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Diógina Barata


A dissertação de mestrado intitulada CLOROFÍCEAS MARINHAS BETÔNICAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, da aluna do programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica de São Paulo, Diógina Barata, com orientação da pesquisadora do instituto, Dra. Mutue Toyota Fujii, foi aprovada em 18 de novembro de 2004 sob a avaliação da banca composta pelos pesquisadores: Dr. Abel Sentíes Granados, Universidad Autónoma Metropolitana, México; Carlos Eduardo de Mattos Bicudo, da Seção de Ecologia-IBt/SP e Dra. Mutue Toyota Fujii, da Seção de Ficologia-IBt/SP.


CLOROFÍCEAS MARINHAS BETÔNICAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO


RESUMO

O material examinado foi obtido através de coletas manuais na região de mesolitoral ao longo do litoral espírito-santense em períodos de maré baixa, no ano de 1985 e de novembro de 2002 a junho de 2004. O cultivo em laboratório foi utilizado para ajudar na identificação de táxons representantes de duas famílias da ordem Ulvales (Ulvellaceae e Gayraliaceae). Os resultados foram divididos em 3 capítulos que serão explicados resumidamente abaixo:

  • O primeiro capítulo tratou da ordem Uvales, com representantes talosos ou filamentosos, cloroplasto único, parietal, contendo pirenóides rodeados de grãos de amido, alternância de gerações isomórficas, com gametas anisogâmicos. Para esta ordem foram encontradas 14 espécies representantes de três famílias: Ulvellaceae, Ulvaceae e Gayraliaceae. Entocladia viridis Reinke, Enteromorpha chaetomorphoides Børgesen, E. prolifera (O. F. Muller) J. Agardh e U. rigida C. Agardh são referidas pela primeira vez para o Espírito Santo e Bolbocoleon piliferum Pringsheim é citada pela primeira vez para o Brasil.
  • O segundo capítulo descreveu a ordem Cladophorales, que é caracterizada por representantes com organização do talo do tipo sifonocladácea, podendo promover divisão simples ou segregativa, dando origem a células multinucleadas, com cloroplastos em rede, contendo um único pirenóide central, histórico de vida com alternância de gerações isomórficas e iso- ou anisogamia. Das 2 espécies encontradas pertencendo às famílias Anadyomenaceae, Cladophoraceae, Siphonocladaceae e Boodleaceae, Chaetomorpha clavata Kützing, Cladophora albida (Ness) Kützing, Cl. catenata (Linnaeus) Kützing, Cl rupestris (Linnaeus) Kützing,e Rhizoclonium africanum Kützing são citadas pela primeira vez para o Espírito Santo.
  • No terceiro capítulo identificamos os representantes das ordens Bryopsidales e Dasycladales, característicos por apresentarem talo com organização sifonácea, célula multinucleada, com muitos cloroplastos, podendo ou não apresentar pirenóides, histórico de vida haplôntico e iso- (Dasycladales) ou anisogamia (Bryopsidales). A ordem Bryopsidales foi a mais representativa das quatro encontradas, com 36 táxons distribuídos em 4 famílias, Bryopsidaceae, Caulerpaceae, Codiaceae e Udoteaceae. Já Dasycladales foi representada por apenas um táxon, Acetabularia pusilla (Howe) Collins (Polyphysaceae). Bryopsis hypnoides Lamouroux, Caulerpa cupressoides (Vahl) C. Agardh var. lycopodium Weber-van Bosse f. elegans (P. Crouan & H. Crouan) Weber-van Bosse, Codium. repens P. Crouan & H. Crouan, Avrainvillea longicaulis (Kützing) C. Murray & Boodle, H. gracilis Harvey ex J. Agardh e Acetabularia pusilla são citadas pela primeira vez para o Espírito Santo e Udotea fibrosa D.S. Littler & M. M. Littler é referida pela primeira vez para o Brasil.

Este trabalho acrescentou 15 novas citações para o Espírito Santo e 2 novas citações para o Brasil. Um resultado importante para um estado que até então carecia de estudos sobre os representantes bentônicos marinhos da divisão Chlorophyta. Quando os táxons encontrados são relacionados ao tipo de substrato (costão rochoso e recifes de arenito ferruginoso e de praia) e ao tipo de clima apresentados no estado, observa-se que a flora do Espírito Santo parece ser uma transição entre o que encontramos nas regiões nordeste e sudeste do país. Mas, ela ainda está muito mais relacionada com a flora da região nordeste, provavelmente devido as altas temperaturas encontradas e a presença de substratos recifais, que não são encontrados em outros estados da região sudeste, exceto em pontos isolados ao norte do Rio de Janeiro.


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Diógina Barata
CLOROFÍCEAS MARINHAS BETÔNICAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO


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