Marisia Pannia Esposito
Em 28 de fevereiro de 2013, no anfiteatro do Instituto de Botânica de São Paulo (IBt), Marisia Pannia Esposito, aluna de doutorado do programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica, bolsista FAPESP,
defendeu sua Tese de Doutorado intitulada
“Capacidade de oxi-redução de plantas jovens de Tibouchina pulchra (Cham.) Cogn.:
resposta indicadora de mudanças na qualidade do ar no entorno de uma refinaria de petróleo na região de Cubatão, SP”.
A banca examinadora foi presidida pela Dra. Marisa Domingos, do Núcleo de Pesquisa em Ecologia (IBt) e contou com a participação da
Dra. Adalgiza Fornaro (IAG-USP), Dra. Claudia Maria Furlan (IB-USP), Dra. Silvia Ribeiro de Souza (Ecologia-IBt) e do Dr. Danilo da Cruz Centeno (UFABC).
A espécie adotada neste estudo – Tibouchina pulchra – foi utilizada como bioindicadora modelo para monitorar riscos associados a uma nova situação de poluição atmosférica por poluentes com potencial oxidativo no entorno da Refinaria Presidente Bernardes, situada no Complexo Industrial de Cubatão, através da mudança de seu sistema de geração de energia da queima de óleo combustível em caldeiras para uma termoelétrica movida a gás natural.
De forma geral, houve a tendência de variação nos níveis de antioxidantes ao longo dos períodos de exposição de T. pulchra, abrangendo todo o período de troca do sistema de produção de energia pela refinaria de petróleo em resposta ao aumento da concentração de poluentes atmosféricos com poder oxidativo (NO2, O3 e MP10). As variações climáticas também não podem deixar de se consideradas, pois afetam e se correlacionam com a atividade antioxidativa de T. pulchra e também interferem na formação de poluentes atmosféricos.

Membros da banca examinadora: Dr. Danilo da Cruz Centeno, Dra. Adalgiza Fornaro, Dra. Silvia Ribeiro de Souza,
a aluna Marisia Pannia Esposito, Dra. Marisa Domingos e Dra. Claudia Maria Furlan.
CAPACIDADE DE OXI-REDUÇÃO DE PLANTAS JOVENS DE TIBOUCHINA PULCHRA (CHAM.) COGN.: RESPOSTA INDICADORA DE MUDANÇAS NA QUALIDADE DO AR NO ENTORNO DE UMA REFINARIA DE PETRÓLEO NA REGIÃO DE CUBATÃO, SP
RESUMO
A Floresta Atlântica, que recobre as encostas da Serra do Mar na região de Cubatão, tem sido afetada por poluentes aéreos emitidos pelas indústrias. O impacto dos poluentes na região da Serra do Mar foi intensamente estudado na década de 1990 por meio do monitoramento biológico com diferentes espécies vegetais, como a espécie pioneira da Floresta Atlântica, Tibouchina pulchra, conhecida por acumular metais, fluoreto e enxofre em seus tecidos. A espécie foi adotada neste estudo como bioindicadora modelo para monitorar riscos associados a uma nova situação de contaminação atmosférica por poluentes com potencial oxidativo no entorno da Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), situada no Complexo Industrial de Cubatão, já que ela mudou seu sistema de geração de energia, da queima de óleo combustível em caldeiras para uma termoelétrica (UTE) movida a gás natural. Os objetivos gerais do estudo realizado foram: 1) Determinar a capacidade de oxi-redução de plantas jovens de T. pulchra, quando submetidas a um gradiente de condições ambientais, no entorno da RPBC, na condição de contaminação atmosférica antes e após o início de operação da UTE; 2)verificar se o impacto dos poluentes observados na região de Cubatão é capaz de alterar os níveis de respostas antioxidativas de T. pulchra. A capacidade de oxi-redução de T. pulchra foi analisada por meio de componentes do sistema de defesas antioxidativas: concentração de ácido ascórbico e glutationa, atividade enzimática da superóxido dismutase, catalase, ascorbato peroxidase e glutationa redutase e também por meio de análises de um indicador de estresse oxidativo em nível celular, o acúmulo de malondialdeído, precursor da peroxidação lipídica. No estudo realizado em campo, houve tendência de variação dos níveis de antioxidantes ao longo dos períodos de exposição que abrangeram todo período de troca do sistema de produção de energia pela refinaria de petróleo, em resposta ao aumento da concentração de poluentes atmosféricos com poder oxidativo. Os antioxidantes não enzimáticos – ácido ascórbico e glutationa – bem como a enzima ascorbato peroxidase foram essenciais para demonstrar o estado redox de T. pulchra. No estudo realizado em câmaras de topo aberto, a temperatura afetou a atividade de todos compostos enzimáticos. A concentração da glutationa, principalmente em sua forma reduzida, bem como as enzimas catalase e ascorbato peroxidase foram as principais responsáveis por manter a tolerância de T. pulchra ao estresse oxidativo imposto pela poluição atmosférica na região
Palavras-chave: poluição atmosférica, Melastomataceae, antioxidante.
Marisia Pannia Esposito
CAPACIDADE DE OXI-REDUÇÃO DE PLANTAS JOVENS DE TIBOUCHINA PULCHRA (CHAM.) COGN.: RESPOSTA INDICADORA DE MUDANÇAS NA QUALIDADE DO AR NO ENTORNO DE UMA REFINARIA DE PETRÓLEO NA REGIÃO DE CUBATÃO, SP
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