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Athos Poli Rigui da Silva


O biólogo Athos Poli Rigui da Silva (bolsista PNADB/CAPES), aluno do Programa de Pós-graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica, defendeu sua dissertação de mestrado intitulada
“Níveis endógenos de ácido abscísico e ácido indol-3-acético e sua relação com o metabolismo de frutanos em Vernonia herbacea (Vell.) Rusby”
no dia 17 de abril de 2014, no Centro de Estudos em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica.

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            A banca examinadora foi presidida pela sua orientadora, Dra. Maria Angela Machado de Carvalho (Núcleo de Fisiologia e Bioquímica – IBt) e composta pelo Prof. Dr. João Paulo Fabi (Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental, FCF-USP) e Prof. Dr. Luciano Freschi (Departamento de Botânica, IB-USP).


Níveis endógenos de ácido abscísico e ácido indol-3-acético e sua relação
com o metabolismo de frutanos em Vernonia herbacea (Vell.) Rusby


RESUMO

Frutanos são oligo- e polissacarídeos de frutose, originados da sacarose, que, além da função de reserva em plantas, contribuem para a tolerância à seca e às baixas temperaturas que ocorrem no Cerrado. Vernonia herbacea, Asteraceae do Cerrado, apresenta crescimento sazonal , e acumula frutanos do tipo inulina em seus órgãos subterrâneos de reserva, os rizóforos. A síntese destes carboidratos ocorre predominantemente nos segmentos mais jovens dos rizóforos (segmentos distais) e se dá pela ação de duas enzimas: sacarose:sacarose 1-frutosiltransferase (1-SST), que catalisa a síntese do trissacarídeo 1-cestose e, frutano:frutano 1-frutosiltransferase (1-FFT) que promove tanto o alongamento como a diminuição das cadeias. A sua despolimerização ocorre principalmente nos segmentos próximos a inserção dos ramos aéreos (segmentos proximais) pela atuação da frutano 1-exohidrolases (1-FEH). O presente trabalho foi realizado com o objetivo de se estudar as relações, já descritas para outras espécies, entre os reguladores hormonais ácido abscísico (ABA) e ácido indol-3-acético (AIA) e o metabolismo de frutanos, em plantas de V. herbacea nos períodos de transição para a dormência (outono e inverno) e para a brotação (inverno e primavera). As plantas foram coletadas em área de Cerrado na Reserva Biológica e Estação Experimental de Mogi-Guaçu (SP) em diferentes fases de desenvolvimento para análises de frutanos, da atividade e expressão gênica das enzimas do seu metabolismo, do teor endógeno de ABA e AIA nos rizóforos e parte aérea, além das medidas do teor de água nas plantas e umidade do solo. Correlações positivas entre o aumento de temperatura, de ABA e teor de água na parte aérea das plantas, sugere uma estratégia para a manutenção do status hídrico. O aumento da taxa de precipitação nos meses de primavera e verão (período vegetativo) foi concomitante ao aumento da atividade e expressão do gene da 1-SST nos segmentos distais dos rizóforos. Neste mesmo período a atividade e expressão da 1-FEH foi reduzida, enquanto sua maior atividade e expressão ocorreu na brotação e, especialmente nos segmentos proximais. O aumento da 1-FEH foi acompanhado de níveis próximos de zero de ABA nos segmentos proximais e distais dos rizóforos, o que deixa claro a associação com a mobilização de carboidratos para a emissão e crescimento de novos ramos. A emissão dos primeiros ramos na brotação foi acompanhada de altos níveis endógenos de AIA na parte aérea e aumento do teor de fruto-oligossacarídeos nos segmentos distais dos rizóforos, mostrando a atuação deste hormônio no desenvolvimento e alogamento dos novos tecidos e favorecimento da síntese de reservas. O status hídrico das plantas não mostrou evidências de estresse hídrico nos períodos analisados, apontando que outros sinalizadores do ambiente podem estar associados à entrada das plantas em dormência e na brotação.

Palavras-chave: Asteraceae, carboidratos de reserva, Cerrado, inulina, órgãos de reserva.


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Níveis endógenos de ácido abscísico e ácido indol-3-acético e sua relação
com o metabolismo de frutanos em Vernonia herbacea (Vell.) Rusby


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