Helisvania Gomes de Moraes
Em 29 de julho de 2014, no Núcleo de Palinologia do Instituto de Botânica de São Paulo (IBt), Helisvania Gomes de Moraes, aluna de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica de São Paulo, bolsista CAPES,
defendeu a tese intitulada
“Caracterização florística e estrutural de cerradões em diferentes cotas altitudinais no Estado do Maranhão, Brasil”.
A aluna foi aprovada pela banca examinadora presidida pela orientadora Dra. Inês Cordeiro (IBt) e contou com a participação da Dra. Vânia Pivello (USP), Dr. Frederico Alexandre Roccia Dal Pozzo Arzolla (Instituto Florestal), Dr. Eduardo Luís Martins Catharino (IBt) e
Dr. Eduardo Pereira Cabral Gomes (IBt).
A apresentação ressaltou a importância dos cerrados maranhenses, que apesar de ocuparem extensas áreas nesse estado,
ainda são pouco conhecidos e encontram-se cada vez mais ameaçados pelo avanço das culturas de soja.
Professora Dra. Vânia Pivello, Prof. Dr. Nivaldo de Figueiredo, aluna Helisvania Gomes de Moraes, Profa. Dra. Inês Cordeiro,
Prof. Dr. Eduardo Luís Martins Catharino e Prof. Dr. Eduardo Pereira Cabral Gomes.
Caracterização florística e estrutural de cerradões em diferentes cotas altitudinais no
Estado do Maranhão, Brasil.
RESUMO
No Estado do Maranhão os cerrados são encontrados desde próximo do nível do mar até cerca de 700m de altitude, sendo os cerradões sua fisionomia predominante. Com o objetivo de testar o efeito da altitude sobre a vegetação, assim como analisar a estrutura e diversidade florística desses cerradões, selecionamos 12 localidades nas regiões nordeste, central e sul do estado, nas seguintes faixas altitudinais: 50-150m, 200-300m, 350-450 m e >500 m. Em cada uma delas foram demarcadas quatro parcelas de 10m x 20m (200m2), totalizando uma área de 0,960 hectares. A altura foi estimada e o perímetro dos indivíduos arbustivo-arbóreos com PNS ≥ 9cm foram tomados, totalizando 2119 indivíduos distribuídos em 145 espécies, 99 gêneros e 42 famílias. A densidade total estimada foi de 2.207 ind. ha-1, enquanto a área basal total foi de 24,228m2 ha-1. A riqueza de espécies por altitude variou de 49 a 88 espécies, sendo os menores valores encontrados nas maiores e menores altitudes. O índice de diversidade (H’) para o conjunto de áreas amostradas foi 4,16, variando de 3,0 na Área 1 (50-150m) a 3,8 na Área 3 (200-300m). Para comparação entre as áreas, foram realizadas análises de similaridade florística (UPGMA) e uma análise de escalonamento multidimensional não métrico (NMDS), que apresentaram resultados semelhantes, separando os cerrados da região nordeste do Estado, que ocorrem em menores altitudes, daqueles da região sul, nas maiores altitudes. A análise de redundância canônica (RDA) que avaliou a distribuição de abundância das espécies em função das variáveis temperatura mínima, altitude, precipitação e latitude explicaram 16,7% da variação encontrada, sendo a altitude a variável que mais contribuiu (4%) para essa variação. Na análise florística, que considerou as espécies do levantamento fitossociológico acrescidas de coletas aleatórias, foram encontradas 150 espécies de angiospermas, distribuídas em 105 gêneros e 43 famílias. As nove famílias mais ricas em espécies foram Fabaceae, Bignoniaceae, Malpighiaceae, Annonaceae, Erythroxylaceae, Myrtaceae, Vochysiaceae, Malvaceae e Salicaceae. Foram registradas 12 novas ocorrências de espécies para o Maranhão, Byrsonima subterranea Brade & Markgr., Calliandra dysantha Benth., Davilla angustifolia A. St.-Hil., Davilla grandiflora A. St.-Hil. & Tul., Eugenia stictopetala Mart. ex DC, Guapira campestris (Netto) Lundell, Heteropterys intermedia (A. Juss.) Griseb., Kielmeyera petiolaris Mart. & Zucc, sendo quatro delas novas também para o Nordeste, Duguetia rotundifolia R. E.Fr., Heteropterys pannosa Griseb , Manihot violacea Pohl. e Mouriri densifoliata Ducke. Foi realizada uma análise de similaridade florística por meio de uma UPGMA e uma NMDS entre as espécies inventariadas e aquelas dos estudos de Ratter et al. (2011). Os resultados dessas análises foram semelhantes e sugerem maior similaridade florística dos cerrados do Maranhão com os do Nordeste, do que com os do Norte ou Centro-Oeste do Brasil. Esses dados quando comparados pelo ANOSIM, sugerem a existência de três grandes grupos de cerrado no Brasil (Norte, Nordeste e Brasil Central).
Palavras-chave: Flora do Brasil, Cerrado, Região Nordeste, Vegetação
Helisvania Gomes de Moraes
Caracterização florística e estrutural de cerradões em diferentes cotas altitudinais no Estado do Maranhão, Brasil.
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