Jéssica Soares de Lima


A defesa aconteceu às 14:00 do dia 20 de março de 2020 via Teams, participaram da Banca: Profa. Dra. Aline Matos de Souza, Prof. Dr. Danilo Soares Gissi, Profa. Dra.  Juçara Bordin e Profa. Dra. Mércia Silva.

RESUMO: Os levantamentos sobre briófitas são essenciais para aprofundar o conhecimento sobre a biodiversidade, identificar áreas prioritárias para conservação, mapear a distribuição das espécies e desenvolver políticas eficazes de manejo ambiental. Este trabalho, que se baseou em uma ampla revisão bibliográfica de artigos publicados até novembro de 2024, compilou dados de 44 estudos cobrindo 49 localidades no Brasil, resultando no registro de 1.347 espécies de briófitas, incluindo informações sobre seus hábitos e localização geográfica. Dentre essas espécies, 177 são endêmicas do Brasil, sendo destacadas como importantes indicadoras do grau de preservação das áreas em que ocorrem. A Mata Atlântica destacou-se como o domínio mais biodiverso, abrigando 711 das 908 espécies classificadas neste estudo como regionais. A distribuição das briófitas nos diferentes domínios está fortemente relacionada às condições ambientais e ao tipo de substrato disponível. As estratégias reprodutivas e adaptações morfológicas das briófitas se mostram importantes para a sobrevivência das espécies em seus diferentes ambientes. Espécies com ampla distribuição em todos os domínios brasileiros exibem características adaptativas notáveis, como por exemplo a produção de gemas. As relações florísticas entre as diferentes fitofisionomias da Mata Atlântica, mostrou que as briófitas endêmicas desse bioma, especialmente os musgos, têm uma forte preferência por troncos como substrato. A variação nas fitofisionomias da Mata Atlântica, que inclui desde vales úmidos e estáveis até afloramentos rochosos expostos a condições extremas como fogo e frio, também influencia a composição e distribuição das espécies de briófitas endêmicas desse domínio.

Gostaríamos de agradecer ao Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) e ao Programa de Pós Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente, pela infraestrutura e suporte durante esses 4 anos que desenvolvi esse trabalho. À CAPES pela bolsa de doutorado concedida e à verba PROAP pela ajuda de custo durante as coletas e participação de congressos, e aos membros da banca de defesa e qualificação.


Regionalidade de Briófitas nos Domínios Fitogeográficos Brasileiros


RESUMO

Os levantamentos sobre briófitas são essenciais para aprofundar o conhecimento sobre a biodiversidade, identificar áreas prioritárias para conservação, mapear a distribuição das espécies e desenvolver políticas eficazes de manejo ambiental. Este trabalho, que se baseou em uma ampla revisão bibliográfica de artigos publicados até novembro de 2024, compilou dados de 44 estudos cobrindo 49 localidades no Brasil, resultando no registro de 1.334 espécies de briófitas, incluindo informações sobre seus hábitos e localização geográfica. Dentre essas espécies, 177 são endêmicas do Brasil, sendo destacadas como importantes indicadoras do grau de preservação das áreas em que ocorrem. A Mata Atlântica destacou-se como o domínio mais biodiverso, abrigando 711 das 908 espécies classificadas neste estudo como regionais. A distribuição das briófitas nos diferentes domínios está fortemente relacionada às condições ambientais e ao tipo de substrato disponível. As estratégias reprodutivas e adaptações morfológicas das briófitas se mostram importantes para a sobrevivência das espécies em seus diferentes ambientes. Espécies com ampla distribuição em todos os domínios brasileiros exibem características adaptativas notáveis, como por exemplo a produção de gemas. As relações florísticas entre as diferentes fitofisionomias da Mata Atlântica, mostrou que as briófitas endêmicas desse bioma, especialmente os musgos, têm uma forte preferência por troncos como substrato. A variação nas fitofisionomias da Mata Atlântica, que inclui desde vales úmidos e estáveis até afloramentos rochosos expostos a condições extremas como fogo e frio, também influencia a composição e distribuição das espécies de briófitas endêmicas desse domínio. As briófitas pela sua ampla diversidade, adaptações morfológicas e estratégias reprodutivas, apresentam-se como excelentes indicadoras do estado de preservação dos ecossistemas, especialmente em áreas de alta diversidade e endemismo. Além disso, a análise das suas relações florísticas revela padrões ecológicos e fitogeográficos que refletem a complexidade ambiental dos domínios brasileiros, variando desde as florestas úmidas da Amazônia e da Mata Atlântica até os mais secos, como o Cerrado e a Caatinga.

Palavras-chave: aspectos ecológicos, endemismo, modo de vida.

ABSTRACT

Surveys on bryophytes are essential for deepening our understanding of biodiversity, identifying priority areas for conservation, mapping species distribution, and developing effective environmental management policies. This study, based on an extensive bibliographic review of articles published until November 2024, compiled data from 43 studies covering 48 locations in Brazil, resulting in the registration of 1,334 bryophyte species, including information on their habits and geographical location. Among these species, 177 are endemic to Brazil, highlighted as important indicators of the preservation status of the areas where they occur. The Atlantic Forest stood out as the most biodiverse domain, housing 711 of the 908 species classified in this study as regional. The distribution of bryophytes across different domains is strongly related to environmental conditions and the type of available substrate. The reproductive strategies and morphological adaptations of bryophytes are important for the survival of species in their various environments. Species with wide distribution across all Brazilian domains exhibit remarkable adaptive traits, such as gemma production. Floristic relationships between different phytophysiognomies of the Atlantic Forest showed that endemic bryophytes of this biome, especially mosses, have a strong preference for tree trunks as a substrate. The variation in phytophysiognomies within the Atlantic Forest, ranging from moist, stable valleys to rocky outcrops exposed to extreme conditions like fire and cold, also influences the composition and distribution of endemic bryophyte species in this domain. Due to their broad diversity, morphological adaptations, and reproductive strategies, bryophytes are excellent indicators of the conservation status of ecosystems, especially in areas of high diversity and endemism. Additionally, an analysis of their floristic relationships reveals ecological and phytogeographical patterns that reflect the environmental complexity of Brazil’s domains, ranging from the humid forests of the Amazon and Atlantic Forest to the drier regions like the Cerrado and Caatinga.

Key words: ecological aspects, endemism, life forms.


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Regionalidade de Briófitas nos Domínios Fitogeográficos Brasileiros


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