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Marina Bianchini de Salvi


Em 18 de fevereiro de 2013, no anfiteatro do Instituto de Botânica de São Paulo (IBt), Marina Bianchini de Salvi, aluna de doutorado do programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica, bolsista CAPES, defendeu sua Tese de Doutorado intitulada
“Otimização de biorremediação de solo contaminado com organoclorados utilizando basidiomicetos em biorreatores”.

A banca examinadora foi presidida pelo Dr. Dácio Roberto Matheus (UFABC) e contou com a participação da Dra. Elen Aquino Perpétuo (CEPEMA), da Dra. Luisa Helena dos Santos Oliveira (UFABC) do Dr. Carlos Renato Corso (UNESP) e da Dra. Vera Lucia Ramos Bononi (IBt).


OTIMIZAÇÃO DE BIORREMEDIAÇÃO DE SOLO CONTAMINADO COM ORGANOCLORADOS
UTILIZANDO BASIDIOMICETOS EM BIORREATORES


RESUMO

Diversas espécies de fungos basidiomicetos brasileiros têm sido selecionadas para degradação de compostos organoclorados. Este trabalho teve como objetivo avaliar a biodegradação de compostos organoclorados em solo, principalmente o hexaclorobenzeno (HCB), em biorreatores com capacidade de 10 Kg e a eficiência da aeração pressurizada, os efeitos de ácidos graxos insaturados e da concentração dos compostos organoclorados do solo na biodegradação por Lentinus crinitus CCIBt 2611. O solo contaminado (10643,81 mg HCB Kg-1 solo e 1550,24 mg PeCB Kg-1 solo) com organoclorados foi esterilizado com benomyl (10mg Kg-1 solo). Lotes de 9 Kg de solo (seco) foram transferidos para biorreatores onde foram incorporados 2,5% de gesso comercial (peso seco) e 900 mg de L. crinitus (peso seco), crescido em bagaço de cana misturado com farinha de soja e fécula de mandioca nas proporções de 20 e 30% (peso seco). Foram realizados 2 experimentos, sendo que as condições de cultivos analisadas no primeiro experimento foram: 2 reatores com 5% de uma emulsão de óleo de soja comestível comercial (marca Lisa) e tween 20, na proporção de 9:1 (p/p) com injeção de ar pressurizado (0,2 Bar) e 2 reatores com 5% de uma emulsão de óleo de soja comestível comercial (marca Lisa) e tween 20, na proporção de 9:1 (p/p) com revolvimento semanal do solo, e no segundo experimento as condições de cultivo foram: 2 reatores com 5% de uma emulsão de óleo de soja comestível comercial (marca Lisa) e tween 20, na proporção de 9:1 (p/p), utilizado como controle, 2 reatores com 8% de uma emulsão de óleo de soja comestível e tween 20, na proporção de 9:1 (p/p) e 2 reatores com solo contaminado diluído com solo branco (1:10 p/p) para diminuição da concentração inicial dos organoclorados. E em todos os reatores foi injetado ar pressurizado (0,2 Bar). Foi instalado um sensor de temperatura nos biorreatores e uma sonda para medida do teor de oxigênio. A incubação dos biorreatores foi feita durante 56 dias, a 28ºC. Aos 0, 7, 14, 28 e 56 dias de incubação foram determinadas atividades enzimáticas, pH, crescimento fúngico e umidade do solo. A temperatura do solo e % de oxigênio do solo foram acompanhadas diariamente. No primeiro experimento foram observadas atividades enzimáticas durante todo período de crescimento de L. crinitus em todos os tratamentos avaliados e um efeito significativo do óleo vegetal e da oxigenação sob pressão. O pH variou de 4,0 a 3,8 ao final de tempo de incubação. O teor de oxigênio nos reatores com revolvimento do solo variou entre 19 e 21% e nos reatores pressurizados a porcentagem foi superior, variando entre 23 e 25%. A temperatura do solo nos biorreatores pressurizados foi inferior à observada nos biorreatores com revolvimento do solo. O crescimento de L. crinitus foi semelhante em todas as condições analisadas até 56 dias de incubação, com influência do óleo vegetal e do ar pressurizado. L. crinitus foi capaz de degradar 36,3% de HCB, 35,4% de pentaclorobenzeno (PeCB) e 22,9% dos tetraclorobenzenos totais (TCBs) nos reatores pressurizados. No segundo experimento também foram observadas atividades enzimáticas durante todo período de crescimento de L. crinitus e um efeito significativo do aumento da concentração do óleo vegetal no sistema de cultivo. Não houve alteração do pH do solo. O teor de oxigênio nos reatores variou entre 21 e 25%. A temperatura do solo nos biorreatores variou entre 16 e 28ºC. Houve crescimento significativo de L. crinitus em todas as situações analisadas e um efeito significativo da concentração do óleo vegetal no aumento da biomassa fúngica. L. crinitus foi capaz de degradar 43,7% de HCB, 50,4% de PeCB e 41,7% dos TCBs totais nos reatores pressurizados.

Palavras chaves: aeração, biorremediação, basidiomiceto, biorreator, Lentinus crinitus


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OTIMIZAÇÃO DE BIORREMEDIAÇÃO DE SOLO CONTAMINADO COM ORGANOCLORADOS UTILIZANDO BASIDIOMICETOS EM BIORREATORES


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