocorrendo no hemisfério sul, especialmente do sul da Austrália, onde estudos mais detalhados foram realizados. No litoral brasileiro, as espécies são freqüentes na região entremarés, formando populações densas, crescendo fixas às rochas ou como epífitas de algas maiores. Considerando-se a importância e a representatividade do gênero no Brasil e o reduzido número de trabalhos realizados neste gênero, foram estudadas as espécies de Chondria que ocorrem no litoral do estado de São Paulo, com coletas realizadas dentro do projeto “Flora Ficológica do Estado de São Paulo” (Programa Biotasp/FAPESP) e do Espírito Santo, região sudeste do país. O gênero é caracterizado pelo talo polissifônico, constituído por cinco células periaxiais grandes, coberto por extensa corticação e célula apical sempre emersa, em maior ou menor grau, dependendo do tipo de ápice, se agudo ou obtuso, com ou sem depressão apical. O material para estudo foi coletado nas regiões entremarés e eventualmente no infralitoral, e também através de exsicatas dos herbários do Instituto de Botânica (SP) e do Instituto de Biociências da USP (SPF). A identificação das espécies foi baseada nos caracteres vegetativos e reprodutivos como: hábito ereto ou prostrado, dimensão do talo, tipo de ramificação, forma de fixação dos talos ao substrato, forma do ápice (agudo/ obtuso), presença ou ausência de depressão apical, de constrição na base de ramos e râmulos, de espessamentos lenticulares nas paredes das células medulares, forma das células corticais em vista superficial e das células estéreis marginais dos corpos espermatangiais e as características do cistocarpo. Com base em dados morfológicos e moleculares foram identificados 11 táxons: C. atropurpurea, C. floridana, C. littoralis, C. platyramea, C. polyrhiza, sendo C. arcuata, C. collinsiana e C. dangeardii, primeiras referências para o litoral brasileiro. C. sedifolia nova referência para o estado do Espírito Santo e C. capillaris, para o estado de São Paulo e Chondria sp. que poderá vir a ser uma nova adição à flora ficológica brasileira ou mesmo uma espécie nova para a ciência. Além dos estudos taxonômicos clássicos foi realizada análise molecular por meio de comparação das seqüências do gene rbcL, nas espécies: C. atropurpurea, C. capillaris, C. littoralis e Chondria sp. Os resultados filogenéticos não foram conclusivos entre as espécies analisadas no Brasil, mas indicaram ser de grande valia se incluídas amostragens mais amplas em outras regiões geográficas. Forneceram também informações que subsidiaram a tomada de decisão sobre a posição taxonômica de Chondria sp.
Denise Soares Bacci
Estudos taxonômicos do gênero Chondria (Ceramiales, Rhodophyta) no litoral dos estados de São Paulo e Espírito Santo, Brasil
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