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Eduardo Luiz Longui 


No dia 28 de agosto de 2009, o aluno Eduardo Luiz Longui do Curso de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal e
Meio Ambiente do Instituto de Botânica, defendeu sua tese de doutorado intitulada
“Potencial de madeiras nativas na fabricação de arcos para instrumentos de corda”.

A banca examinadora foi composta pela Dra. Edenise Segala Alves (Orientadora e Presidente/IBt), Dra. Márcia Regina Braga (IBt),
Dra. Veronica Angyalossy (USP), Dra. Graciela Ines Bolzon de Muniz (UFPR) e Dr. Israel Luiz de Lima (IF).


Potencial de madeiras nativas na fabricação de arcos para instrumentos de corda


RESUMO

O pau-brasil (Caesalpinia echinata L.) é a árvore símbolo do Brasil e se encontra em perigo de extinção, sendo um dos motivos a retirada e a exportação ilegal de sua madeira para fabricação de arcos de instrumentos de corda. Para propor outras madeiras são necessários estudos científicos que avaliem seu potencial para confecção de arcos, bem como a fabricação de arcos testes e da comprovação dos músicos quanto à sua qualidade. Neste estudo objetivou-se investigar o potencial de seis madeiras nativas por meio da comparação de suas características anatômicas, propriedades físicas, mecânicas, químicas, acústicas e da trabalhabilidade com as encontradas na madeira de C. echinata, estabelecida como modelo. Objetivou-se ainda avaliar a disponibilidade de mercado das madeiras consideradas potenciais. As características avaliadas foram: 1) anatômicas (dimensões, frequência e arranjo das células); 2) propriedades físicas (densidade aparente e retração volumétrica); 3) propriedades mecânicas (módulos de elasticidade dinâmico, estático e ruptura, resistência ao cisalhamento e compressão paralela às fibras); 4) propriedade acústica (velocidade de propagação do som); 5) constituintes químicos (teores de extrativos totais, lignina e holocelulose); 6) trabalhabilidade e propriedades organolépticas; 7) disponibilidade de mercado em madeireiras do estado de São Paulo. Os resultados obtidos mostraram que as características das fibras e dos raios foram as que mais contribuíram para as variações de densidade aparente; adicionalmente, as dimensões dos raios, lume e diâmetro das fibras, e a presença de parênquima axial paratraqueal influenciam positivamente a velocidade de propagação do som. Os valores do módulo de elasticidade dinâmico estão diretamente correlacionados com o lume, diâmetro das fibras e dimensões dos raios. Em geral, valores altos nas propriedades mecânicas indicam madeiras de melhor qualidade. A variação da densidade e da velocidade de propagação do som foi diferente entre as madeiras estudadas. A correlação entre a densidade e os teores de extrativos, lignina e holocelulose deve ser interpretada de maneira distinta entre as diferentes madeiras, uma vez que a influência destes constituintes variou, dependendo da madeira analisada. A madeira de C. echinata apresentou maior dificuldade de ser trabalhada em comparação com as seis madeiras estudadas. No entanto, foi a que apresentou o melhor acabamento. Dentre as seis madeiras analisadas no presente estudo, Handroanthus spp. e Dipteryx spp. foram as que mostraram maior potencial como madeiras alternativas, sendo que arcos dessas duas madeiras já foram adquiridos por músicos profissionais que confirmaram sua qualidade musical. As madeiras de Hymenaea spp. e Diplotropis spp. também se mostraram promissoras e podem fornecer arcos de boa qualidade. Mezilaurus itauba e Astronium lecointei não apresentaram o potencial necessário para serem utilizadas na fabricação de arcos. As quatro madeiras mais promissoras são relativamente fáceis de serem encontradas atualmente no comércio madeireiro, o que viabiliza sua utilização.

Palavras-chave: Liquens, Canomaculina, Rimelia

Contato: elongui@if.sp.gov.br


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Potencial de madeiras nativas na fabricação de arcos para instrumentos de corda


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