Yasmin Tavares Cavalcanti


No dia 29 de abril de 2025, às 14 horas, Yasmin Tavares Cavalcanti, defendeu sua dissertação de mestrado intitulada “Autocontrole de germinação em sementes de Eugenia” no programa de pós-graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA). A banca da defesa foi formada pelos pesquisadores: Dr. Claudio José Barbedo, Dr. Danilo da Cruz Centeno e a Dra. Carolina Coelho.


Autocontrole de germinação em sementes de Eugenia


RESUMO

Sementes de espécies de Eugenia L. (Myrtaceae) são recalcitrantes e apresentam capacidade de regeneração da germinação quando o eixo embrionário é perdido. Contudo, o início da germinação aparentemente resulta na produção de inibidores uma vez que não se verificam germinações simultâneas, indicando processos de autocontrole da germinação nessas sementes. Estudos recentes demonstraram significativa relação entre o início da germinação e o aumento da produção de ácido gálico, um ácido fenólico com diversas ações biológicas, dentre as quais a inibição da germinação de sementes e esporos. É possível, portanto, que este composto esteja envolvido no autocontrole da germinação em sementes de espécies de Eugenia. Este trabalho teve como objetivos: 1) verificar, pela aplicação direta de ácido gálico nas sementes de Eugenia brasiliensis Lam., por pré-embebição ou por Umedecimento do substrato de germinação, a ação do ácido gálico como inibidor da germinação. Para tanto, soluções aquosas de ácido gálico em quatro concentrações (5g/L, 10g/L, 20g/L e 40g/L) foram aplicadas diretamente no substrato (vermiculita) ou utilizadas para pré-embebição das sementes. Em ambos os casos, foram utilizadas sementes inteiras e sementes fracionadas ao meio; 2) verificar a extensão temporal do autocontrole da germinação, desde a germinação até diferentes fases de desenvolvimento da plântula. Quando as plântulas, crescidas em ambiente com luz contínua ou no escuro contínuo, atingiram diferentes comprimentos de parte aérea (≤ 5 cm, 6 1cm, 8 1 cm, 12  1,5 cm e ≥ 13,5 cm), as raízes e partes aéreas foram removidas e a semente foi novamente semeada em substrato umedecido com água para nova germinação. Os resultados da aplicação de ácido gálico confirmaram seu efeito inibidor da germinação, principalmente nas concentrações de 20g/L e 40g/L. Já os de regeneração após desenvolvimento de plântulas demonstraram que a capacidade regenerativa das sementes se estende até que as plântulas atinjam até ao menos 11 cm para as cultivadas no escuro e 8 cm para as cultivadas no claro. Portanto, ficou demonstrado que as sementes de Eugenia apresentam potencial de se manterem no solo por longos períodos em condições de produzir novas plantas ainda que as condições do meio sejam desfavoráveis após as primeiras germinações destas sementes.

Palavras-chave: ácido gálico, esgotamento de reserva energética, longa perpetuação, regeneração, sementes de Eugenia brasiliensis Lam.

ABSTRACT

Seeds of Eugenia L. (Myrtaceae) species are recalcitrant and have the capacity to regenerate germination after the embryonic axis is lost. However, the onset of germination apparently results in the production of inhibitors since there are no simultaneous germinations, indicating processes of self-control of germination in these seeds. Recent studies have demonstrated a significant relationship between the onset of germination and the increase in the production of gallic acid, a phenolic acid with several biological actions, among which is the inhibition of seed and spore germination. It is possible, therefore, that this compound is involved in the self-control of germination in seeds of Eugenia species. This study aimed to: 1) to verify, by direct application of gallic acid to Eugenia brasiliensis Lam. seeds, by pre-soaking or by soaking the germination substrate, the action of gallic acid as a germination inhibitor. For this purpose, aqueous solutions of gallic acid in 4 concentrations (5 g/L, 10 g/L, 20 g/L and 40 g/L) were applied directly to the substrate (vermiculite) or used for pre-soaking the seeds. In both cases, whole seeds and seeds split in half were used; 2) to verify the temporal extension of germination self-control, from germination to different stages of seedling development. When the seedlings, grown in an environment with continuous light or in continuous darkness, reached different shoot lengths (≤ 5 cm, 6,0 1,0 cm, 8,0 1,0 cm, 12,0  1,5 cm and ≥ 13,5 cm), the roots and shoots were removed and the seed was sown again in a substrate moistened with water for new germination. The results of the application of gallic acid confirmed its inhibitory effect on germination, mainly at concentrations of 20 g/L and 40 g/L. The results of regeneration after seedling development demonstrated that the regenerative capacity of the seeds extends until the seedlings reach at least 11 cm for those grown in the dark and 8 cm for those grown in the light. Therefore, it was demonstrated that Eugenia seeds have the potential to remain in the soil for long periods in conditions to produce new plants even if the environmental conditions are unfavorable after the first germinations of these seeds.

Key words: gallic acid, depletion of energy reserves, long perpetuation, regeneration, Eugenia brasiliensis Lam. seeds.


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Autocontrole de germinação em sementes de Eugenia


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