Katya da Silva Patekoski
No dia 20 de Abril de 2010, a aluna Katya da Silva Patekoski (bolsista CAPES), do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente defendeu sua dissertação de mestrado intitulada
“Patogenicidade e controle biológico de Pythium aphanidermatum (Edson) Fitzp.
em variedades de alface (Lactuca sativa L.) em sistema hidropônico”.
A banca examinadora foi composta por sua orientadora, Dra. Carmen Lidia Amorim Pires-Zottarelli (Núcleo de Pesquisa em Micologia/IBt),
Dr.Dácio Roberto Matheus (Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas/Universidade Federal do ABC)
e Dra. Liliane De Diana Teixeira (Clínica Fitopatológica Prof. Hiroshi Kimati/Esalq-USP).

Dra. Liliane De Diana Teixeira, Dra. Carmen Lidia Amorim Pires-Zottarelli,
aluna Katya da Silva Patekoski e Dr. Dácio Roberto Matheus
O estudo foi conduzido in vitro e em condições hidropônicas semelhantes às empregadas pelos hidroponicultores brasileiros na produção de alface, com o intuito de avaliar o potencial patogênico de um isolado de Pythium aphanidermatum (patógeno comumente destrutivo em sistemas hidropônicos) nas variedades de alface Vera (crespa) e Elisa (lisa), e testar o efeito dos produtos comerciais Biotrich®, Trichodermil® e Trichodel®, formulados com conídios de Trichoderma spp. no controle deste patógeno e na promoção de crescimento das variedades de alface estudadas.
Os resultados demonstraram que Pythium aphanidermatum apresentou patogenicidade nos testes in vitro, reduzindo o comprimento das radículas e a porcentagem de plântulas sobreviventes das variedades, com maior agressividade verificada em temperatura elevada (31ºC). Nos experimentos in vivo, não foi verificada influência do patógeno sobre o desenvolvimento das plantas com a concentração de zoósporos estudada (5x103zoósporos/mL). De maneira geral, os produtos nas concentrações testadas não promoveram o crescimento das plantas, e diminuíram o seu desenvolvimento em alguns tratamentos controle dos experimentos conduzidos in vitro. Entretanto, maior crescimento das plantas foi verificado com a aplicação dos produtos na presença do patógeno nos experimentos in vitro, o que demonstra que os biocontroles estudados possuem potencial para o controle de Pythium aphanidermatum, podendo ser utilizados em outros estudos visando o controle deste patógeno.
Patogenicidade e controle biológico de Pythium aphanidermatum (Edson) Fitzp.
em variedades de alface (Lactuca sativa L.) em sistema hidropônico
RESUMO
Pythium aphanidermatum (Edson) Fitzp. destaca-se como um dos patógenos mais comuns e destrutivos em cultivos hidropônicos, afetando uma ampla gama de hospedeiros ao redor do mundo. O controle desta espécie torna-se um desafio, especialmente nas épocas quentes do ano, devido à diminuição da resistência natural das plantas e à maior adaptação do patógeno nestas condições. A introdução de microrganismos antagonistas no controle de fitopatógenos é uma alternativa viável para a redução do uso de agroquímicos e proteção das culturas, sendo que Trichoderma spp. estão entre os agentes de biocontrole mais estudados e utilizados, havendo inclusive produtos formulados com tais antagonistas à disposição no mercado brasileiro, dentre eles o Biotrich®, o Trichodermil® e o Trichodel®. O presente estudo teve por objetivos avaliar o potencial patogênico de um isolado de Pythium aphanidermatum nas variedades de alface Vera e Elisa in vitro e em condições hidropônicas semelhantes às empregadas pelos hidroponicultores brasileiros na produção de alface; e testar o efeito dos produtos Biotrich®, Trichodermil® e Trichodel® no controle deste patógeno e na promoção de crescimento das variedades nas condições estudadas. Nos testes in vitro, placas de Petri com agar-água receberam uma alíquota de 1mL de suspensão dos produtos com as concentrações de 0,2mL/L (Biotrich®); 0,05, 0,1 e 0,2mL/L (Trichodermil®); e 0,25, 0,5 e 1mL/L (Trichodel®); plântulas recém germinadas (sete plântulas/placa) e, após 24h, discos com micélio do isolado. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com cinco repetições, sendo cada repetição representada por uma placa de Petri. Placas contendo apenas as sementes de alface, com e sem os produtos serviram como controle. Ao final de 10 dias de incubação em 20 e 31oC, avaliou-se estatisticamente o comprimento das radículas e hipocótilos e a porcentagem de plântulas sobreviventes. Os testes in vivo foram conduzidos durante a primavera e verão, em sistema NFT (Nutrient Film Technique), com os produtos Biotrich® (0,2mL/L) e Trichodel® (0,25mL/L) e com a inoculação do patógeno feita por meio da imersão das raízes das plantas em suspensão de zoósporos na concentração de 5×103 zoósporos/mL. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2×3 (inoculação x produto), totalizando 12 tratamentos com seis repetições, sendo cada repetição representada por uma planta. Após 28 dias de permanência das plantas no sistema hidropônico, avaliou-se estatisticamente as massas fresca e seca da parte aérea e raízes das mesmas. Pythium aphanidermatum apresentou patogenicidade nos testes in vitro, reduzindo o comprimento das radículas e a porcentagem de plântulas sobreviventes das variedades, com maior agressividade verificada em 31ºC. Nos experimentos in vivo, não foi verificada influência do patógeno sobre o desenvolvimento das plantas com a concentração de zoósporos estudada. De maneira geral, os produtos nas concentrações testadas não promoveram o crescimento das plantas, e diminuíram o seu desenvolvimento em alguns tratamentos controle dos experimentos conduzidos in vitro. Entretanto, maior crescimento das plantas foi verificado com a aplicação dos produtos na presença do patógeno nos experimentos in vitro, o que demonstra que os biocontroles estudados possuem potencial para o controle de Pythium aphanidermatum, podendo ser utilizados em outros estudos visando o controle deste patógeno.
Palavras-chave: Hidroponia, alface, Pythium, podridão de raiz, controle biológico, Trichoderma
Katya da Silva Patekoski
Patogenicidade e controle biológico de Pythium aphanidermatum (Edson) Fitzp.
em variedades de alface (Lactuca sativa L.) em sistema hidropônico
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