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Daiane Teixeira da Silva


No dia 23 de abril de 2012, a aluna do programa de Pós-graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica de São Paulo (IBt),
Daiane Teixeira da Silva (Bolsista FAPESP), defendeu sua dissertação de mestrado intitulada
“Respostas fisiológicas de indivíduos jovens de Tibouchina pulchra Cogn. expostos à contaminação atmosférica
no entorno de uma refinaria de petróleo em Cubatão, SP”.

O trabalho visou analisar se a mudança no modo de obtenção de energia, de óleo combustível para gás natural, utilizado por uma refinaria traria melhorias
à vegetação nativa do entorno. Para tanto, foi realizado um trabalho de
biomonitoramento em áreas sob influência das emissões da refinara e uma área mais afastada. Nestas áreas, indivíduos jovens de Tibouchina pulchra, espécie arbórea mais importante da vegetação do entorno foram expostos de abril de 2009 a abril de 2011, em 8 períodos de três meses, ao longo dos quais foram avaliadas as trocas gasosas de CO2 e H2O e o crescimento. A mudança de combustível não resultou em ganho ambiental, apenas numa mudança no perfil da contaminação atmosférica na região.

A banca examinadora foi composta pela Dr.ª Regina Maria de Moraes (orientadora/IBt),  Dr.ª Mirian Cilene Spasiani Rinaldi (IBt) e Dr. Marcos Pereira Marinho Aidar(IBt).

A banca examinadora foi composta pela Dr.ª Regina Maria de Moraes (orientadora/IBt), 
Dr.ª Mirian Cilene Spasiani Rinaldi (IBt) e Dr. Marcos Pereira Marinho Aidar(IBt).


Respostas fisiológicas de indivíduos jovens de Tibouchina pulchra Cogn. expostos à contaminação atmosférica
no entorno de uma refinaria de petróleo em Cubatão, SP


RESUMO

As grandes concentrações de poluentes aéreos emitidos pelo complexo industrial de Cubatão, SP/Brasil, têm causado severos danos à Floresta Atlântica naquela região desde a década de 1950, quando foi inaugurada a Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC).  Devido a utilização de um sistema de produção de energia com queima de óleo em caldeiras, a refinaria referida emitia à atmosfera cerca de 16 ton/ano de SO2. A fim de reduzir o impacto ambiental, a RPBC decidiu trocar este sistema por uma usina termoelétrica (UTE) movida a gás natural. Desta forma, a fim de avaliar a influência deste novo combustível nos espécimes vegetais da floresta adjacente, indivíduos de Tibouchina pulchra, espécie nativa da região, foram distribuídos em diferentes áreas no entorno da refinaria (CM1, CM5, CEPEMA, Centro) e uma área mais afastada (RP), longe das emissões. Um experimento adicional foi conduzido em câmaras de topo aberto supridas com ar filtrado (AF) e ar ambiente (NF), estas estiveram localizadas no CEPEMA. Ao longo das etapas de modificação do sistema (A: 4 caldeiras a óleo, B: UTE mais 3 caldeiras óleo e 1 a gás, C: UTE mais 1 caldeira a óleo e 1 a gás), lotes de plantas (n=12) foram distribuídos entre os pontos amostrais ou tratamento, permaneceram expostos por 12 semanas e então foram avaliados parâmetros de fotossíntese e de crescimento. Ao final da etapa C do experimento em campo, observou-se aumento nos valores de assimilação líquida de carbono (Asat) e condutância estomática (gs), e com isso maiores valores de eficiência intrínseca do uso da água (EiUA) foram observados nas plantas mantidas no CM5 e CEPEMA, entretanto, a análise dos componentes principais indicou que os parâmetros de maior explicabilidade na etapa A (biomassa seca total e razão raiz/parte aérea) não apresentaram aumento significativo na etapa C, sugerindo que os poluentes continuam atuando. No experimento em câmaras de topo aberto quando houve mudança no combustível (etapa D) foi observada significativa redução da Asat, menores valores da razão Fv/Fm e aceleração da senescência foliar nas plantas mantidas no NF ao final da exposição. A partir do início de funcionamento da UTE, observou-se redução significativa das concentrações de SO2, devido ao desligamento das primeiras caldeiras, concomitantemente houve aumento significativo das concentrações de NO2, que além de ser um poluente oxidante é um dos precursores do O3, poluente altamente oxidativo. Os resultados mostram que embora a redução de SO2 tenha sido significativa para os indivíduos expostos no início da mudança, outros poluentes pareceram estar atuando sobre a fisiologia das plantas nas seguintes etapas.

Palavras-chave: Melastomataceae. Cubatão, SP. Fotossíntese.


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Respostas fisiológicas de indivíduos jovens de Tibouchina pulchra Cogn. expostos à contaminação atmosférica
no entorno de uma refinaria de  petróleo em Cubatão, SP


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