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Elisabete Aparecida Lopes


Elisabete Aparecida Lopes, aluna de pós-graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente, do Instituto de Botânica de São Paulo (IBt), defendeu no dia 21 de junho de 2007 sua dissertação de Mestrado intitulada:
“Formações florestais de Planície Costeira e Baixa Encosta e sua relação com o substrato geológico
das Bacias dos Rios Itaguaré e Guaratuba (Bertioga, SP) “.

A banca examinadora foi composta pela sua orientadora Dra. Célia Regina de Gouveia Souza (IG), Dr. Sérgio Romaniuc Neto (Instituto de Botânica) e
Dr. Ricardo Ribeiro Rodrigues.


Formações florestais de Planície Costeira e Baixa Encosta e sua relação com o substrato geológico
das Bacias dos Rios Itaguaré e Guaratuba (Bertioga, SP)


RESUMO

Apesar da região estar em intenso processo de urbanização, Bertioga preserva grande diversidade de ecossistemas, tendo sido escolhida como área de estudo porque: (a) mantém grandes áreas de remanescentes de formações florestais de planície costeira, em diferentes estados de conservação/alteração; (b) é uma área representativa de todos os ambientes sedimentares quaternários presentes no litoral paulista, com depósitos marinhos pleistocênicos e holocênicos a atuais, depósitos pleistocênicos e holocênicos a atuais de origem fluvial, depósitos pleistocênicos e holocênicos a atuais de origem continental (fluviais e coluviais) e ambientes paleolagunares.
A vegetação de planície costeira, muitas vezes chamada de “vegetação de restinga”, é considerada de clímax edáfico, mas são pouco conhecidas as relações entre ela, o substrato geológico e os solos associados. O estudo teve por objetivo mapear e caracterizar as formações florestais (exceto manguezal) de planície costeira e baixa encosta da Serra do Mar, associadas a um conjunto de unidades geológicas quaternárias previamente conhecidas, nas bacias dos rios Itaguaré e Guaratuba, em Bertioga – SP.
As fisionomias florestais foram mapeadas através da interpretação de fotografias aéreas de diferentes escalas e imagem de satélite, trabalhos de campo, com estudos florísticos (método do caminhamento) e fitossociológicos ( método da parcela única) para a elaboração de perfis de vegetação. Essas fitofisionomias foram denominadas de acordo com a Resolução CONAMA n° 07/96, que aprova parâmetro básico para análise dos estágios de sucessão de vegetação de restinga para o Estado de São Paulo. Foram identificados seis grupos de formações florestais: Floresta Baixa de Restinga (FbR), Floresta Alta de Restinga (FaR), Floresta Paludosa (FPa), Floresta de Transição Restinga-Encosta (FTr), Floresta Alta de Restinga Úmida (FaRu) e Floresta Aluvial (FAL). Estas duas últimas não constam na Resolução.
Os resultados revelaram uma estreita relação entre os depósitos sedimentares, o nível do lençol freático (NA) e as fitofisionomias. Nos cordões litorâneos holocênicos a atuais ocorre a FbR; os terraços marinhos holocênicos e pleistocênicos são recobertos pela FaR; os ambientes paleolagunares mais profundos, pela FPa e nas depressões paleolagunares mais rasas, que ora entremeiam os terraços pleistocênicos marinhos mais antigos,encontra-se a FaRu; os terrenos de origem continental (fluviais e coluviais) são recobertos pela FTr e nos terraços fluviais altos mais antigos, ocorre sempre a FAL. Os níveis de água mais profundos foram encontrados sob a FTr e a FAL e os mais superficiais, sob a FPa e a FaRu.
Todas as fisionomias florestais ocorrem nas duas bacias estudadas, mas na Bacia do Rio Guaratuba a Floresta Paludosa é de origem antrópica.
Com base nos resultados é possível supor que a evolução da planície costeira determina a formação do mosaico vegetacional da “Restinga”. FaR e FAL que ocorrem em sedimentos pleistocênicos podem ser as formações florestais mais antigas da planície costeira.

Palavras chaves: Restinga, Vegetação, Planície costeira, Baixa encosta, Bertioga – SP


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Formações florestais de Planície Costeira e Baixa Encosta e sua relação com o substrato geológico
das Bacias dos Rios Itaguaré e Guaratuba (Bertioga, SP)


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