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Naiana Pereira Lunelli 


No dia 09 de maio de 2014, a aluna Naiana Pereira Lunelli (bolsista CAPES) do Programa de Pós Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente defendeu sua dissertação de mestrado intitulada “Conhecimento e uso de espécies arbóreas por agricultores do Vale do Ribeira”.

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A banca examinadora foi composta (na foto da direita para esquerda) pelo orientador, Dr. Clovis José Fernandes de Oliveira Júnior (Núcleo de Pesquisa em Plantas Ornamentais – Instituto de Botânica, IBt), pelo Dr. Fernando Silveira Franco (Depto. Ciências Ambientais – Universidade Federal de São Carlos, UFScar) e pela
Dra. Cristina Adams (Escola de Artes, Ciências e Humanidades – Universidade de São Paulo, USP).


Conhecimento e uso de espécies arbóreas por agricultores do Vale do Ribeira


RESUMO

As árvores constituem uma importante fonte de recursos para as populações humanas, além de representarem o principal componente estrutural de áreas florestais. Um melhor entendimento do conhecimento local sobre espécies arbóreas pode contribuir com o planejamento mais adequado das agroflorestas. As pessoas são capazes de interagir com o ambiente ou mesmo modificá-lo como forma de garantir sua sobrevivência. O conhecimento construído nessa relação pode ser influenciado por diversos aspectos sociais, econômicos e ambientais. Com base nisso, o presente trabalho visou analisar o conhecimento e uso de espécies arbóreas por agricultores associados à Cooperafloresta (Associação de Agricultores Agroflorestais de Barra do Turvo e Adrianópolis), Vale do Ribeira, Brasil. O estudo foi conduzido por meio de entrevista semi-estruturada, complementadas por turnê guiada, diário de campo, coleta e identificação de material botânico. Foram entrevistados 40 agricultores, distribuídos em 23 unidades familiares cuja principal fonte de renda decorre da produção agroflorestal. Foram mencionadas 220 etnoespécies e identificadas 186 espécies, pertencentes a 54 famílias botânicas. Os usos citados remeteram a dez categorias: alimentação humana (82 spp.), matéria orgânica (81 spp.), construção (81 spp.), combustível (66 spp.), medicinal (63 spp.), alimentação animal (59 spp.), tecnologia (53 spp.), mel (43 spp.) e outros (45 spp.). Diferenças significativas foram encontradas entre a riqueza de espécies nativas (136 spp.) e exóticas (50 spp.) conhecidas, inclusive nas categorias de uso com exceção ao uso alimentício. As áreas com influência humana foram os ambientes com o maior número de plantas citadas (77 spp.). Observou-se que o conhecimento entre homens e mulheres é homogêneo (X2 = 1.94, p = 0.18) e a idade mostrou-se ser um fator diferencial à medida que os jovens mencionaram um menor número de espécies. Os resultados obtidos demostraram que o conhecimento construído empiricamente por estes agricultores durante o convívio com a vegetação pode contribuir com novas iniciativas para o uso econômico da biodiversidade. O resgate do conhecimento ainda pode contribuir com o fortalecimento da identidade e respeito aos modos de vida dos agricultores.

Palavras-chave: etnobotânica, variação intracultural, agroflorestal, Mata Atlântica, Cooperafloresta.


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Conhecimento e uso de espécies arbóreas por agricultores do Vale do Ribeira


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