Luciana Mollo
No dia 20 de fevereiro de 2009, a aluna do Curso de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica de São Paulo (IBt),
Luciana Mollo (Bolsista de Mestrado da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo),
defendeu sua dissertação de mestrado intitulada
“Efeito da temperatura no crescimento, no conteúdo e na composição de carboidratos não-estruturais
de plantas de Alcantarea imperialis (Carrière) Harms (Bromeliaceae) cultivadas in vitro”.
As Bromeliáceas incluem representantes com notável plasticidade em relação ao ambiente, especialmente em regiões com grande amplitude térmica. Pela beleza que apresentam, essas plantas se destacam entre as principais espécies ornamentais tropicais, incluindo a bromélia imperial Alcantarea imperialis. Esta espécie é nativa da Mata Atlântica e cresce naturalmente sobre rochas ou solos rasos e pedregosos em regiões com temperaturas médias de 19 ºC, que podem oscilar entre 5 e 40 ºC em um único dia. Considerando que o crescimento de plantas é diminuído sob baixas temperaturas e que nessas condições há aumento na produção de carboidratos, o objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento e as variações nos carboidratos não-estruturais em plantas de A. imperialis crescendo sob diferentes condições térmicas. O cultivo foi estabelecido a partir de sementes germinadas in vitro em meio MS sólido modificado, com macronutrientes reduzidos à metade, (100 mg/L demyo-inositol, 30 g/L de sacarose, 7 g/L de agar, pH 5,8), em câmaras de germinação tipo BOD, com fotoperíodo de 12 h, a 15 ºC, 15/30 ºC (termoperíodo escuro/claro) e 30 ºC. Um lote controle foi mantido in vitro a 26 ºC em sala de cultura e outro ex vitro, nas mesmas condições, utilizando casca de pinus como substrato. A emergência das plântulas foi avaliada semanalmente em cada tratamento e após 3, 6 e 9 meses de cultivo foram realizadas análises biométricas e de produção de carboidratos não-estruturais no sistema radicular, folhas e eixo caulinar, constituído de caule e bainha das folhas. Os resultados indicaram que foram necessários 50 dias para ocorrer emergência de 80% das plântulas provenientes de sementes mantidas a 15 ºC, enquanto que naquelas cultivadas a 30 ºC foram necessários apenas 14 dias para que a mesma porcentagem fosse atingida. As sementes mantidas sob termoperíodo precisaram de um tempo intermediário para germinar, cerca de 21 dias. As plantas mantidas por 9 meses a 15 ºC apresentaram folhas e raízes em número e tamanho reduzidos e menores valores de massas fresca e seca, sendo em média 4 vezes inferiores àquelas cultivadas a 30 ºC. Os valores obtidos para plantas cultivadas sob termoperíodo foram intermediários. As análises de carboidratos indicaram haver maior quantidade de açúcares totais nas plantas cultivadas a 15 ºC em relação às cultivadas a 30 ºC. Contudo, os maiores valores foram encontrados nas plantas cultivadas sob termoperíodo. Os resultados permitiram concluir que as temperaturas baixas limitaram o crescimento, mas não afetaram a sobrevivência das plantas de A. imperialis cultivadas in vitro e que os teores de carboidratos foram maiores nessas condições, indicando que esses compostos poderiam estar envolvidos na plasticidade térmica de A. imperialis e na crioproteção das plantas em condições de abaixamento de temperatura.

Dra. Maria Angela (IBot), Dra. Rita de Cássia (orientadora/ IBot),
aluna Luciana Mollo, Dra. Catarina (IBot) e Dra. Ana Paula (Embrapa)
“Efeito da temperatura no crescimento, no conteúdo e na composição de carboidratos não-estruturais de plantas de Alcantarea imperialis (Carrière) Harms (Bromeliaceae) cultivadas in vitro”.
RESUMO
Bromeliaceae inclui representantes com notável plasticidade em relação ao ambiente (de mesófilos a xéricos), especialmente em regiões com grande amplitude térmica. Pela beleza que apresentam, essas plantas se destacam entre as principais espécies ornamentais tropicais, incluindo a bromélia imperial Alcantarea imperialis. Esta espécie é nativa da Mata Atlântica e cresce naturalmente sobre rochas ou solos rasos e pedregosos em regiões com temperaturas médias de 19 ºC, que podem oscilar entre 5 e 40 ºC em um único dia. Considerando que o crescimento de plantas é diminuído sob baixas temperaturas e que nessas condições há aumento na produção de carboidratos, o objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento e as variações nos carboidratos não estruturais em plantas de A. imperialis crescendo sob diferentes condições térmicas. O cultivo foi estabelecido a partir de sementes germinadas in vitro em meio Murashige & Skoog (1962) sólido, com macronutrientes reduzidos à metade, (100 mg/L de myo-inositol, 30 g/L de sacarose, 7 g/L de agar, pH 5,8), modificado a partir de Naves (2001), em câmaras de germinação tipo BOD, com fotoperíodo de 12 h, a 15 ºC, 15/30 ºC (termoperíodo escuro/claro) e 30 ºC. Um lote controle foi mantido in vitro a 26 ºC em sala de cultura e outro em estufa, utilizando casca de pinus como substrato. A emergência das plântulas foi avaliada semanalmente em cada tratamento e após 3, 6 e 9 meses de cultivo foram realizadas análises biométricas e de produção de carboidratos não estruturais no sistema radicular, folhas e eixo caulinar, constituído de caule e bainha das folhas. Os resultados indicaram que foram necessários 50 dias para ocorrer emergência de 80% das plântulas provenientes de sementes mantidas a 15 ºC, enquanto que naquelas cultivadas a 30 ºC foram necessários apenas 14 dias para que a mesma porcentagem fosse atingida. As sementes mantidas sob termoperíodo precisaram de um tempo intermediário para germinar, cerca de 21 dias. As plantas mantidas por 9 meses a 15 ºC apresentaram folhas e raízes em número e tamanho reduzidos e menores valores de massas fresca e seca, sendo em média 4 vezes inferiores àquelas cultivadas a 30 ºC. Os valores obtidos para plantas cultivadas sob termoperíodo foram intermediários. As análises de carboidratos indicaram haver maior quantidade de açúcares totais nas plantas cultivadas a 15 ºC em relação às cultivadas a 30 ºC. Contudo, os maiores valores totais foram encontrados nas plantas cultivadas sob termoperíodo. Os resultados permitiram concluir que as temperaturas baixas limitaram o crescimento de plantas de A. imperialis cultivadas in vitro e que os teores de carboidratos foram maiores nessas condições, indicando que esses compostos poderiam estar envolvidos na plasticidade térmica de A. imperialis e na crioproteção das plantas em condições de abaixamento de temperatura.
Palavras-chave: Bromeliaceae, cultivo in vitro, temperaturas baixas.
Luciana Mollo
“Efeito da temperatura no crescimento, no conteúdo e na composição de carboidratos não-estruturais de plantas de
Alcantarea imperialis (Carrière) Harms (Bromeliaceae) cultivadas in vitro”.
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