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Samantha Borges Faustino


No dia 30 de setembro de 2013, às 14:00, a aluna da pós-graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica, São Paulo (IBt),
Samantha Borges Faustino (bolsista CAPES), defendeu sua dissertação de mestrado intitulada
“Distribuição espacial das diatomáceas nos sedimentos superficiais da represa Guarapiranga (São Paulo)”

A banca examinadora foi composta pela Dra Denise de Campos Bicudo (orientadora/IBt), Dra Prisicila Izabel Tremarin (Universidade Federal do Paraná) e
Dra Maria do Carmo Carvalho (CETESB).

O trabalho teve como objetivo avaliar a distribuição das diatomáceas nos sedimentos superficiais da represa Guarapiranga, bem como contribuir para a caracterização da qualidade ecológica do segundo maior manancial abastecedor da RMSP. O índice de estado trófico variou de mesotrófico a supereutrófico, sendo influenciado por uma complexidade de fatores interligados, como aporte de córregos e tributários degradados, uso e ocupação do solo, aporte de esgoto, manejo do reservatório (aplicação de algicidas), bem como pelo período climático. Foram caracterizados dois grupos com associações de espécies de diatomáceas indicadoras da qualidade ecológica da água, quais sejam: bioindicação de ambientes oligotróficos a mesotróficos (4 espécies, Fig. 1) e bioindicação de ambientes eutróficos a supereutróficos (4 espécies, Fig. 2). Este trabalho contribui para o conhecimento da estrutura da comunidade de diatomáceas na represa Guarapiranga e para o conhecimento das condições limnológicas da represa, bem como para o maior conhecimento da ecologia de espécies de diatomáceas tropicais e de seu uso na bioindicação. Finalmente, destaca-se o papel integrador dos sedimentos (no espaço e tempo) e do uso das diatomáceas associadas à geoquímica orgânica como ferramenta para caracterização da qualidade ecológica de represas.

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Dra Prisicila Izabel Tremarin, Dra Maria do Carmo Carvalho, MSc. Samantha Borges Faustino, Profa  Dra Denise de Campos Bicudo


Distribuição espacial das diatomáceas nos sedimentos superficiais da represa Guarapiranga (São Paulo)


RESUMO

O estudo avaliou a biodiversidade e a distribuição espacial das diatomáceas nos sedimentos superficiais de represa de abastecimento público, com grande interferência antropogênica (Represa Guarapiranga, São Paulo). Foram delineadas 14 estações amostrais. A amostragem da água foi realizada em períodos de inverno e verão e a de sedimentos superficiais, no período de inverno. As análises incluíram variáveis físicas e químicas da água e dos sedimentos, bem como análises qualitativa e quantitativa das diatomáceas. O índice de estado trófico variou de mesotrófico a supereutrófico, demonstrando a heterogeneidade espacial da represa. A região a montante do reservatório e duas estações do início do corpo central foram classificadas mesotróficas, as demais estações do corpo central a jusante variaram de eutróficas a supereutróficas. No inverno, acentuou-se a perda da qualidade ecológica da represa devido à maior concentração de nutrientes (nitrogênio e fósforo). A geoquímica orgânica corroborou a tendência dos dados limnológicos, indicando apenas a região de montante como menos degradada, porém já com sinais de eutrofização. A estrutura da comunidade de diatomáceas dos sedimentos refletiu a heterogeneidade espacial da represa e foi primordialmente influenciada pela disponibilidade de nutrientes, bem como pela presença de macrófitas aquáticas. A região a montante caracterizou-se pela maior riqueza e diversidade, maior contribuição de algumas espécies bentônicas, acidófilas, oligotróficas e mesotróficas. Nas demais regiões, a comunidade caracterizou-se pela maior abundância, menor riqueza, diversidade e maior representação de espécies planctônicas, alcalinófilas e eutróficas. Pelas análises integradas dos dados, 9 espécies associaram-se à região mesotrófica e outras 9 às regiões mais degradadas. Todavia, a partir deste estudo e da revisão de literatura (represas da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê e Bacia Hidrográfica dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiái), quatro espécies destacam-se na bioindicação de ambientes oligotróficos e mesotróficos (Aulacoseira tenella, Brachysira microcephala, Eunotia veneris e Frustulia saxonica); e outras quatro para sistemas eutróficos a supereutróficos (Aulacoseira granulata var. granulata, Cyclotella meneghiniana, Fragilaria crotonensis e Nitzschia cf. fruticosa). Ressalta-se a necessidade de estudos taxonômicos criteriosos e de mais informação ecológica sobre diatomáceas tropicais a fim de avançar na bioindicação e propiciar a elaboração de modelos inferenciais, contribuindo para o gerenciamento de represas tropicais.

Palavras-chave: bioindicação, estado trófico, eutrofização, geoquímica orgânica, represa de abastecimento

Figura 1. Espécies indicadoras de ambientes oligotróficos a mesotróficos. Da esquerda para a direita Aulacoseira tenella, Brachysira microcephala, Eunotia veneris e Frustulia soxonica.

Figura 1. Espécies indicadoras de ambientes oligotróficos a mesotróficos. Da esquerda para a direita Aulacoseira tenella, Brachysira microcephala, Eunotia veneris e Frustulia soxonica.

Figura 2. Espécies indicadoras de ambientes eutróficos a supereutróficos. Da esquerda para a direita Aulacoseira granulata var. granulata, Cyclotella meneghiniana, Fragilaria crotonensis e Nitzschia palea var. debilis.

Figura 2. Espécies indicadoras de ambientes eutróficos a supereutróficos. Da esquerda para a direita Aulacoseira granulata var. granulata, Cyclotella meneghiniana, Fragilaria crotonensis e Nitzschia palea var. debilis.


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Distribuição espacial das diatomáceas nos sedimentos superficiais da represa Guarapiranga (São Paulo)


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