Jadson José Souza de Oliveira
No dia 21 de fevereiro de 2014, Jadson José Souza de Oliveira (bolsista FAPESP 2011/02269-1), aluno de doutorado direto (matrícula 01.01.179) do Programa de Pós-graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente – Instituto de Botânica (IBt), defendeu sua tese intitulada
“Morfologia e relações filogenéticas de Marasmius (Marasmiaceae) de áreas de Mata Atlântica do estado de São Paulo, Brasil”.
Presidida pela Drª Marina Capelari (orientadora e presidente da banca), a aula de defesa começou ao redor das 13h30min, durando cerca de 55 min, seguida das arguições dos membros da banca examinadora. A banca foi composta pela Drª Iracema Crusius (IBt), Drª Maria Alice Neves (UFSC), Drª Rosely A. Piccolo Grandi (IBt) e
Dr. Vagner Gularte Cortez (UFPR), além da presidente.
Os objetivos do estudo consistiram de conhecer a diversidade de Marasmius de áreas de Mata Atlântica no estado de São Paulo, com estudos morfológicos pela taxonomia tradicional; entender e elucidar as relações filogenéticas do gênero e contribuir com informações morfológicas e moleculares das espécies avaliadas para identificação de táxons e para uso em futuros estudos pela comunidade científica.
“Morfologia e relações filogenéticas de Marasmius (Marasmiaceae) de áreas de Mata Atlântica do estado de São Paulo, Brasil”.
RESUMO
Marasmius é o maior gênero da família Marasmiaceae e é muito diverso, especialmente em florestas tropicais. A organização infragenérica do gênero tem sido alvo de intensos estudos na busca por uma classificação mais natural. Este gênero foi avaliado no presente estudo com base na morfologia e em dados moleculares (genes nucleares) para verificação das relações filogenéticas. O estudo foi realizado com coleções de áreas de Mata Atlântica do estado de São Paulo. Sessenta e nove táxons foram identificados, com onze novos registros para o Brasil, quatro para o estado e quatro espécies a confirmar. Marasmius cystidioccultus e M. plenicystidiosus são espécies novas já publicadas. Em um artigo no prelo, M. conchiformis, M. conchiformis var. dispar, M. conchiformis var. lenipileatus, M. griseoroseus var. diminutus, M. linderoides e M. longisetosus são propostos como espécies ou variedades novas. No complexo Globulares/Sicci, M. altoribeirensis, M. hobbitii, M. luteoolivaceus, M. pallidobrunneus, M. rhabarbarinoides, e M. venatifolius são propostos de novas espécies; M. linderioides var. ambicellularis, e M. pseudoniveus var. intermedius são novas variedades; M. corrugatus “f. robustisporus”, M. haematocephalus “f. aliocystiformis”, M. haematocephalus “f. aurantiocephalus”, M. haematocephalus “f. pallescenoides”, M. haematocephalus “f. tupiniquim” e M. neotropicalis são nomes provisórios de prováveis novos táxons; e M. davidii var. fuliginosus é uma nova combinação. Na seção Marasmius, M. alienigenus, M. ambiguous, M. avellaneus, M. basidiolongus, M. cantareirensis, M. fuligineochraceus, M. gracilis e M. zingiberianus são novas espécies para o gênero, e Marasmius seção Marasmius subseção Sclerocutini é proposta como subseção nova. Das coleções, sequências de LSU, ITS, rpb2 e ef1-α foram obtidas para as análises de máxima verossimilhança e Bayesiana. As análises uni-locus forneceram resultados preliminares, incluindo dados do GenBank. A análise multi-loci revelou três clados distintos em Marasmius denominados de Globulares, Sicci e Marasmius. O clado Sicci pode ser considerado representante da seção Sicci sensu stricto e a seção Fusicystides é confirmada como membro do gênero. O clado Marasmius contém um subclado alternativo da seção Marasmius subseção Sicciformes, indicando que a subseção é parafilética e a seção Neosessiles foi confirmada como polifilética. Marasmius seção Epiphylli é membro da família Physalacriaceae como observado em estudos anteriores, porém com relação filogenética ainda incerta. Novos estudos ainda são necessários, especialmente incluindo amostragens mais amplas.
Palavras-chave: Agaricales, fungos, diversidade, filogenia, taxonomia
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