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Vanessa Fátima de Oliveira


No dia 26 de junho de 2007, a bióloga Vanessa Fátima de Oliveira, aluna do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica de São Paulo, defendeu sua dissertação de mestrado intitulada:
“Efeito da atmosfera enriquecida em CO2 no crescimento, na alocação de biomassa e no metabolismo de frutanos em Vernonia herbacea (Vell.) Rusby.

A banca examinadora foi presidida pela sua orientadora Dra. Maria Angela Machado de Carvalho (IBt) e contou com a participação do Dr. Massanori Takata (UNESP), como convidado externo, e do Dr. Emerson Alves da Silva (IBt), como convidado interno. Vernonia herbacea é uma herbácea da família Asteraceae nativa do cerrado e possui órgãos subterrâneos de reserva (rizóforos) que armazenam frutanos do tipo inulina. Frutanos são polímeros de frutose originados da sacarose, sintetizados por duas enzimas: sacarose: sacarose frutosiltransferase (SST), que catalisa a formação da 1-cestose, e frutano: frutano frutosiltransferase (FFT), responsável pelo alongamento da molécula, e despolimerizados pela frutano-exohidrolase (FEH).

A aluna Vanessa Fátima de Oliveira

A aluna Vanessa Fátima de Oliveira


Efeito da atmosfera enriquecida em CO2 no crescimento,
na alocação de biomassa e no metabolismo de frutanos em Vernonia herbacea (Vell.) Rusby


RESUMO

O seqüestro de carbono, pela fotossíntese, e sua alocação em biomassa são considerados ferramentas para minimizar os efeitos do aumento da concentração de CO2 atmosférico previstos para este século. Poucos trabalhos relatam o efeito da alta concentração de CO2 atmosférico em plantas acumuladoras de frutanos, principalmente em órgãos subterrâneos. O objetivo do presente trabalho foi analisar o efeito da atmosfera enriquecida em CO2 no crescimento, alocação de biomassa e metabolismo de frutanos em V. herbacea. Dois lotes de plantas foram mantidos em câmaras de topo aberto sob ~380 ppm (controle) e ~720 ppm (tratado) de CO2. Medidas de crescimento, biomassa, fotossíntese, conteúdo e produtividade de frutanos, atividade de SST, FFT, FEH e invertase e análise da água de lavagem dos rizóforos foram realizadas no momento da transferência para as câmaras (T0) e aos 15, 30, 60, 90 e 120 dias após o início do tratamento. As plantas responderam positivamente à elevada concentração de CO2, apresentando maior crescimento (40%), maior taxa fotossintética (63%), incremento de biomassa aérea (32%) e, ao final do período de exposição, incremento de biomassa subterrânea (47%). Plantas sob 720 ppm de CO2 também apresentaram maior atividade de SST (150%), FFT (34%) e invertase (54%) e menor atividade de FEH (-37%) do que plantas controle. As plantas tratadas também apresentaram maior produtividade de frutanos, principalmente de fruto-polissacarídeos (39%). A elevada concentração de CO2 também promoveu maior exsudação de açúcares pelos rizóforos, sendo detectada pela primeira vez para esta espécie a exsudação de inulina. Considerando as previsões de aumento do CO2 atmosférico, os resultados obtidos neste trabalho sugerem que V. herbacea apresenta estratégias para responder favoravelmente a essa alteração ambiental, alocando parte do carbono assimilado para produção de compostos de reserva.

Câmaras de topo aberto, localizadas na Seção de Fisiologia e Bioquímica de Plantas, utilizada no experimento

Câmaras de topo aberto, localizadas na Seção de Fisiologia e Bioquímica
de Plantas, utilizada no experimento


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Efeito da atmosfera enriquecida em CO2 no crescimento, na alocação de biomassa
e no metabolismo de frutanos em Vernonia herbacea (Vell.) Rusby


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