Rosana Cristina Carreira
No dia 9 de novembro de 2004, Rosana Cristina Carreira defendeu sua dissertação de mestrado no Instituto de Botânica com o título
“GERMINAÇÃO EM SEMENTES DE MICONIA ALBICANS (SW.) TRIANA E M. RUBIGINOSA (BONPL.) DC., MELASTOMATACEAE, DO CERRADO DE MOGI GUAÇU, SP”, tendo como orientadora a Prof. Dra. Lilian B. P. Zaidan e como banca examinadora o
Prof. Dr. Massanori Takaki (UNESP – Rio Claro) e o Prof. Dr. Cláudio José Barbedo (IBt).
A abordagem da dissertação tem como linha de pesquisa a
Germinação de Sementes de Espécies de Cerrado do estado de São Paulo.
GERMINAÇÃO EM SEMENTES DE MICONIA ALBICANS (SW.) TRIANA E M. RUBIGINOSA (BONPL.) DC., MELASTOMATACEAE, DO CERRADO DE MOGI GUAÇU, SP
RESUMO
No primeiro capítulo da dissertação foi estudada a Maturação de sementes de Miconia albicans e inibidores de germinação em frutos imaturos e maduros de M. albicans e M. rubiginosa. O estudo foi desenvolvido na Reserva Biológica e Estação Experimental de Mogi Guaçu. Foi observado que a floração e frutificação de M. albicans foram irregulares, estendendo-se por vários meses e que, sementes fisiologicamente maduras foram encontradas quando os frutos ainda eram considerados imaturos. Foi registrada a presença de inibidores de germinação em sementes das espécies estudadas e em sementes-teste de alface e rabanete, tanto na presença de extrato de frutos imaturos e maduros das espécies e nas concentrações fornecidas (10, 50 e 100 mg.ml-1).
Já o segundo capítulo tratou do Armazenamento de frutos e sementes de M. albicans e M. rubiginosa em laboratório e em solo de cerrado. Frutos intactos e sementes isoladas foram armazenados a 4ºC, 25ºC, à temperatura ambiente e enterrados no solo da Reserva. As sementes não suportam armazenamento a 25ºC e à temperatura ambiente. Observou-se um decréscimo na germinabilidade das sementes armazenadas à 4ºC e quando enterradas no solo, com as sementes mantendo o fotoblastismo.
O efeito da luz e da temperatura na germinação de sementes de M. albicans e M. rubiginosa foi estudado no terceiro capítulo. A germinação das espécies ocorreu na faixa de 20 a 30ºC, inclusive na alternância de temperaturas. Sementes de M. albicans germinam em porcentagens elevadas se receberem apenas 60 min diários de luz e em fotoequilíbrios mais elevados de V:VE. As sementes de M. rubiginosa mostraram baixa germinabilidade, não ficando clara sua resposta aos tratamentos fornecidos.
Os frutos de M. albicans e M. rubiginosa são dispersos tanto autocórica como zoocoricamente, e sementes fisiologicamente maduras são encontradas, mesmo quando os frutos ainda são considerados imaturos. Isso pode significar uma estratégia de dispersão, cuja chance de germinação de sementes e estabelecimento de uma nova planta são aumentadas, uma vez que frutos de diferentes colorações podem atrair diferentes dispersores. Os frutos maduros não permanecem muito tempo presos à planta e, ao caírem no solo, podem liberar as sementes que só estarão aptas a germinar quando livres da presença dos inibidores. Essas sementes podem ser armazenadas sob baixas temperaturas e exibem grande potencial para formarem o banco de sementes permanente em solo de cerrado, até que condições ambientais favoráveis, tais como altas irradiâncias e variações de temperatura, facilitem a germinação e o recrutamento de plântulas, o que evidencia a importância das Melastomataceae na regeneração natural do cerrado.
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