Mariane Lima de Souza
No dia 18 de dezembro de 2013, a aluna Mariane Lima de Souza (bolsista FAPESP)
do Programa de Pós Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente defendeu sua dissertação de mestrado intitulada “Influência da complexidade de habitat sobre a estrutura e estado nutricional da comunidade de algas perifíticas em escala sazonal”.
A banca examinadora foi composta pela orientada, Dra. Carla Ferragut (Núcleo de Pesquisa em Ecologia/IBt), Dr. Décio Luis Semensatto Junior (Universidade Federal de São Paulo) e Dra. Bárbara Medeiros Fonseca (Universidade Católica de Brasília).
O estudo teve como principal objetivo avaliar sazonalmente a influência da complexidade de habitat sobre a estrutura da comunidade de algas do perifíton em substrato artificial em reservatório tropical raso (Lago das Ninféias – São Paulo, PEFI). A estrutura da comunidade perifítica foi analisada através de seus atributos estruturais como: clorofila-a, massa seca livre de cinzas, razão N:P, biovolume total, densidade total, composição, riqueza e diversidade de espécies, densidade de classes algais, estratégias adaptativas e diversidade de grupos morfológicos. Os atributos estruturais do perifíton apresentaram variação entre os diferentes tipos de complexidade de habitat somente no outono e no inverno, quando ocorreram os maiores valores de densidade total, maior dominância de espécies, abundância de espécies unicelulares, nanoperifíticas e flageladas, principalmente nos pontos mais complexos. Comparando os pontos com ausência e presença de macrófitas, evidenciou-se menor variação dos atributos estruturais da comunidade nos habitats complexos. As assembleias algais foram influenciadas pela variação sazonal das condições ambientais e complexidade de habitat. Este trabalho contribui para o maior entendimento da ecologia do perifíton e dos fatores que dirigem as mudanças na estrutura e funcionamento da comunidade algal, particularmente em ecossistema lêntico tropical. No presente estudo, a complexidade de habitat foi um fator determinante da estrutura da comunidade de algas perifíticas. Sendo assim, destaca-se que a estrutura do habitat não pode ser ignorada nos estudos que buscam identificar os fatores que direcionam as mudanças estruturais no perifíton, pois a estrutura do habitat pode influenciar o desenvolvimento e organização da comunidade de algas perifíticas.
Influência da complexidade de habitat sobre a estrutura e estado nutricional da comunidade
de algas perifíticas em escala sazonal
RESUMO
A complexidade de habitat é reconhecida como um fator determinante da estrutura das comunidades biológicas, mas a influencia deste fator ambiental sobre a estrutura das comunidades algais do perifíton é ainda pouco compreendido. O presente estudo avaliou sazonalmente a influência da complexidade de habitat sobre a estrutura da comunidade de algas do perifíton em substrato artificial em reservatório tropical raso (Lago das Ninféias – São Paulo, PEFI). O tempo de colonização foi de 30 dias. O perifíton foi avaliado em seis tipos de estrutura de habitat (n=3) com diferentes graus de complexidade, os quais foram identificados, numerados e classificados em monoespecíficos e pluriespecíficos (2, 3 e 4 espécies de macrófitas). A estrutura da comunidade perifítica foi analisada pela clorofila-a, MSLC, razão N:P, biovolume e densidade total, composição, riqueza e diversidade de espécies, densidade de classes algais, estratégias adaptativas e diversidade de grupos morfológicos. Houve variação das condições ambientais em função da sazonalidade. As condições limnológicas no outono e inverno foram caracterizadas pela maior disponibilidade de nitrogênio, menor transparência e radiação subaquática na água, enquanto a primavera e verão caracterizaram-se pela maior disponibilidade de luz e fósforo dissolvido. O período seco apresentou menor cobertura de macrófitas e menor variação das condições limnológicas entre as estruturas de habitat. Situação oposta ocorreu no período chuvoso, contudo na primavera houve dominância de Nymphaea spp. e no verão coabundância de Nymphaea e Utricularia foliosa. A razão molar N:P identificou que o perifíton foi P-limitado em todas as estruturas de habitat. Os atributos estruturais do perifíton apresentaram variação entre os diferentes tipos de complexidade de habitat somente no outono e no inverno, quando ocorreram os maiores valores de densidade total e Chrysophyceae, maior dominância de espécies, abundância de espécies unicelulares, nanoperifíticas e flageladas, principalmente nos pontos mais complexos. No verão ocorreram os maiores valores de diversidade e de grupos morfológicos, biomassa e densidade de microperifíton e Zygnemaphyceae. Na primavera, o perifíton apresentou o menor desenvolvimento. Comparando os pontos com ausência e presença de macrófitas, evidenciou-se menor variação da comunidade nos habitats complexos. As assembleias algais foram influenciadas pela variação sazonal das condições ambientais e complexidade de habitat. Portanto, concluímos que a complexidade de habitat foi um importante fator determinante da estrutura da comunidade de algas perifíticas. Os resultados evidenciaram que estrutura do habitat não pode ser ignorada nos estudos que buscam identificar os fatores que direcionam as mudanças estruturais no perifíton, pois a estrutura do habitat pode influenciar o desenvolvimento e organização da comunidade de algas perifíticas.
Palavras-chave: biomassa, diversidade, razão molar C:N:P, estratégias adaptativas.
Mariane Lima de Souza
Influência da complexidade de habitat sobre a estrutura e estado nutricional da comunidade
de algas perifíticas em escala sazonal
VOLTAR AS DISSERTAÇÕES E TESES