Regina Célia Gentil
No dia 1º de fevereiro de 2007 a aluna Regina Célia Gentil do Programa de Pós-graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica de São Paulo (IBt), defendeu sua tese de doutorado intitulada
“Estrutura da comunidade fitoplanctônica de pesqueiros da Região Metropolitana de São Paulo, SP, em dois períodos: primavera e verão”.
A banca examinadora foi composta por sua orientadora Dra. Célia Leite Sant’Anna (Instituto de Botância), Dra. Diclá Pupo Santos (Instituto de Botânica), Dra. Maria Tereza de P. Azevedo (Instituto de Botânica), Dra. Denise Navas Pereira (Faculdade de Saúde Pública da USP)
e Dra. Maria do Carmo Carvalho (Cetesb).

Dra. Denise N. Pereira (Fac. Saúde Pública da USP), Dra. Maria do Carmo Carvalho (Cetesb),
Dra. Célia L. Sant’Anna (IBt), Dra. Maria T. de P. Azevedo (IBt) e Dra. Diclá Pupo Santos (IBt),
Estrutura da comunidade fitoplanctônica de pesqueiros da Região Metropolitana de São Paulo, SP,
em dois períodos: primavera e verão
RESUMO
Considerando a escassez de dados referentes à qualidade da água dos pesqueiros localizados na Região Metropolitana de São Paulo, a importância do fitoplâncton nos estudos de avaliação ambiental e o impacto causado ao ambiente como conseqüência das atividades de pesca esportiva, o presente estudo visa analisar as variações da comunidade fitoplanctônica e suas relações com fatores ambientais, do ponto de vista ecológico e sanitário, fornecendo subsídios que possam contribuir com futuros planos de manejo dessas áreas. Foram amostrados trinta pesqueiros com análises de variáveis climatológicas, físicas, químicas e biológicas da água em duas épocas: primavera (setembro e outubro/2001) e verão (fevereiro e março/2002), utilizando-se para as correlações análise estatística multivariada. A análise qualitativa foi realizada através de microscópio óptico binocular e foram identificados 708 táxons para as duas épocas estudadas, distribuídos em nove classes (Bacillariophyceae, Chlorophycae, Cyanobacteria, Chrysophyceae, Cryptophyceae, Dinophyceae, Euglenophyceae, Xanthophyceae e Zygnemaphyceae). A análise quantitativa seguiu a metodologia de Utermöhl (1958) obtendo-se a densidade dos organismos (org mL-1) e, para cálculo do biovolume (mm3 L-1) multiplicou-se as densidades de cada espécie descritora pelo seu volume. Tanto para a riqueza de espécies quanto para a densidade, a maior contribuição foi da classe Chlorophyceae, seguida de Cyanobacteria, nas duas épocas estudadas. O elevado grau de eutrofização dos pesqueiros, a influência antrópica, o manejo inadequado na administração de rações e fertilizantes, a pouca profundidade e a mistura da coluna d’água favoreceram a alta ocorrência qualitativa e quantitativa de espécies nanoplanctônicas, principalmente da ordem Chlorococcales (Chlorophyceae) e Chroococcales (Cyanobacteria). As classes Bacillariophyceae, Cryptophyceae, Euglenophyceae e Zygnemaphyceae também foram favorecidas quantitativamente pelas condições predominantes nos pesqueiros, mas com menor expressão em relação às Chlorophyceae e Cyanobacteria, enquanto que, houve menor representatividade das classes Chrysophyceae, Dynophyceae e Xanthophyceae em composição e abundância de espécies devido ao elevado grau de trofia dos pesqueiros, pois essas classes freqüentemente estão associadas a ambientes oligotróficos. As espécies descritoras com maiores valores de biovolume foram as que mais contribuíram para a biomassa total das espécies descritoras em ambas as épocas de estudo. Cylindrospermospsis raciborskii foi a única espécie de Cyanobacteria potencialmente tóxica a formar floração, em um único pesqueiro na época de primavera. A comunidade fitoplanctônica, bem como as variáveis ambientais não responderam à sazonalidade, mas refletiram o tipo de manejo empregado nos pesqueiros, podendo ser considerada boa ferramenta para avaliação do grau de trofia dos sistemas estudados. Contato: rcgentil@prefeitura.sp.gov.br
Regina Célia Gentil
Estrutura da comunidade fitoplanctônica de pesqueiros da Região Metropolitana de São Paulo, SP,em dois períodos: primavera e verão
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