Pedro Ivo Lembo Silveira de Assis
No dia 24 de abril de 2014, no anfiteatro do Instituto de Botânica de São Paulo (IBt), o aluno de mestrado Pedro Ivo Lembo Silveira de Assis, bolsista CNPq, do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente defendeu sua Dissertação de Mestrado intitulada:
“Fluxo estomático de ozônio e sintomas foliares visíveis em Psidium guajava L. ‘Paluma’”,
sob orientação da Dra. Regina Maria de Moraes, do Núcleo de Pesquisa em Ecologia do Instituto de Botânica de São Paulo.
A banca examinadora foi presidida pela Dra. Regina Maria de Moraes e contou com a participação da Dra. Cláudia Maria Furlan (IB-USP) e do Dr. Sérgio Tadeu Meirelles (Departamento de Ecologia da Universidade de São Paulo / USP)
Membros da banca examinadora: Dra. Regina Maria de Moraes, o aluno Pedro Ivo Lembo Silveira de Assis,
a Dra. Cláudia Maria Furlan e o Dr. Sérgio Tadeu Meirelles.
No Brasil, este estudo foi pioneiro e tem muito a acrescentar à área acadêmica, além de contribuir com futuras diretrizes adotadas com relação a índices de proteção à vegetação contra os efeitos induzidos pelo ozônio, atualmente inexistente no país. Os resultados permitiram observar que considerar fatores ambientais que modulam a resposta estomática e, consequentemente, a absorção do poluente pela planta,
auxiliam na melhor compreensão da variação dos sintomas foliares visíveis da espécie Psidium guajava ‘Paluma’.
Fluxo estomático de ozônio e sintomas foliares visíveis em Psidium guajava L. ‘Paluma’
RESUMO
As concentrações de ozônio (O3) têm aumentado anualmente na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). O O3 pode induzir danos às espécies vegetais, comunidades e ecossistemas. Recentemente, níveis críticos baseados no fluxo de ozônio para o interior da folha através dos estômatos têm sido adotados para algumas espécies do hemisfério norte, visando a proteção destas. O fluxo de ozônio tem explicado melhor a variação das respostas da planta do que a exposição acumulada de ozônio acima de 40 ppb (EAO40), que é o nível crítico mais empregado. No Brasil, entretanto, não existe nenhum índice ou nível crítico para a proteção da vegetação. O objetivo deste estudo foi avaliar o modelo de fluxo estomático acumulado de O3 (DO3SE) para Psidium guajava L. ‘Paluma’, espécie arbórea de clima tropical e sensível ao O3, sob as condições ambientais da RMSP e compará-lo à EAO40 quanto à sua capacidade preditiva. Além disso, procurou-se saber qual variável-resposta seria mais adequada. Foram realizadas 5 exposições com duração de três meses cada de maio/2012 a agosto/2013. Medidas de condutância estomática (gs) foram feitas semanalmente. Como parte central do modelo, foi feita a parametrização desta para ‘Paluma’, obtendo-se sua condutâcia máxima (gmax) e mínima (ƒmin) e sua relação com a temperatura (ƒtemp), a radiação fotossinteticamente ativa (ƒRFA), o déficit de pressão de vapor (ƒDPV), a umidade do solo (ƒUS) e os dias do ano (ƒDA). Em seguida, a força do modelo de gs foi avaliada pela relação entre a gs medida e a modelada pelos parâmetros mencionados. Analisaram-se sintomas foliares e crescimento ao longo do estudo, os quais foram relacionados com o fluxo acumulado de O3 (FAO3) e a EAO40. O modelo de gs foi considerado satisfatório e significativo (R² = 0,56; P < 0,0001), além de ter uma boa precisão (RQME = 116). Apesar do maior FAO3 nem sempre corresponder a mais sintomas, este apresentou uma capacidade preditiva maior do que a EAO40. A relação entre os parâmetros de crescimento com o O3 não foi significativa. Por fim, concluiu-se que o modelo DO3SE é aplicável para ‘Paluma’ na RMSP. Os sintomas foliares foram a variável-resposta melhor explicada pelo fluxo e, portanto, é a mais adequada. Apesar dos resultados promissores, o modelo pode ser melhorado ao incluir novas funções que representem, por exemplo, os efeitos da concentração de O3 e da hora do dia sobre gs. Além disso, também se devem testar diferentes doses absorvidas para a verificação da existência de um fluxo limite a partir do qual os sintomas foliares surgiriam. A partir disso, a proposição de um índice para a proteção da vegetação estará mais próxima.
Palavras-chave: Modelo DO3SE; Fluxo estomático de ozônio; sintomas foliares induzidos por ozônio; espécie tropical; Psidium guajava ‘Paluma’.
Pedro Ivo Lembo Silveira de Assis
Fluxo estomático de ozônio e sintomas foliares visíveis em Psidium guajava L. ‘Paluma’
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